sábado, 21 de agosto de 2021

PRAGMATISMO EVANGÉLICO E SUAS CONSEQUÊNCIAS



Vivemos atualmente num cenário evangélico onde as pessoas, no geral, pouco importam com a confissão de fé das igrejas. Infelizmente as próprias denominações evangélicas ou protestantes andam na mesma direção. Se você duvida, basta só entrar no site das igrejas e veja se você encontra o CREDO ou a confissão de fé dessa instituição religiosa. Isso ocorre porque se moldam ao público, na maneira atual em que muitos crentes encaram as coisas, com base no pragmatismo. 

Muita gente vive mergulhada numa fé de efeitos. Não estão nem um pouco interessados do por quê acreditam em determinado movimento ou prática religiosa. Como surgiu? Qual a causa disso? Se sua crença ou forma de culto é de origem realmente bíblica. O que importa é que seja útil; satisfatória (1).

E nessa busca pela satisfação pessoal, de consequente alienação, os crentes entram numa bolha simplista de um jeito que para eles o que importa é se as coisas funcionam e não se são certas ou erradas. Porém, o fato das coisas funcionarem não significa que sejam verdadeiras. Não se deixe iludir, há sim consequências danosas no pensamento pragmático à igreja local que nem percebemos.

Vamos a origem das palavras: “pragmático” e “pragmatismo”:

A primeira palavra significa “que considera o valor prático e concreto das coisas” (2) e a segunda significa “corrente de pensamento que considera a utilidade prática de uma ideia como o critério de sua verdade” e “comportamento ou atitude, de pessoa ou grupo, que sempre busca resultados práticos, materiais, concretos”. (3) “Algo é verdadeiro apenas na medida em que funciona” (4).

O PROBLEMA do pragmatismo é o risco de se expor a tudo que é conteúdo sem qualquer filtro de certo e errado. Uma vez que muitos vão de “vento em popa” para o lado do pragmatismo, a falsa espiritualidade entra no meio da igreja local sem qualquer refutação bíblica, pois o que importa é se funciona. Pensamentos como: ecumenismo, liberalismo teológico, heresias de seitas pseudocristãs, posições teológicas extremas sobre a natureza e o caráter de Deus, pensamentos do movimento desigrejados, modismos como MDA, G12, liturgias neopentecostais estranhas ao Evangelho de Jesus, etc., tudo isso atravessa os olhos e ouvidos das pessoas sem qualquer filtro, aprisionando a mente, por conta de uma análise pragmática das coisas. O único questionamento de um pragmático é: isso funciona?

Não param pra pensar que antes da parte funcional existe a avaliação se é correto. Partindo da Bíblia só temos a ortopraxia (5) e ortopatia (6) por causa da premissa da ortodoxia (7). Quando não se respeita estes pontos “a conta não fecha”. Assim, passamos a ser massa de manobra, nos expomos ao engano, heresias, tudo pela filosofia de que “os fins justificam os meios”. É por isso que surgem muitos modismos religiosos e movimentos de grande disseminação. Nada contra os movimentos que surgiram por motivos justos e de maneira correta. Mas no pragmatismo não é assim, o que vale é se dar certo. Deu certo? É verdadeiro! Perigosa tal conclusão.

O que a Bíblia nos ensina sobre isso? O que temos que fazer diante dessas coisas? Vejamos algumas passagens:

“Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (Atos 17:11 ARA).

Aqui o apóstolo Paulo se impressiona com os crentes dessa região, pois verificavam o que ele falava examinando as Escrituras, eles não deixaram-se levar pela força do momento ou pelos milagres que ocorriam pelas orações de Paulo e nem pela novidade. Eles foram pela parte didática, pelo entendimento e compreensão do que o servo do Senhor dizia se havia harmonia com a Escritura. O comentário bíblico descreve sobre eles: 

“nem aceitavam sem pensamento e exame crítico aquilo que dizia, mas, sim, eles mesmos examinavam as Escrituras para averiguarem se era sólido o argumento que Paulo delas derivava (como em 17:2-3). Não se tratava aqui de uma resposta meramente emocional ao evangelho, mas, sim, de uma que se baseava na convicção intelectual”. (8)

“julgai todas as coisas, retende o que é bom” (1 Ts 5:21 ARA).

