quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

CONTRADIÇÕES DO PRETERISMO - PARTE 1


Créditos do site A GRANDE CIDADE. Artigo compilado.

A doutrina preterista declara que grande parte do Livro de Apocalipse, Mateus capítulo 24, Lucas 21:5-36 e referências, já se cumpriram. Alegam que as profecias citadas nestes contextos apontavam para conflitos da igreja primitiva, e que, portanto, já tiveram cumprimento em 70 dC quando os romanos atacaram e destruíram Jerusalém. Em níveis diferentes de interpretação, esta visão combina o simbolismo com alegoria ensinando que o vasto contexto profético de Apocalipse não lida com eventos futuros específicos.

Na verdade, o preterismo apresenta uma doutrina confusa, recheada de mudanças feitas ao longo dos anos. Estas mudanças foram inseridas por que apareceram muitas refutações contra a escola preterista obrigando-os a fazer ajustes urgentes para que a proposta pudesse ficar de acordo com as Escrituras. Entretanto, o tiro saiu pela culatra, pois aconteceu exatamente o contrário: nos últimos tempos, inúmeras contradições surgiram, impossibilitando conciliar a visão preterista com a Bíblia.

A maioria dos preteristas acredita no seguinte:

1. Nero era o Anticristo. Não haverá futuro Anticristo individual.

2. O período da Tribulação já terminou. Aconteceu quando o exército romano sitiou Jerusalém em 66-70 dC.

3. Cristo “voltou” nas nuvens em 70 dC para testemunhar a destruição de Jerusalém pelo exército romano.

4. Deus substituiu o Israel do Antigo Testamento pela Igreja. Portanto, todas as promessas bíblicas a Israel pertencem à Igreja.

5. O Armagedom já aconteceu em 70 dC. A queda de “Babilônia” se refere à destruição de Jerusalém pelos romanos.

6. Satanás já está preso no abismo e não pode impedir a propagação do Evangelho. Apocalipse 20 já foi cumprido.

7. Já estamos no Milênio, mas não é literal. Alguns preteristas consideram toda a Era da Igreja como o Milênio. Os 1.000 anos não são literais, mas figurativos, embora seja mencionado várias vezes em Apocalipse 19-20.

Entenda as contradições do Preterismo:

1) Espanto entre os reis de toda terra

Está escrito em Apocalipse 6:15, 16, “E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. E o verso 17, diz: “Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”

Segundo os preteristas, este grande dia da ira aconteceu quando Jesus veio sobre Jerusalém em 70 dC através das tropas romanas. Há, no entanto, vários problemas para essa interpretação, pois esta passagem estabelece uma visão profética para o fim dos dias. E nem que tentem os preteristas, eles jamais poderiam dar explicações satisfatórias do porque os reis de toda a terra estavam se escondendo nas cavernas e nas rochas em 70 dC, correndo da ira de Deus que se abateria sobre Jerusalém.

Não há maneira de aplicar a passagem em qualquer evento que tenha ocorrido antes da destruição de Jerusalém. O contexto necessita ter uma interpretação literal.

Onde, no primeiro século, durante o cerco de Jerusalém, se vê “reis da terra”, “grandes homens, homens ricos, chefes militares, todo escravo e todo livre”, se escondendo nas cavernas e nas rochas das montanhas, gritando: “esconde-nos da ira do Cordeiro” (Ap 6:16)?

A ira do exército romano não é a ira do Cordeiro, nem foi visto em uma escala descrita nas profecias do tempo do fim. O “dia do Senhor” é inaugurado com sinais catastróficos em todo o mundo. Isso não aconteceu no primeiro século.

Em Apocalipse 17:2 vemos os “reis da terra” cometerem fornicação, e seus habitantes se embriagaram com o vinho da sua prostituição. Esta Babilônia é o centro comercial da terra, isto certamente não se encaixa na Jerusalém de 70 dc. Apocalipse 18-9-10,11, diz que os comerciantes e os reis chorarão, sobre ela prantearão, quando vê-la queimando.

Não houve reis, principalmente do Império Romano a lamentar sobre Jerusalém em 70 dC – isso é contrário ao crédito preterista da Babilônia ser Jerusalém. Muito provavelmente o Império Romano “comemorou, e não lamentou” sobre sua destruição.

Em continuidade, surge uma questão para determinar quem é o grande mistério do momento. Nas visões de João o anjo lhe mostra um grande império que dominava nações.

Não se espera que Jerusalém, que foi destruída pelos romanos em 70 dc, poderia ser a mesma metrópole vista no capítulo 17, pois o texto diz que a mulher, a grande cidade, reina (está reinando) sobre os reis da terra. Os judeus e Israel certamente não reinavam sobre os reis da terra nesse tempo. Roma e os reis da terra não estavam sujeitos aos judeus e a cidade santa. Muito pelo contrário, os judeus e sua cidade foram alvos de Roma e seu Imperador, o rei da terra habitada.

2) Os falsos Messias de 70 dC

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mateus 24:4,5).

O preterismo já tem uma lista desses numerosos falsos cristos e falsos profetas que viveram antes de 70 dC. Pessoas que, dizem eles, fizeram reivindicações messiânicas: Teudas em Atos 5:36, Simão, o Mago, em Atos 8:9-10, Judas, o Galileu de Atos 5:37, Bar jesus Atos 13:6 e o Egípcio de Atos 21:38.

O preterismo afirma que estes “MUITOS que vieram (antes de 70dC) em nome de Jesus enganaram multidões”. No entanto, o problema é que, além de não chegar a meia dúzia o número desses falsos profetas, se examinados mais de perto, descobrimos que nem todos reivindicaram ser o Messias. Alguns destes poderiam ser descritas como falsos profetas, mas não falsos messias

Alguns preteristas esclarecem, dado a quantidade reduzida de falsos profetas diante da ênfase que Jesus faz no texto, que o problema é que não possuímos todos os registros históricos desses enganadores que proliferaram antes da destruição de Jerusalém. A propósito, e depois de 70 dC, o que o preterismo sugere sobre os falsos cristos e falsos profetas? Talvez estejam fora da profecia, arrisquem a dizer.

Se tudo se cumpriu até a destruição de Jerusalém, então esses novos – e bilhões de falsos profetas e mestres pós 70 dC – são uns intrusos que apareceram para atrapalhar a doutrina preterista.

A verdade é que esta palavra de Jesus certamente é uma referência para os últimos dias, pois há pouca evidência de que qualquer um dos homens turbulentos e ativos que antecederam à queda de Jerusalém nunca afirmou ser o Messias. Alguns alegaram ser profetas, o que não é a mesma coisa. A afirmação de que tais pessoas virão “em meu nome”, significa que, ou eles virão usando o nome de Jesus ou que eles virão assumindo o título messiânico de Jesus, como está escrito na afirmação explícita exposta no versículo acima. A afirmação de ser o Cristo significa aqui a pretensão de ser o Messias escatológico. Mesmo que alguns indivíduos do primeiro século tivessem feito reivindicações de ser o Messias – a maior parte deles não fez – não iria cumprir esta profecia. Esta passagem é uma das muitas que olha para o futuro.

3) A ‘Nuvem’ de 33 dC e a ‘Nuvem’ de 70 dC

Como é que a “nuvem” de 70 dC, de acordo com os preteritsas, não envolve a vinda pessoal de Cristo no fim dos tempos (Mat 24:30; 26:64; Ap 1: 7), mas a “nuvem vindoura” no final da historian mostra isso claramente (Atos 1:9-11; 1 Ts 4:16,17)?

Vamos comparar apenas três passagens; note as partes sublinhadas:

“E, quando [Jesus] dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:9-11).

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:30).

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:16,17).

A nuvem preterista de 70 dC (Mat 24:30) é prova de uma vinda simbólica em julgamento. Nesse caso, Jesus veio, mas ficou invisível, dizem eles. E acrescentam que essa foi a Parusia, a chamada segunda vinda escatológica. Porém, quando passamos para a passagem de Atos citada acima, vemos a “mesma nuvem” de Mateus o ocultando dos olhos dos discípulos quando ele foi assunto ao céu. E “a nuvem” do texto de Paulo o trás de volta.

Onde Cristo (ou qualquer escritor do Novo Testamento) fez distinção entre duas vindas e, onde Ele (ou qualquer escritor do Novo Testamento) disse que apareceria pessoalmente em uma e não na outra? A resposta para ambas as perguntas está “em lugar nenhum”. Tal distinção entre as duas vindas é o produto da distorção teológica do ensino do NT, não da prática exegética.

4) Apostasia total antes de 70 dC? Onde?

O Novo Testamento dá indicações claras de que o retorno de Cristo não seria tão cedo quanto 70 dC.

Quando alguns, no primeiro século começaram a ser muito específicos sobre a época do retorno de Cristo, eles foram repreendidos pela autoridade apostólica.

Paulo escreveu em 2 Tessalonicenses 2: 2 que os tessalonicenses não deveriam pensar que este evento está próximo. Eles não deviam esperar por uma segunda vinda imediata: “… não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto“.

A carta foi escrita entre 51-52, dezoito anos antes da destruição de Jerusalém. Paulo, no mínimo, poderia dizer que o Senhor viria breve, que faltava pouco para se completar uma geração; mas aqui, não se sabe porque, ele diz de forma explícita que a volta de Jesus não estava perto de acontecer.

Os tessalonicenses são informados de que um grande afastamento da fé teria que ocorrer antes da segunda vinda (“ninguém de modo algum vos engane; porque isto (a vinda de Jesus) não sucederá sem que venha primeiro a apostasia…”, 2 Tess 2:3).

Com relação às igrejas da Ásia, não todas, a apostasia levaria mais de trinta anos para ocorrer. E a apostasia que alcança o fim dos tempos, pode ser vista de forma explícita atualmente – uma apostasia que já vem se arrastando deste o Século V depois de Cristo, alcançando um nível bem mais alto em nossos dias.

Se tomarmos por base a cronologia preterista, e considerando que Paulo escreveu dezoito anos antes da destruição de Jerusalém, devemos nos perguntar se este curto espaço de tempo conteve a grande apostasia associada a vinda do homem do pecado e a volta do senhor Jesus; isto é duvidoso, pois o próprio Paulo diz que até 64 dC essa Apostasia ainda não havia ocorrido:

“mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 Timóteo 4:1). Descobrimos que a apostasia anunciada por Paulo, para acontecer nos “últimos tempos”, certamente não aconteceu em 70 dC dado a natureza do alerta somado ao tempo da escrita da carta, entre 64 e 65 dC, possivelmente quando Paulo estava na Macedônia (1 Timóteo 1:3).

Lembrando aos leitores que os últimos tempos, segundo os preteristas, ocorreram com a destruição de Jerusalém e a suposta volta do Senhor em 70 dC. Como visto, fica praticamente impossível encaixarmos nestes cinco anos a grande apostasia, o aparecimento do homem do pecado com seus sinais e prodígios, enganos e alianças – principalmente com Israel – e a volta de Jesus.

Mas isso não é tudo; descobrimos que três anos antes da destruição de Jerusalém ainda não havia ocorrido esse desvio doutrinário.

Falo de algo que o Apóstolo Paulo disse a Timóteo em sua segunda epístola. O tempo da escrita da carta até 70 dC é muito curto para conter os eventos profetizados que envolvem a volta de Jesus – essa carta foi escrita em 67 dC. Paulo advertiu Timóteo que “chegará o tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina” (II Timóteo 4: 3).

Observe um detalhe interessante; Paulo escreveu estas palavras em 67 dC: “chegará um tempo… “. Faça sua própria avaliação e veja se parece algo que se cumpriria nos próximos 36 meses. Eu acredito que esta apostasia dificilmente poderia ter ocorrido antes da queda de Jerusalém.

Somente observando o tempo do alerta podemos saber que os “últimos dias” mencionados por Paulo não podem ser aplicados para a destruição de Jerusalém, como ensinam os preteristas.

E Pedro, em II Pedro 3, também adverte que aqueles que zombam porque o Senhor ainda não veio, não devem impedir o cristão de crer que Ele virá porque com o Senhor “mil anos é como um dia“. Eles não deveriam, então, ficar surpresos com a demora. 2 Pedro foi provavelmente escrita por volta de 65 dC, cinco anos antes da destruição de Jerusalém.

Jesus não veio em 70 dC!

5) Caifás viu a Vinda de Jesus?

“Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote [Caifás], disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.”, Mateus 26:63, 64.

Aqui temos O “Filho do homem vindo”; outra passagem que é frequentemente citada pelos preteristas como um texto cumprimento apontando para dC 70.

O argumento típico preterista é o seguinte: Jesus disse a Caifás que ele iria vê-lo no seu reino, o que foi uma profecia cumprida em 70 dC, quando Caifás viu Jerusalém em ruínas, destruída pelas mãos dos romanos. O fato triste, porém, é que Caifás morreu muito tempo antes de 70 dC!

Caifás foi deposto por Vitélio, governador da Síria em 37 dC. O biógrafo mais completo de Caifás, Helen K. Bond (professor titular de Linguagem do Novo Testamento, da Universidade de Edimburgo), concluiu, após uma década de estudos que, “depois de dezoito anos como sumo sacerdote, Caifás, demasiado idoso e enfermo, morreu logo após essa data”. (Caifás: Amigo de Roma e Juiz de Jesus, p 89).

Em 1990, o ossuário de Caifás foi descoberto. Esta relíquia tem resistido a todos os ataques acadêmicos por razões epigráficas, incluindo a inscrição e outros enfeites, e foi certificado como autêntico. Nesta caixa extremamente ornamentada está inscrito o nome de Caifás – segundo estudos os ossos são de um homem de 60 anos. Se Caifás viveu até dC 70 e viu a destruição de Jerusalém, então ele teria apenas oito anos quando começou a reinar como sumo sacerdote em Israel, e tinha apenas 20 anos quando condenou Jesus. Mas não é somente isso, ainda há outro detalhe…

Mesmo que Caifás não tenha morrido em torno de 40 dC, ainda assim não há o menor fragmento de evidência que ele viveu para ver a destruição de Jerusalém. E se ele morreu logo depois, não houve praticamente nenhuma chance para sepultar o sumo sacerdote em meio a destruição e miséria, condições impossíveis de se encontrar em Jerusalém após os ataques do exército romano. Na verdade, ficaria quase impossível concluir que ele tenha sido tão cuidadosamente colocado para descansar em um ossuário ornamentado no túmulo da família diante de tanto lixo e escombros, sem falar na falta de liberdade, pois Jerusalém estava totalmente destruída e vigiada pelo exército inimigo. Seu túmulo fica ao sul de Jerusalém, em uma área que havia sido controlada pelos romanos desde cerca de 58 dC. Para todo este tempo e despesas, o tão cuidadoso enterro de Caifás torna o fato altamente improvável de ter acontecido em 70 dC ou logo depois.

A razão de Caifás ser tão importante nesta narrativa (e não apenas um personagem entre os escribas, os anciãos, e todo o Sinédrio) é que no contexto imediato da presente declaração, Caifás foi especificamente apontado como o destinatário da profecia. Certamente Caifás não viu a vinda de Jesus em sua época. Jesus dizia que a geração de Judeus, que na ocasião da sua segunda vinda representaria todos que ali estavam, O veriam vindo sobre as nuvens. Caifás era apenas um tipo de sacerdote anticristão da alta produção final, o fim dos tempos. “Caifás” vai ver a vinda de Jesus em poder e grande glória.

Quando Jesus disse que viria nas nuvens, isso foi uma reivindicação do ofício messiânico; Caifás respondeu: “Ele blasfêmou!” Caifás não estava respondendo a uma alegação de que Jesus voltaria simbolicamente. Ele estava respondendo ao evento real que seria perpetrado pelo Messias, como ele bem conhecia. Jesus estava reivindicando autoridade messiânica ao se associar como aquele que viria nas nuvens do céu!

Portanto, quando Jesus diz aos líderes judeus de sua época, liderados por Caifás: “… vereis o Filho do homem assentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu” (Marcos 14:62) Ele não lhes falava de sua vinda em 70 dC.

Esses problemas poderiam ser evitados se os preteristas não ignorassem a multidão de profecias na Bíblia que abordam as pessoas como representando uma geração futura.

Alguns exemplos serão suficientes: quando José estava prestes a morrer, ele diz a seus irmãos: “… Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus ossos” (Gênesis 50:25). O cumprimento desse mandamento profético não seria visto por muitas gerações. Quem tirou os ossos de José do Egito foi Moisés, quase quatro gerações depois (Ex 13:19).

Jeremias se dirige aos anciãos que foram levados para o Cativeiro de Babilônia e diz-lhes: “Quando setenta anos tiverem sido cumpridos para Babilônia, eu os visitarei e cumprirei minha boa palavra a vocês, para trazê-los de volta a este lugar” (29:1).

Pelo fato de ele estar se dirigindo aos anciãos, não precisamos presumir que todos devam ter vivido outros 70 anos para ver o cumprimento dessa profecia. Apesar de a profecia dizer que eles seriam visitados, e voltariam para suas terras, eles não viveram para ver o cumprimento profético.

Em Malaquias 4: 5, o profeta diz: “Eis que eu lhes enviarei o profeta Elias antes da vinda do grande e terrível dia do SENHOR”. Essa profecia não foi cumprida por pelo menos 400 anos, mas foi usada no texto a palavra na segunda pessoa para dirigir àqueles a quem Malaquias endereça à sua profecia.

Jesus vem!

6) Fatos em Mateus 24

Quero apresentar ao leitor alguns fatos que, segundo o preterismo, já ocorreram antes da destruição de Jerusalém. Acompanhem a leitura e observem como as contradições saltam diante dos olhos,

5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos…

11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos…

24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos

A turbulência promovida por estes falsos ministros seria tão grande que a advertência é repetida em três versículos. Por que Jesus repetiu esse alerta por três vezes para sua geração se os falsos mestres que rodearam a Igreja até 70 dC não passaram de uma dúzia?

Nunca se leu ou ouviu sobre estes muitos falsos profetas que estiveram presentes entre 30 e 70 dC promovendo sinais e prodígios ao ponto de conseguir enganar até os escolhidos.

Paulo deixa implícito que o aparecimento de falsos obreiros, falsos profetas e falsos apóstolos ocorreriam de uma forma mais crescente depois de 70 dC,

Ato 20:29 – Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho

João, escrevendo muito tempo depois da destruição de Jerusalém, atesta,

1 Jo 4:1 – AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.

Mateus escreveu seu Evangelho entre 55 e 60, portanto, quase trinta anos após o discurso do Senhor e perto da destruição de Jerusalém, não fazendo nenhuma adição sua ao contexto, alertando sobre os falsos Cristos que já proliferavam. Isso deve significar também que eles não poderiam jamais se multiplicar em números elevadíssimos nos poucos anos que faltavam até chegar em 70 dC.

A impressão que se tem quando nos atentamos para esse contexto, tendo por base a visão preterista, é que os falsos profetas não existem mais – Eles vieram e se foram, como tudo o que eles dizem que se cumpriu em 70 dC. Aliás, tem muita coisa que eles garantem ser figura, mas a impressão é que tudo se transforma em fumaça ou neblina, pois na interpretação figurada dos preteristas o que é simbólico some, evapora!

6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

7 Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Não houve um contexto de guerras e rumores de guerras, nação contra nação e reino contra reino numa época – antes de 70 d.C – que o mundo todo era subjugado ao império romano, onde ninguém lhes fazia guerra e muito menos guerreavam entre si.

As profecias de Jesus sobre guerras e rumores de guerras se encaixam perfeitamente em nossa geração, tão cheia de guerras, fome, pestes, terremotos e pragas jamais vistas no planeta.

12 E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.

Segundo os preteristas todos os moradores de Jerusalém iam ficar gelados na fé e a iniquidade iria se multiplicar entre eles. Isso só pode ser uma tremenda brincadeira de mau gosto!

13 Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

Aqui novamente o preterismo garante que os moradores de Jerusalém deveriam perseverar até o fim da destruição da cidade e serem salvos. Destruídos, sem morada, sem nação, quando seriam espalhados sobre toda a terra… e a promessa é que seriam salvos, pois, Jesus lhes disse em Lucas 21:28: “quando virdes todas essas coisas acontecendo, levantai vossas cabeças, porque vossa redenção se aproxima“. Somente o preterismo pode explicar essa abominável contradição.

14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

Aqui é o fim de Jerusalém conforme afirmam os preteristas. Segundo eles, Jesus está dizendo que o Evangelho seria pregado em todo o mundo e depois viria o fim de Jerusalém.

7) Duas guerras DEPOIS de 70 dC!

O General Tito e seu exército foram os vencedores em 70 dC na invasão de Jerusalém, mas nós podemos ler em Apocalipse sobre um imenso batalhão comandados pela “besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e contra os seus exércitos” (Apocalipse 19:19), que foram os perdedores. O verso seguinte diz: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre“.

A extensão do problema preterista é incalculável, pois aqui encontramos registros de uma batalha ocorrida após a suposta queda de Jerusalém (“caiu, caiu a grande Babilônia”) em Apocalipse 18:1,2.

Uma facção do preterismo afirma que a besta era o imperador romano Nero ou mesmo seu sucessor. Entretanto, Nero suicidou-se dois anos antes de Jerusalém ser destruída. Por outro lado, é preciso lembrar que Jerusalém foi destruída sob o imperador romano Vespasiano/Tito, não Nero. Além disso, se ensinam que Nero foi o Anticristo, será que vão concordar que Vespasiano, ou Tito, foi o falso profeta? Eles seriam obrigados a crer no seguinte: Nero e Tito – ou Vespasiano – foram “lançados vivos no lago de fogo e enxofre” (Apocalipse 19:20).

Leia novamente o que ocorre com esses personagens após serem derrotados:

“E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre”.

Se tomamos por base a cronologia preterista temos que localizar o julgamento destas duas figuras reais no capítulo 19, após o anúncio da suposta queda de Babilônia/Jerusalém pelas tropas do General Tito. Ora, se as profecias mostram mesmo o exército romano invadindo Jerusalém nos capítulos anteriores, culminando com a derrocada da mesma em Apocalipse 18:1,2, então, que exército é esse que aparece no capítulo 19 batalhando contra o cordeiro e é derrotado?

Fica sumamente impossível crer na proposta preterista, e muito mais impossível ainda seria crer se eles apenas insinuarem que o capítulo 18 cumpriu-se em 70 dC, mas o 19 não.

Observe que a história narrada mostra as ações maléficas desses homens durante todo o Livro Profético, nos apresenta a queda de Babilônia e registra o julgamento dos mesmos em Apocalipse 19. Note também que este capítulo revela que eles foram instrumentos do julgamento de Cristo. Quem os julga e os lança no lago de fogo é o próprio Jesus na manifestação da sua Vinda, a qual os preteristas são obrigados a garantir que já ocorreu.

E os problemas não param aqui; ainda há o registro de outra guerra – dessa vez ficamos sabendo de uma cidade santa que sai triunfante. Está em Apocalipse 20:8, 9

“E [Satanás] sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo do céu, e os devorou”.

Isto aconteceu quando? Onde?

Essa teoria do preterismo não corresponde aos fatos, pois a queda de Jerusalém em 70 dC não extinguiu o anticristo. Nem os milhares de judeus mortos no cerco de Jerusalém, pôs fim ao anticristo – nem o Anticristo e muito menos o falso profeta existiam naquela época.

Essa é a falha aberrante do preterismo, que é doutrinariamente confuso ao extremo. Observem que o capítulo 19, imediatamente após a Vinda de Jesus, registra o destino do Anticristo e do falso profeta, seguido do capítulo 20 que mostra um exército imenso sendo totalmente derrotado.

Só existe uma maneira de resolver essa confusão toda: Apocalipse jamais foi escrito antes da queda de Jerusalém. E os capítulos 18 e 19, como várias outras partes do Livro, ainda não tiveram cumprimento!

Leia também O Preterismo e Zacarias 12-14

8) Os Discípulos não percorreram todas as Cidades de Israel?

Mateus 10:22-23 e Mateus 10:5-7

“E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem”.

“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus“.

Conclusão Preterista

(1) Jesus iria retornar antes de os discípulos terem passado por todas as cidades de Israel

(2) não levaria mais de 40 anos para os apóstolos passarem por todas as cidades de Israel

(3) Jesus iria retornar dentro de um período relativamente curto de tempo (40 anos, ou em 70 AD).

Há muitos outros pontos que podem ser trazidos nas oportunidades que essa passagem fornece. Esse pensamento é sobre o paradoxo dos seguidores de Cristo ter evangelizado todo o mundo conhecido antes de 70 dC, mesmo não tendo percorrido todas as cidades de Israel.

É ensinado em toda a literatura preterista que o Evangelho seria pregado ao Império Romano inteiro antes de 70 dC. A lista dos versos é normalmente oferecida para provar que o Evangelho foi pregado a todo o mundo no cumprimento da declaração de Jesus em Mateus 24: “este evangelho do reino será pregado em todo o mundo (oikoumene), em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.

Então, este modelo desafia a intuição, sugerindo que os discípulos eram, A) capazes de evangelizar todo o mundo conhecido antes de 70 dC, e ainda, B) não foram capazes de dar cobertura nas cidades em seu próprio quintal após 40 anos de evangelização!

O Evangelho foi pregado ao mundo inteiro até 70 dC e, ao mesmo tempo, os discípulos não conseguiram percorrer todas as cidades de Israel!

Tenha em mente que eram as cidades de Israel que supostamente não haviam sido ainda alcançadas – mesmo 40 anos depois. Aqui o preterismo tropeça, declarando que o Evangelho foi pregado a “toda criatura” antes de 70 dC, enquanto o contexto diz que os discípulos não percorreram todas as cidades de Israel pregando a Palavra. Um exemplo apenas, dentre centenas, de como o Preterismo torce a Palavra de Deus para manter suas heresias. Eis aí um erro de interpretação grosseiro ao extremo!

9) Até que Ele venha

Na ceia do Senhor os cristãos primitivos foram ensinados a “anunciar a morte do Senhor até que Ele venha” (1 Coríntios. 11:26). Se em 70 dC ocorreu a segunda vinda do Senhor, em seguida, os discípulos deveriam ter cessado a participação da Ceia!

Esta teoria exige uma reinterpretação de muitas passagens claras e prejudica o ensino bíblico básico sobre a nossa adoração e esperança. Se quisermos participar da Ceia do Senhor “até que Ele venha”, e ele já veio, não há propósito na participação da Ceia hoje, e nem deveríamos estar ansiosos para a ressurreição no último dia (Jo 6:39,40,44,54; 12:48).

O problema é que Jesus só veio uma vez; e a Bíblia esclarece que haverá uma segunda vez apenas no fim do mundo – esta não será a terceira vinda:

Heb 9:28 – Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

10) Última hora depois do Apocalipse

Outro problema aqui para o Preterismo, que é apaixonado por expressões como, “a hora é chegada”; “em breve”; “o tempo está próximo” e similares.

Segundo muitos teólogos católicos, João escreveu suas pequenas epístolas após ter sido liberto do cativeiro na ilha de Patmos, quase três décadas após a destruição de Jerusalém

O problema é que João continuou afirmando…

Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. (I João 2:18).

A “última hora…”

11) Não provarão a Morte

Mateus 16:28, Marcos, 9:1 e Lucas 9: 27, dizem:

“Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino“.

“DIZIA-LHES também: em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder“.

“E em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus“.

Os preteristas entendem que esta passagem é uma prova de que a segunda vinda de Jesus ocorreu antes que alguns de seus discípulos morressem. Isto é, que morressem antes da invasão de Jerusalém e a destruição do Templo, que eles entendem ser a vinda do Filho do Homem em seu reino, mencionada no versículo citado.

Temos aqui um impasse; nenhum deles (Pedro, João e Tiago) se encontrava vivo depois de 67 dC. Tiago e seu irmão João foram martirizados – Marcos 10:35-39; Atos 12:1,2, e Pedro (João 21:18; 2 Pedro 1:14) morreu antes de 70 dC. Além disso, as palavras de Jesus dirigidas a Pedro sobre o discípulo amado, “Eu quero que ele fique até que eu venha” (Veja João 21:20-22), não apontam para João”. Veja meu artigo, O Discípulo Amado não é João. Veja também o tópico de número 1 em Contradições do Preterismo VII com o título “O discípulo que não Morreu”.

Há um número considerável de teólogos que apresentam evidências irrefutáveis de que João sofreu o martírio da mesma forma que seu irmão Tiago. A primeira evidência pode ser encontrada nas palavras de Jesus no Evangelho de Marcos; o Senhor diz que os dois filhos de Zebedeu deveriam beber do mesmo cálice que ele, o que indica o martírio (Marcos 10:35 – 39; compare com Mateus 26:39).

E tenha mente caro amigo leitor: o livro de Apocalipse não foi escrito por João, irmão de Tiago, mas por outro João. Em breve vou preparar um artigo sobre isso.

As referências nesse site que mencionam João – o Apóstolo entre os doze, o filho de Zebedeu – como escritor do livro de Apocalipse, estão sendo corrigidas assim que são encontradas.

Mateus 16:18 é uma referência para a transfiguração de Jesus. No capítulo imediato (17: 1), Jesus é transfigurado diante de seus discípulos. Note-se que o episódio da transfiguração segue imediatamente a promessa de não experimentar a morte antes de ver o reino do Filho do Homem.

E não somente isso, mas Pedro (em sua segunda epístola, 1:16), ao falar desta cena, declara que foi uma manifestação do poder e vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele diz que a palavra da profecia lhes foi confirmada pela visão de Sua majestade; de modo que eles sabiam do que falavam, fazendo-lhes saber o poder e a vinda de Cristo, tendo contemplado Sua majestade. Na verdade, é precisamente neste sentido que o Senhor fala disso aqui, como vimos. Foi uma amostra da glória na qual Ele viria no futuro.

Note as palavras de Pedro sobre o episódio da transfiguração como a glória de Cristo – não uma imagem da invasão de Jerusalém. Ele morreu antes da destruição do Templo, mas se refere à Transfiguração como a “vinda” (Parusia – grego) de Cristo.

“Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando pela Glória Magnífica lhe foi dirigida a seguinte voz: este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; e essa voz, dirigida do céu, ouvimo-la nós mesmos, estando com ele no monte santo” (2 Pedro 1:16-18).

Os detalhes no texto podem nos dar uma visão melhor: “quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade… estando com ele no monte santo”.

Este é um antegozo de sua vinda final em glória (Atos 1:11; Apocalipse 1: 7). Então, em certo sentido, de uma perspectiva bíblica, esse incidente pode ser chamado de “o poder e a vinda” de Jesus!

As divisões do versículo estão alinhadas desta forma no Evangelho de Marcos. Se lermos essa narrativa no evangelho de Marcos, ela se tornará muito mais clara:

“Dizia-lhes ainda: em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus.

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.

Então, Pedro, tomando a palavra, disse: mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e outra, para Elias. Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados.

A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: este é o meu Filho amado; a ele ouvi. E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus. Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos” (Marcos 9:1-9).

Este contexto é seguido – não por uma divisão de capítulo – mas por uma sequência natural de eventos – mostra que Jesus cumpriu a promessa que fez seis dias antes. Se o evangelho de Mateus tivesse sido dividido dessa forma, pareceria uma sequência mais natural. