terça-feira, 1 de julho de 2025

A Diferença entre Evangélicos e Mórmons



Olá, pessoal aqui do blog! Estou eu aqui mais uma vez para dar sequência à série de artigos que já escrevi, mostrando a diferença entre evangélicos e diversos grupos religiosos. Já falamos sobre os evangélicos e adventistas https://anti-heresias.blogspot.com/2018/07/sao-evangelicos-os-adventistas.html, os evangélicos e católicos https://anti-heresias.blogspot.com/2016/12/a-diferenca-entre-evangelicos-e.html, os evangélicos e as Testemunhas de Jeová https://anti-heresias.blogspot.com/2015/01/a-diferenca-entre-evangelicos-e.html, os evangélicos e os espíritas kardecistas https://anti-heresias.blogspot.com/2018/01/a-diferenca-entre-evangelicos-e.html, e hoje vamos apresentar as diferenças entre evangélicos e os mórmons.

Este texto tem por objetivo trazer serventia aos estudantes de Ciências da Religião, curiosos e pesquisadores em geral, bem como, de alguma forma, anunciar o Evangelho de Jesus às pessoas. Dito isso, boa leitura.

Em uma sociedade plural e cada vez mais interconectada, é comum encontrarmos pessoas de diferentes crenças que professam fé em Jesus Cristo, utilizam a Bíblia como referência e praticam valores morais semelhantes. No entanto, por trás dessas semelhanças exteriores, existem distinções profundas que merecem ser compreendidas — não para promover contendas, mas para esclarecer, especialmente à luz das Escrituras.

Entre os grupos religiosos que mais confundem os leigos estão os evangélicos (protestantes bíblicos) e os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecidos popularmente como mórmons. Apesar de ambos afirmarem crer em Jesus, suas doutrinas são significativamente diferentes em pontos centrais da fé cristã histórica. Vejamos algumas dessas diferenças com o devido respeito, mas também com fidelidade à verdade bíblica.

1. Autoridade das Escrituras

Evangélicos: Cremos na Bíblia como a única regra infalível de fé e prática (Sola Scriptura). Toda doutrina deve ser julgada pela Palavra de Deus revelada nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento.

Mórmons: Além da Bíblia (que consideram parcialmente confiável), os mórmons têm outros três livros considerados escritura sagrada: o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor. A revelação, para eles, continua por meio de seus profetas modernos.

Comentário: Aqui há uma distinção fundamental. A fé evangélica é baseada na suficiência e autoridade exclusiva da Escritura. Já a fé mórmon introduz novos escritos e autoridades proféticas, o que, do ponto de vista evangélico, contraria Gálatas 1:8.

2. A Doutrina de Deus

Evangélicos: Cremos em um Deus único e eterno, imutável, onipotente, onisciente e transcendente. A Trindade é composta por Pai, Filho e Espírito Santo — três pessoas distintas, mas um só Deus (Is.43.10-11).

Mórmons: Ensinam que Deus Pai (Elohim) já foi um homem como nós e que Ele progrediu até se tornar Deus. A Trindade, segundo sua visão, são três deuses distintos em propósito, mas não um único ser divino. A doutrina chamada "exaltação" ensina que humanos fiéis também podem tornar-se deuses.

Comentário: Essa visão é radicalmente diferente da doutrina cristã histórica. Para os evangélicos, Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13:8), e jamais foi homem. A ideia de que o ser humano possa se tornar um deus é, para nós, uma grave distorção da verdade bíblica.

3. A Pessoa de Jesus Cristo

Evangélicos: Confessamos que Jesus é o Deus encarnado, eternamente gerado, não criado, consubstancial com o Pai (Jo 1:1,14). Ele nasceu da virgem Maria por obra do Espírito Santo, viveu sem pecado, morreu vicariamente pelos nossos pecados, ressuscitou corporalmente e voltará em glória.

Mórmons: Ensinam que Jesus é filho literal de Deus Pai, sendo irmão espiritual de todos os humanos e também de Lúcifer. Ele é visto como nosso Salvador, mas não como o Deus eterno em si mesmo.