A palavra inicial do versículo vem da raiz grega “dokimazo” que significa: “testar, examinar, provar, verificar (ver se uma coisa é genuína ou não), como metais”. (9) Paulo conclama os seus leitores da carta a verificar tudo (no contexto bíblico: as profecias proferidas) e, depois disto, reter o que é bom. Como se fosse uma filtragem: reter, isto é, manter o que de fato é bom. A última palavra do versículo vem da raiz grega “kalos” que significa: “bonito, gracioso, excelente, eminente, escolhido, insuperável, precioso, proveitoso, apropriado, recomendável, admirável”. (9) No caso aqui a definição contextual correspondente a “dokimazo”, isto é, ao exame, que foi verificado, é “recomendável” ou “apropriado”. No comentário bíblico encontramos: 

“Julgai todas as coisas refere-se em primeiro lugar aos pronunciamentos que pretendem ser profecias. Não devem ser aceitas com credulidade, mas devem ser testadas por revelações mais objetivas e especialmente pelas pedras de toque do Senhorio de Cristo (I Co. 12:3) e da encarnação (I Jo. 4:1-3). Que é bom, isto é, coisa genuína, não falsificada”. (10) Outra vez, temos aqui o exercício da mente, da didática precedendo a prática, o exercício do conhecimento de causa antes da experiência dos efeitos.

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.” (1 João 4:1 ARA).

Este outro versículo o apóstolo João deixa a orientação de como proceder diante de pessoas que afirmam ter o Espírito de Deus. Em suas palavras não encontramos a filosofia pragmática, mas o cuidado bíblico, de colocar a prova de tais pessoas, centrado na satisfação da vontade de Deus, do que é coerente, com o que provém dele. E não se é de utilidade pessoal ou se funciona. O comentário bíblico desse texto diz: 

“A palavra provai é um termo usado na metalurgia para falar da análise de metais no sentido de determinar sua pureza e valor. Antes de aprovar ou rejeitar qualquer ensino, os cristãos devem submetê-lo à prova comparando-o rigorosamente com a Escritura”. (11) Note que o critério não é a satisfação pessoal, coletiva ou se funciona, mas se realmente condiz com a Escritura.

Na contramão do pragmatismo, em vez de perguntarmos “do quê isso me serve? Se funciona?” Devemos, como todo cristão de verdade, perguntar “isso é bíblico? Tem respaldo na Bíblia?” O pragmático tem problemas com essa postura, pode observar. Se você despreza esse exame criterioso, com certeza é alguém que foca muito no que lhe é útil e funcional. E isso é um problema para a sua vida cristã, pois muitas orientações bíblicas chocam com essa filosofia de vida. Exemplo: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44 ARA). O desafio feito por Jesus aos que querem ser seus discípulos é negar a si mesmo (Lc.9.23), logo, uma filosofia de vida pragmática sucumbe diante disso.

O chamado de Jesus para nós é de buscarmos o reino de Deus e satisfazer a sua vontade, independente de resultados. Ele disse:

“Para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?” (Mateus 5:45-47 ARA).

Veja que Jesus coloca o pai celestial como o exemplo de amar a todos, sejam os que lhes amam ou os que não. O pai celestial manda o sol e a chuva sobre ambos. Ele diz para que nós também sejamos assim. Se de fato somos filhos de Deus, temos que abrir mão do pragmatismo e doar-se por quem não merece e até fazer coisas que não nos será útil. Jesus conclui esse discurso dizendo: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5:48 ARA). A visão de Jesus sobre ser perfeito é focada em fazer por todos sem pragmatismo.

Agora imagine você uma filosofia de vida pragmática (onde muitos evangélicos andam mergulhados) o que pode trazer de consequência diante do que apresentamos aqui? O conflito e prejuízo com a Palavra de Deus é inevitável. E como seriam as coisas dentro da vida cristã com esse tipo de pensamento? Por isso que estamos com sérios problemas nas igrejas locais: cristianismo de consumo, modelo eclesiástico empresarial, pregações pautadas em autoajuda, em tom antropocêntrico, público rotativo, mudança constante de congregação, falta de mão de obra nos ministérios, projetos parados, o engavetamento de planos espirituais da congregação a médio e longo prazo, infiltração de doutrinas pseudocristãs, introdução de rituais de outras religiões, de coisas mundanas, seculares, evangelho mal pregado e poderia citar outros. Vamos explicar um pouco essas consequências:

CRISTIANISMO DE CONSUMO

O pragmatismo, obviamente, gera um “cristianismo de consumo”, uma geração de insatisfeitos dentro das igrejas locais. São pessoas que procuram vantagens, utilidade para si e suas famílias. O local de culto ser climatizado, uma sala bem agradável para colocar seus filhos no momento do sermão, garagem ao lado do prédio da igreja para estacionar seus carros, orações ou palavras que venham trazer satisfação, etc, são algumas das exigências dessas pessoas. E sempre que em outro lugar aparece algo novo e que funcione melhor do que onde se encontram, não relutam em migrar pra essa nova congregação. Mais informação sobre esse modismo veja AQUI

“Tenho vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20:35 ARA).

“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23 ARA).

“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” (1 Timóteo 6:8 ARA).

“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:11-13 ARA).

“tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;” (1 Coríntios 13:7-8 ARA).

MODELO ECLESIÁSTICO EMPRESARIAL

Aquele modelo antigo de ser igreja, voltado para a vida eclesiástica – reuniões de oração, ações de graças, disciplina eclesiástica, discipulado, evangelismo, emissão da carta de recomendação, comunhão etc, sai do cenário e entra o modelo empresarial, focado em metas, ativismo, resultados, planejamento estratégico metódico e rigorosamente cumprido. Uma busca desenfreada no bem-estar do “cliente”. Falta só criar um SAC – sistema de atendimento ao cliente.

“Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de Cencréia,” (Romanos 16:1 ARA).

“E quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20:27-28 ARA).

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.” (Gálatas 6:14 RA).

PREGAÇÕES PAUTADAS EM AUTOAJUDA, ANTROPOCÊNTRICAS

O pragmático gera amantes da mensagem que lhes ajudem a como fazer isso, como conseguir aquilo, como obter tal coisa etc. As mensagens centradas no ser humano são mais atraentes do que a pregação da cruz, do evangelho da graça, do caminho da porta estreita, da vida piedosa. O que é chamativo são as mensagens de tom psicanalítico, psicológico, neurolinguístico, que venham a lhe ser útil na vida. As exposições doutrinárias, teológicas, estudos centrados nas Escrituras, explanações acerca de confissões de fé são desprezadas.

“mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;” (1 Coríntios 1:23 ARA).

“Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.” (1 Coríntios 1:17 ARA).

“Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.” (Gálatas 1:8 ARA).

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes.” (1 Timóteo 4:16 RA)

PÚBLICO ROTATIVO

As congregações parecem mais estacionamentos do que igrejas. Isso ocorre porque o pragmatismo gera uma insaciedade nas pessoas. Quando encontram algum amigo daquela antiga igreja que se congregava, geralmente a frase é – você ainda está lá?! Os bancos ou cadeiras das congregações viraram bancos de teatro ou cinema. Não há uma perseverança, as pessoas não criam raízes nos lugares. Estão sempre de mochila pronta para uma eventual saída.

MUDANÇA CONSTANTE DE CONGREGAÇÃO

Na mesma linha do pensamento acima, as congregações atualmente parecem mais com supermercados com suas prateleiras expostas do que igrejas. Isso ocorre porque as pessoas estão tomadas pelo pragmatismo. A busca por satisfação, pela utilidade das coisas, por resultados práticos e satisfatórios, alavanca o trânsito de crentes entre as congregações. Isso ficou tão banalizado que não se pede nem mais a antiga carta de recomendação pastoral. Há igrejas hoje que nem exigem carta de recomendação, simplesmente você entra em um “curso de membresia” onde seus organizadores colocam visando “fidelizar o cliente”.

“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”. (Hebreus 10:25 ACF). 

Observação: geralmente, as versões mais atualizadas (ARA, NAA, AXXI, NVI) colocam “congregar-nos”, “nos congregar” ou “nos reunir”. Todavia, a frase grega neotestamentária “episunagogen eauton” tanto pode ser traduzida a ligação “eauton” como a “si próprios” (no caso “nos”) ou como a “ela mesma” (“nossa”), a própria congregação. Assim, as traduções mais antigas (ARC, ACF, BJ, BKJ) optam por associar a congregação, no caso “nossa”.

“sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,” (Colossenses 1:11 ARA).

“Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:4 ARA).

FALTA DE MÃO DE OBRA NOS MINISTÉRIOS

O que ocorre nisso tudo é a escassez de mão de obra. Pois o pragmático tá sempre preocupado no funcionamento. Logo, colocar para funcionar um departamento parado não virá dele a iniciativa. Ele quer encontrar as coisas funcionando. Pois o seu conceito de verdade é sempre pautado na funcionalidade das coisas. Lhe é mais fácil procurar um departamento funcionado em outro local do que colocar pra funcionar com perseverança um setor inexistente onde ele está. Essas pessoas querem chegar em um local com tudo funcionando bem e pronta para lhes servirem.

PROJETOS PARADOS

Na mesma linha do pensamento acima, como o pragmatismo tem por base o que é útil, projetos parados continuarão imóveis. Pois qual o proveito de tocar pra frente algo que está parado? Se não funciona é porque não é de Deus ou não é bom. E assim a visão de reconstruir, recomeçar ou colocar algo pra funcionar não são atrativas para o pragmático. Talvez, com boa vontade, fará um novo projeto. Do contrário, procurará uma nova igreja local em que os projetos estejam funcionando. Chamamos isso de “pragmatismo utilitário”.

“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.” (Ezequiel 22:30 ARA).

“Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio.” (Neemias 2:17 ARA).

ENGAVETAMENTO DE PLANOS ESPIRITUAIS DA CONGREGAÇÃO A MÉDIO E LONGO PRAZO

Como tudo é focado no valor prático das coisas. Com uma mentalidade de investimento rápido e que abarque muitas coisas ao mesmo tempo com resultados rápidos, os planos de médio e longo prazo não têm interesse. O futuro de uma igreja local não é problemas deles. O sucesso pessoal e a busca por resultados práticos, rápidos e que englobam o útil e o agradável melhor ainda!

“Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia.” (2 Timóteo 4:10 ARA).

INFILTRAÇÃO DE DOUTRINAS PSEUDOCRISTÃS E DE COISAS MUNDANAS

O princípio do pragmático é se as coisas estão funcionando, se acontecem, se dão resultados práticos. Logo, uma avaliação se tal prática religiosa ou litúrgica ou secular é biblicamente correta não vem ao caso. O que temos hoje são festas juninas gospel, carnaval gospel, há igrejas no mundo que têm academias, shows gospel, até boate gospel. Ensinamentos estranhos ao contexto bíblico, interpretações isoladas, até doutrinas de seitas pseudocristãs entram na vida dessas pessoas sem nem perceberem. Como papagaios estão repetindo aquela frase de efeito, aquela citação antibíblica e não  se dão conta de que compartilham algo estranho ao evangelho de Jesus.

“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.” (2 Coríntios 13:5 ARA).

INTRODUÇÃO DE RITUAIS DE OUTRAS RELIGIÕES

O pragmatismo produz manifestações ou rituais estranhos ao cristianismo, mais semelhantes a cultos afros do que culto evangélico são muito comuns hoje em dia. O pragmatismo não tem foco se algo é certo ou errado. Mas se funciona. Logo, havendo um movimento que promova atração, sensacionalismo e se arrebata multidões, não haverá resistência, muito pelo contrário, esse movimento virará fonte de compartilhamento e grande difusão.

“guarda-te, não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações aos seus deuses, do mesmo modo também farei eu.” (Deuteronômio 12:30 ARA).

EVANGELHO MAL PREGADO

A busca pelos resultados rápidos, a ilusão de que se dá certo está certo, geram aqueles métodos rápidos de evangelização, na busca frenética por números, quantidade, arrebanhar multidões sem qualquer preocupação com conteúdo. A mensagem geralmente torna-se superficial, inclusiva, antropocêntrica, emotiva e apelativa. Assuntos mais profundos sobre o evangelho como a justificação pela fé, a graça salvadora, o arrependimento, o novo nascimento, a renúncia, ficam de fora do discurso desses “evangelistas”. A preocupação é preencherem formulários de quantas pessoas foram visitadas, de quantas pessoas “aceitaram Jesus”, de quantas pessoas conseguiram reunir em um local.

“prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.” (2 Timóteo 4:2 ARA).

“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Coríntios 9:16 ARA).

“Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem,” (Gálatas 1:11 ARA).

CONCLUSÃO

As mazelas ocasionadas por esse modo de ser realmente é prejudicial. O pragmatismo é antropocêntrico. Como expõe o pastor Jeramie Rinne: 

“Descobri que isso era verdade pelo menos de duas formas. Primeira, focar nos resultados inevitavelmente significa focar no status momentâneo das pessoas. Elas estão vindo, permanecendo, dando dízimos e ofertas, participando ou servindo? Se sim, então continue fazendo o que você está fazendo porque algo está funcionando tão bem. É claro que uma boa liderança pastoral envolve ouvir a congregação com humildade, mas o pragmatismo me impeliu para além da sensibilidade pastoral, levando-me ao temor de homens. Por outro lado, não me levou a pensar teologicamente ou ao temor de Deus. Em segundo lugar, o ministério pragmático tende a ser humanista na forma como ele comemora os profissionais bem-sucedidos. Esses pastores que decifraram o código para alcançar os baby boomers, ou os Millennials, ou os pós-modernos, ou os urbanos, atraem uma multidão de pastores em busca de ajuda. Mesmo em um nível local, quando os pastores regulares ficam juntos, eles inevitavelmente querem saber duas coisas: 1) quem no grupo tem os ministérios prósperos, e 2) o quê esses pastores estão fazendo que funciona tão bem”. (12)

Agora fica com você que leu essa postagem a fazer a diferença em sua igreja. A priorizar o certo, o bíblico, a parar de olhar para resultados e se deter mais nas páginas da Bíblia, no teu relacionamento com Deus, na perseverante transmissão da Palavra de Deus, do discipulado bíblico, do verdadeiro evangelho, de ficar na dependência de Deus e cumprir o chamado do Senhor para tua vida e não de cumprir uma agenda cheia de ativismo, uma agenda pragmática, fazendo você escravo de você, fugindo do trabalhar de Deus em tua vida. Se você ver o mapa da época do Êxodo, o povo de Israel foi levado pelo Senhor a terra de Canaã por um caminho bem diferente que um pragmático tomaria.

Fontes consultadas:

(1) https://anti-heresias.blogspot.com/2013/02/diferenciando-dogma-de-doutrina.html

(2) https://www.aulete.com.br/pragm%C3%A1tico

(3) https://www.aulete.com.br/pragmatismo

(4) https://youtu.be/33vMAs6RGx4 

(5) prática certa

(6) sentimento certo

(7) entendimento certo

(8) Série Cultura Bíblica – comentário de Atos.

(9) Dicionário hebraico e grego de James Strong

(10) Comentário Bíblico Moody

(11) Bíblia de Estudo MacArthur

(12) https://ministeriofiel.com.br/artigos/pastor-livre-se-do-pragmatismo/ 

Observação: Comentários e respostas, aguardem a aprovação do moderador do blog.
Dúvidas e esclarecimentos, escreva para: anti-heresias@hotmail.com

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