Comentário: A cristologia mórmon nega a divindade plena e eterna de Cristo conforme o cristianismo bíblico. Isso compromete a centralidade do evangelho verdadeiro, que repousa sobre a encarnação do próprio Deus (Jo 1:1,14; Is 9:6; Jo 8:58; Cl 2:9; Jo.17:5; Hb.1:3).

4. A Salvação

Evangélicos: Proclamamos que a salvação é pela graça, mediante a fé, e não por obras (Ef 2:8-9). Somos justificados exclusivamente pela fé em Cristo, e as boas obras são frutos da salvação, não sua causa.

Mórmons: Acreditam que a salvação vem pela graça após todo esforço pessoal possível (2 Néfi 25:23, no Livro de Mórmon). Assim, obras e ordenanças, como o batismo no templo e a obediência aos mandamentos mórmons, são essenciais para a salvação completa.

Comentário: A doutrina mórmon dilui a centralidade da cruz ao colocar a salvação como uma conquista humana aliada à graça. O evangelho bíblico, porém, é escandalosamente gracioso e centrado exclusivamente na obra consumada de Cristo (Jo 19:30).

5. O Espírito Santo

Evangélicos: Reconhecemos o Espírito Santo como a terceira pessoa da Trindade, plenamente divino. Ele convence do pecado, regenera o pecador e habita no crente. Entre pentecostais, cremos também no batismo no Espírito Santo com evidência de dons.

Mórmons: Veem o Espírito Santo como um ser espiritual distinto, mas não plenamente divino no mesmo sentido que o Pai e o Filho. Sua atuação está condicionada à obediência aos princípios da Igreja Mórmon.

Comentário: Para o cristão evangélico, o Espírito Santo é Deus habitando no homem (Rm 8:9; At 5:3-4), e não uma mera influência ou poder (Ef 4:30; Jo 14.26). A sua presença não depende de filiação institucional, mas da fé genuína em Cristo.

6. O Casamento Celestial

Mórmons: Ensinam que casais selados no templo mórmon permanecem casados pela eternidade. O “casamento celestial” é considerado essencial para a exaltação, ou seja, para se tornar semelhante a Deus em um futuro estado divinizado.

Evangélicos: Cremos que o casamento é uma instituição terrena, temporária, e que no céu não haverá casamento, conforme ensinou Jesus em Mateus 22:30.

Comentário: Essa doutrina mórmon atribui um papel escatológico e quase salvador ao casamento, o que contraria a centralidade de Cristo como único caminho de redenção e glorificação.

7. Poligamia

Mórmons: A prática da poligamia foi oficialmente ensinada por Joseph Smith e praticada por líderes da igreja no século XIX. Embora tenha sido abandonada oficialmente em 1890, grupos dissidentes mórmons ainda a praticam.

Evangélicos: Rejeitamos a poligamia como contrária ao padrão bíblico do casamento entre um homem e uma mulher (Gn 2:24; Mt 19:4-6; 1Tm 3:2).

Comentário: A poligamia, mesmo abandonada, marca parte da identidade doutrinária histórica mórmon e revela uma visão alterada do modelo familiar dado por Deus.

8. Acesso ao templo

Mórmons: Os templos mórmons são acessíveis apenas a membros considerados dignos, após entrevistas com líderes locais. Neles ocorrem rituais como batismos pelos mortos, casamentos eternos e investiduras.

Evangélicos: Cremos que todo crente em Cristo é templo do Espírito Santo (1Co 6:19), e que temos livre acesso ao Pai pelo sangue de Jesus, sem necessidade de locais ou ritos secretos (Hb 10:19-22). Em suas diversas congregações os fiéis podem adentrar livremente, bem como os visitantes têm acesso em culto público.

Comentário: A distinção entre "dignos" e "não dignos" para entrar em um templo contradiz a doutrina da justificação pela fé e da plena reconciliação do crente com Deus por meio de Cristo.

9. Joseph Smith como profeta e mediador

Mórmons: Acreditam que Joseph Smith Jr. foi o profeta restaurador da verdadeira igreja de Cristo nos últimos dias. Muitos mórmons oram agradecendo por ele e o veem como mediador essencial do plano de salvação.

Evangélicos: Rejeitamos qualquer intermediário entre Deus e os homens que não seja Jesus Cristo (1Tm 2:5). Profecias que se contradizem com a Bíblia são consideradas falsas (Dt 13:1-4; Gl 1:8); somos orientados a detectar profeciais falsas (Dt 13:1-3; 18:21-22) e a testar as profecias se são verdadeiras (1Ts 5:20-22).

Comentário: Colocar Joseph Smith como figura essencial para a salvação é, do ponto de vista bíblico, um desvio grave da fé centrada em Cristo. Recomendo uma leitura complemetar desse tópico nesta minha outra postagem: https://anti-heresias.blogspot.com/2012/09/joseph-smith-um-profeta-verdadeiro.html

10. Preexistência do homem

Mórmons: Ensinam que todas as pessoas existiram espiritualmente antes de nascerem fisicamente, como filhos espirituais de Deus. Essa doutrina é usada para explicar o plano da salvação segundo sua teologia.

Evangélicos: Não há base bíblica para a preexistência da alma. A Escritura ensina que a vida humana começa na concepção (Sl 139:13-16), e não há referência a existência pré-terrena.

Comentário: Essa doutrina aproxima-se mais do pensamento platônico do que do ensino bíblico. A criação da alma é um ato direto de Deus em cada ser humano.

11. Vida após a morte

Mórmons: Defendem múltiplos graus de glória no pós-morte: Reino Celestial, Terrestre e Telestial. Apenas os mais fiéis alcançam a exaltação. Há também a possibilidade de progresso espiritual após a morte.

Evangélicos: Cremos em apenas dois destinos eternos: céu ou inferno (Lc 16:22-26; Mt 25:46; Ap 20:11-15). Após a morte segue-se o juízo (Hb 9:27), sem segunda chance.

Comentário: A ideia de múltiplos reinos e progresso pós-morte contradiz o ensino bíblico da urgência da salvação no tempo presente (2Co 6:2; Hb 3:7-8).

12. Batismo pelos mortos

Mórmons: Praticam batismos vicários por pessoas falecidas, acreditando que isso lhes oferece a chance de aceitar o evangelho no além.

Evangélicos: Essa prática não tem respaldo bíblico. A única passagem usada (1Co 15:29) é altamente debatida e não justifica tal doutrina. O Novo Testamento não ensina nem aprova o batismo em favor de mortos.

Comentário: A salvação é pessoal e intransferível. Ninguém pode ser salvo pela decisão ou ritual de outro (Ez 18:20; Jo 3:16).

13. O sacerdócio

Mórmons: Todos os homens dignos recebem o sacerdócio de Aarão (a partir dos 12 anos) e, mais tarde, o de Melquisedeque. Com isso, passam a exercer autoridade espiritual na igreja.

Evangélicos: Não existe mais sacerdócio levítico ou aarônico. Cristo é nosso único sumo sacerdote, e todos os crentes são sacerdócio real (1Pe 2:9; Hb 7:23-28). A autoridade vem do Espírito Santo e da Palavra, não de linhagens ou cerimônias.

Comentário: A doutrina mórmon restabelece uma estrutura sacerdotal abolida em Cristo. Isso enfraquece a suficiência da nova aliança selada por Seu sangue.

14. Exclusivismo denominacional e restauração

Mórmons: Afirmam que após a morte dos apóstolos, houve uma “grande apostasia” que corrompeu completamente a igreja original de Cristo. Segundo eles, somente por meio de Joseph Smith Jr. a verdadeira igreja foi restaurada, e somente a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é reconhecida por Deus como Sua verdadeira igreja na terra.

Evangélicos: Rejeitamos a ideia de que a igreja de Cristo tenha deixado de existir. Jesus afirmou: "edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18). Cremos que, mesmo com erros humanos ao longo da história, Deus preservou um remanescente fiel, e sua igreja jamais foi extinta ou completamente corrompida. Todas as denominações cristãs evangélicas se consideram co-irmãs e mantêm uma relação institucional diplomática. Observe que os templos mórmons vem com a nomenclatura A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS. Onde o artigo A é uma auto afirmação de que só eles são a igreja certa em relação as demais.

Comentário: O exclusivismo eclesiástico mórmon desqualifica toda a história do cristianismo antes de 1830, algo que não se sustenta bíblicamente nem historicamente. A promessa da presença contínua de Cristo com a igreja (Mt 28:20) confirma sua permanência até o fim dos tempos, sem necessidade de “restauração” por meio de outro mediador ou nova fundação. Nem de descomunhão das demais igrejas cristãs de origem protestante como fez o mormonismo. Recomendo uma leitura complemetar desse tópico nesta minha outra postagem: https://anti-heresias.blogspot.com/2018/03/a-igreja-de-jesus-cristo-dos-santos-dos.html

Considerações finais

Como pastor e teólogo, sinto o dever de alertar com clareza, mas sem arrogância: a fé mórmon é um sistema religioso distinto do cristianismo bíblico, embora utilize linguagem semelhante. Respeitamos as pessoas, mas não podemos relativizar a verdade. Recomendo uma leitura reflexiva sobre o mormonismo nesta minha outra postagem: https://anti-heresias.blogspot.com/2013/05/perguntas-serem-feitas-para-um-mormon.html

O intuito aqui do blog jamais será de desdenhar da fé alheia, nem incitar o ódio. Ainda que discordemos firmemente desta crença, reiteramos nosso respeito às pessoas que a professam, e afirmamos o Evangelho como o caminho de salvação.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32

Fontes recomendadas:
Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. Editora Vida. Alvin J. Smith.
Série Apologética. Volume V. Editora ICP.
Seitas e Heresias. Editora CPAD. Raimundo de Oliveira.
Desmascarando as Seitas. Editora CPAD. Natanael Rinaldi e Paulo Romeiro.
Império das Seitas. Volume II. Editora Betânia. Walter Martin. 
Revisão ortográfica e teológica: ChatGPT 

Dúvidas e esclarecimentos escreva para anti-heresias@hotmail.com

sexta-feira, 6 de junho de 2025

BALANÇO RELIGIOSO NO BRASIL


 
Olá pessoal do Blog Anti-Heresias, a graça e a paz de Jesus seja com todos. Tudo bem com vocês? Desejo que sim. Por aqui em minha cidade estamos seguindo em frente produzindo conteúdo pastoral no blog da igreja que pastoreio (visualizar). Bom, sem mais delongas, venho deixar aos seguidores do blog uma  informação pertinente: O CENSO RELIGIOSO DO IBGE 2022. A revelação dos dados ficará fixada aqui na aba direita do blog caso vocês estejam usando desktop ou notebook. Se for em celular role essa página para o fim dela e clique em "ver versão para a web".
 
Então dito isso, leiam e compartilhem a informação. Até mais ver pessoal!
 
Entre os anos de 2010 e 2022, o Brasil passou por mudanças significativas no cenário religioso, conforme revelam os dados dos Censos do IBGE. Em 2010, o país contava com cerca de 190,7 milhões de habitantes, dos quais 65,1% se declaravam católicos. Já em 2022, com uma população de 203,1 milhões, essa proporção caiu para 56,7%, marcando uma perda de quase 8,4 pontos percentuais para o catolicismo — o menor índice da história brasileira.

No mesmo período, as religiões evangélicas tiveram um crescimento expressivo, saltando de 21,6% para 26,9% da população, um avanço de 5,3 pontos percentuais, consolidando-se como o segundo maior grupo religioso do país. Esse crescimento é especialmente notável entre jovens, mulheres e populações urbanas.

A população sem religião também aumentou, passando de 7,9% em 2010 para 9,3% em 2022, refletindo tendências de secularização e mudança de comportamento religioso, especialmente entre homens e nas grandes cidades.

Outros grupos religiosos, embora menores em número, também apresentaram variações. O espiritismo caiu levemente (de 2,2% para 1,8%), enquanto religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, passaram de 0,3% para 1,0%, o que indica uma maior autoafirmação identitária desses grupos. Em 2022, o IBGE também incluiu pela primeira vez dados sobre tradições indígenas, que representaram 0,1% da população.

O quadro geral revela uma sociedade brasileira cada vez mais plural, diversificada e menos concentrada em uma única tradição religiosa. O país caminha para uma configuração onde nenhuma religião isolada será absoluta maioria, exigindo novos olhares por parte de líderes religiosos, estudiosos e formuladores de políticas públicas.
 
Chamamos a atenção para o crescimento dos declarados "sem religião" um grupo crescente por força do movimento dos desigrejados, com destaque entre jovens e homens. Veja entrevista que dei em podcasts no YouTube AQUI 

Também é relevante o avanço das religiões afro-brasileiras, indígenas e outras, que estão crescendo tanto em termos absolutos quanto proporcionais.
 
Valores aproximados com base em percentuais:
 
Católicos 56,7%
Evangélicos 26,9%
Sem religião 9,3%
Outras religiões 4%
Espíritas kardecistas 1,8%
Umbanda, Candomblé e afins 1%
Tradições indígenas 0,1%
Não declarado/não soube dizer 0,2%
 
População aproximada:
 
Católicos 115.178.689
Evangélicos 54.127.697
Sem religiões 18.886.511
Outras religiões 8.123.230 
Espíritas kardecistas 3.655.454
Umbanda, Candomblé e afins 2.030.808
Tradições indígenas 203.081
Não declarado/não soube dizer 406.162
 
CONCLUSÃO
 
O comparativo entre os Censos de 2010 e 2022 revela uma transformação profunda no perfil religioso do Brasil. O declínio do catolicismo, o crescimento constante do evangelicalismo e o avanço dos que se declaram sem religião demonstram que o país caminha para uma maior diversidade e descentralização religiosa. Essas mudanças refletem fenômenos culturais, sociais e geracionais — como o acesso à informação, o pluralismo, a mobilidade urbana e a busca por experiências religiosas mais pessoais e subjetivas.

Essa realidade impõe novos desafios e oportunidades para líderes religiosos, educadores, formuladores de políticas públicas e pesquisadores: entender as razões por trás dessas mudanças, dialogar com uma juventude mais questionadora e adaptar-se a um Brasil cada vez menos uniforme em suas crenças, mas potencialmente mais tolerante e plural em sua vivência religiosa.
 
Foi utilizado a tecnologia ChatGPT para conferência de várias afirmações desse texto. 

sexta-feira, 15 de março de 2024

Desigrejados e suas heresias



Esse texto tem por finalidade disponibilizar ao público evangélico com mais agilidade uma pequena parte do conteúdo de dois livros que escrevi direcionado ao tema, focado nas heresias disseminadas pelos desigrejados. Haja vista que a aquisição de um livro hoje em dia no Brasil não tem sido tão fácil, por dois motivos: desinteresse do público brasileiro pela leitura e também pelo preço unitário que se encontra o livro devido aos impostos. Quem tiver o interesse da leitura completa das obras e tem condições financeiras de adquirir, disponibilizo no final desta postagem na bibliografia.

O que é uma heresia? A Bíblia usa a palavra “hairesis” em várias circunstâncias. As definições que encontramos no grego são “um grupo de homens seguindo seus próprios preceitos” (J. Strong) quando associada à uma seita, que tem por definição na apologia cristã como “um grupo de pessoas motivado por heresia”. Também encontramos a definição de “dissensões decorrente da diversidade de opiniões e objetivos” (idem). Sendo definida na apologia cristã como “uma opinião contrária, deturpada ou excedente da Bíblia”. Note que nem sempre pode ser contrária ou que excede a Bíblia, mas a heresia mais perigosa é a que deturpa o texto bíblico. O dicionário do NT grego apresenta um nota muito salutar:

“Na Bíblia, a heresia é mencionada como um perigo para a comunidade de fé, pois leva a dissenções e à distorção da verdade […] destaca a ideia de escolha e divisão, ilustrando como a heresia pode dividir e enfraquecer a comunidade cristã”. (J. Strong).

A “hairesis” é mencionada na Bíblia como algo que pode causar divisão entre os irmãos revelando quem está aprovado ou não na fé: “E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós”. (1Co.11.19 AR). Embora seja de cunho doutrinário, há passagens bíblicas em que “hairesis” é associada como uma obra da carne, pois cria divisão entre os irmãos, onde cada versão em português tem uma tradução variada como: facções, partidarismo e heresias (ver Gl.5.19-21) . E por fim “hairesis” está associada a ensinamentos produzidos pelos falsos mestres, que causam danos mais graves a fé (isto é, destruição), levando a questionar até mesmo Jesus: “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição”. (2Pe.2.1 AR).

A Bíblia usa ainda o termo “heterodidaskaleo”. Essa palavra dar origem ao termo “heterodoxia”. É muito usado pelos apologistas cristãos e que significa “pensamento ou entendimento (doxa) diferente (heteros). A palavra “heterodidaskaleo” quer dizer “ensinar outra ou diferente doutrina, desviando-se da verdade” (J.Strong). Essa palavra consta, por exemplo, em 1 Timóteo 6.3,4 que diz: “Se alguém ensina alguma outra doutrina e discorda das sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e da doutrina que é da acordo com a piedade é arrogante e não compreende nada…”.

O que são os desigrejados? O termo é utilizado para definir as pessoas que não pertencem as igrejas locais comumente conhecidas na história da igreja com suas diversas denominações cristãs evangélicas/protestantes e também para designar “pessoa que não se congrega”. Onde esse “não pertencimento” ocorre em vários níveis e por vários motivos. Desde o mais radical, que são aqueles que não se congregam em igreja alguma e fazem militância generalizada contra as denominações existentes até aos que se congregam em alguma igreja local, mas são desinstitucionalizados ou têm um frágil vínculo com alguma denominação cristã evangélica. Eu escrevi dois livros sobre esse assunto, bem como conheço vários outros abordando a mesma temática. Se houver o interesse de conhecer mais sobre desigrejados confira os links recomendados na bibliografia dessa postagem. O termo “desigrejados” é utilizado para nominar o fenômeno eclesiástico que surgiu por conta do desencanto com as instituições religiosas, principalmente com as igrejas de segmento neopentecostal. Os maiores vilões do surgimento desse movimento!

Quais são as heresias dos desigrejados?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

UM ALERTA PARA JOVENS AVENTUREIROS DE CALVINISMO

 
 
Tenho visto alguns jovens se mudarem das igrejas cristãs de denominações evangélicas diversas para igrejas reformadas ou calvinistas. Digo "reformadas" porque esse título, por mais que venhamos a explicar aqui que se trata da "reforma protestante" ou ao "protestantismo" ou as "cinco solas da reforma", o fato é que os calvinistas se apoderaram desse substantivo de forma que, quem não é calvinista não é reformado. Bom eu não vou entrar aqui nessa discussão.

O objetivo desta postagem do blog aqui é alertar essa galera juvenil que fazem migração não por conhecimento de causa, mas por outras interesses, tais como: proselitismo, coleguismo, modinhas de juventude, conveniência, pragmatismo utilitário, etc. Portanto, para esse fim, trago aqui citações de documentos importantes, fundamentais do calvinismo. E faço isso usando uma forma bem catequética de perguntas e respostas. Vamos lá.

domingo, 9 de abril de 2023

IGREJADOS - Livro em lançamento

Que essa obra ajude aos pastores e membros das igrejas locais. Lançamento:


Contato: anti-heresias@hotmail.com

sábado, 12 de novembro de 2022

O CREDO APOSTÓLICO

"Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Cristã; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém". (Baseado no credo luterano).

domingo, 16 de outubro de 2022

Seis coisas que Deus DETESTA e a sétima ABOMINA


Texto bíblico principal: Provérbios 6.16-18

Introdução: Essa mensagem tem por finalidade alertar cada pessoa quanto ao orgulho, mentira, assassinato, planos malignos, pecados voluntários, falso testemunho e à semente da contenda que destrói a relação harmoniosa entre as pessoas numa sociedade.

Estamos diante de uma admoestação em que Deus pontua tudo de ruim que o ser humano é capaz de fazer e revela o pior que ele é capaz. Pelo que Deus tem como algo abominável (mostrarei isso no final). Moody vai mais a fundo e comenta que o "presente provérbio é climático. Os seis itens são antecedentes do sétimo, o qual recebe a ênfase”. Por isso imaginemos que isso seja como se fosse uma tempestade do mal.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

LULA VAI DE MARXISMO CLÁSSICO OU CULTURAL?


Todos que vivem aqui no Brasil ou são brasileiros e assistem o cenário político atual no exterior sabem a tenção que tá por aqui. E depois que Lula saiu do “trânsito em julgado” por uma medida amigável do STF ele retornou a vida política se colocando a candidato a PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Ele veio da prisão com um discurso bem forte. Daí o motivo de minha pergunta: O Lula vai deixar aquele discurso de marxista cultural? Vai partir para o velho e clássico marxismo usado pelos seus colegas como Maduro e Ortega?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

CONTRADIÇÕES DO PRETERISMO - PARTE 1


Créditos do site A GRANDE CIDADE. Artigo compilado.

A doutrina preterista declara que grande parte do Livro de Apocalipse, Mateus capítulo 24, Lucas 21:5-36 e referências, já se cumpriram. Alegam que as profecias citadas nestes contextos apontavam para conflitos da igreja primitiva, e que, portanto, já tiveram cumprimento em 70 dC quando os romanos atacaram e destruíram Jerusalém. Em níveis diferentes de interpretação, esta visão combina o simbolismo com alegoria ensinando que o vasto contexto profético de Apocalipse não lida com eventos futuros específicos.

Na verdade, o preterismo apresenta uma doutrina confusa, recheada de mudanças feitas ao longo dos anos. Estas mudanças foram inseridas por que apareceram muitas refutações contra a escola preterista obrigando-os a fazer ajustes urgentes para que a proposta pudesse ficar de acordo com as Escrituras. Entretanto, o tiro saiu pela culatra, pois aconteceu exatamente o contrário: nos últimos tempos, inúmeras contradições surgiram, impossibilitando conciliar a visão preterista com a Bíblia.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

MMI CASADOS PARA SEMPRE E A TEOLOGIA MÓRMON DO CASAMENTO ETERNO

Julgar uma obra pela capa realmente é uma crítica injusta para qualquer escritor. E, com certeza, não tenho esse objetivo aqui. Pois sou escritor também e não gostaria de ter julgada uma obra minha pela capa. Todavia, estou esperando o pessoal do MMI retirar a frase mórmon da capa da apostila: “casados para sempre”. Pois se associa muito a teologia mórmon do casamento eterno. Onde casados no templo mórmon, os cônjuges terão o matrimônio na eternidade, casados para sempre, evoluindo até serem deuses.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

PESSOAS AMASIADAS SÃO CASADAS?


Olá pessoal, que Deus nosso Senhor venha a cada dia iluminar nossas mentes com a sua poderosa Palavra, a Bíblia Sagrada, que nos orienta e é autoridade suprema nas questões de religião, fé ou doutrina. A Bíblia é a transmissão dos planos e da vontade de Deus para as nossas vidas. A base do protestantismo é a Bíblia Sagrada: “Sola Scriptura” (somente a Escritura). Rezamos que a Bíblia é a “única regra infalível de fé normativa para vida e o caráter cristão” (Cremos da Assembleia de Deus). E “As Escrituras Sagradas, o Velho e o Novo Testamento, são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática”. (Catecismo Maior de Westminster).

Dela temos o testemunho:

1) De que foi inspirada por Deus para nos ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,” (2 Timóteo 3:16 ARA o grifo é nosso).

2) De ser espada do Espírito Santo que nos auxilia na luta contra o mal e na sua eficácia de discernir os corações das pessoas:

“Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” (Efésios 6:17 ARA o grifo é nosso).

“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hebreus 4:12 ARA o grifo é nosso).

3) De ser fonte de luz para iluminação de nossa caminhada aqui na Terra:

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.” (Salmos 119:105 ARA o grifo é nosso).

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

REFORMA ONTEM CONFLITOS HOJE

A reforma protestante completa 504 anos nesse ano de 2021. De fato temos que comemorar os avanços que esse advento trouxe para nós. Quando em 31 de outubro de 1517 Martinho Lutero trouxe aquelas 95 teses e foram afixadas na porta da igreja do Castelo de Wittenberg que provocou as autoridades católicas da época. Ele desafiou a igreja romana e resgatou o pensamento teológico cristão para o seu ponto central: A Bíblia Sagrada. Que, por força da tradição romana, estava ali quieta nas bibliotecas dos mosteiros e até servindo de apoio de mesa. Com suas verdades silenciadas. As declarações de Martinho Lutero “Atacavam as indulgências e a autoridade papal. Este documento deu origem ao movimento das massas, conhecido como Reforma Protestante. Lutero, monge agostiniano, ensinava que a salvação era ‘somente pela graça’, ‘somente pela fé’ e que a única autoridade nas questões de fé é ‘somente a Bíblia’. […] ao confiar ‘somente em Cristo’ as indulgências seriam consideradas totalmente desnecessárias”. (George Mather e Larry Nichols. 1993, p.120).

Citemos aqui algumas de suas 95 teses que iluminaram o pensamento escurecido do povo católico pelas suas autoridades eclesiásticas:

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

A CURA DIVINA


“Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades”. Sl.103.3

Olá queridos irmãos, a paz de Jesus. Hoje iniciaremos um novo assunto. Que Deus abençoe suas famílias com saúde, paz e prosperidade. Vocês já tiveram que enfrentar uma enfermidade pessoal ou na família? O que vocês fizeram? Acredito que oraram a Deus, procuraram uma assistência médica, pediram orações na igreja, etc. Diante disso, muitas enfermidades foram curadas, algumas ainda estão em suas vidas e outras infelizmente levaram um familiar de vocês ou amigo a partir daqui dessa terra não é mesmo?

Nosso blog hoje falaremos de todas as nuanças sobre esse tema buscando sempre os valores de uma igreja moderada e bíblica. E nessa baliza vamos instruir vocês.

A ORIGEM E NATUREZA DA ENFERMIDADE

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE CAIR NO ESPÍRITO?


Olá pessoal do Blog Anti-Heresias, tudo bem com vocês? Deus abençoe a todos com saúde, paz e prosperidade. Trago aqui um acervo apologético de minha biblioteca para elucidar a temática aos que ainda estão engodados com isso e servir de fonte para muitos apologistas. Este tema foi muito visualizado no blog, confira a postagem AQUI. Este assunto rendeu uma trêta entre Edir Macedo e Silas Malafaia, confira AQUI. Se você nunca viu esse fenômeno neopentecostal de "cair no Espírito", tão explorado alguns anos atrás, veja AQUI um exemplo.

Compilação da revista DEFESA DA FÉ, edição especial, p.115-119. ICP 1998.

Em 1923 o missionário sueco Gunnar Vingren, um dos fundadores da Assembleia de Deus no Brasil, fora informado de que um certo movimento pentecostal começava a alastrar-se por Santa Catarina. Sem perda de tempo, Vingren deixou Belém do Pará, berço do pentecostalismo brasileiro, e embarcou para o Sul. No endereço indicado, veio ele a constatar: “Não se tratava de pentecostes, mas de feitiçaria e baixo-espiritismo”.

sábado, 21 de agosto de 2021

PRAGMATISMO EVANGÉLICO E SUAS CONSEQUÊNCIAS



Vivemos atualmente num cenário evangélico onde as pessoas, no geral, pouco importam com a confissão de fé das igrejas. Infelizmente as próprias denominações evangélicas ou protestantes andam na mesma direção. Se você duvida, basta só entrar no site das igrejas e veja se você encontra o CREDO ou a confissão de fé dessa instituição religiosa. Isso ocorre porque se moldam ao público, na maneira atual em que muitos crentes encaram as coisas, com base no pragmatismo. 

Muita gente vive mergulhada numa fé de efeitos. Não estão nem um pouco interessados do por quê acreditam em determinado movimento ou prática religiosa. Como surgiu? Qual a causa disso? Se sua crença ou forma de culto é de origem realmente bíblica. O que importa é que seja útil; satisfatória (1).

E nessa busca pela satisfação pessoal, de consequente alienação, os crentes entram numa bolha simplista de um jeito que para eles o que importa é se as coisas funcionam e não se são certas ou erradas. Porém, o fato das coisas funcionarem não significa que sejam verdadeiras. Não se deixe iludir, há sim consequências danosas no pensamento pragmático à igreja local que nem percebemos.

Vamos a origem das palavras: “pragmático” e “pragmatismo”: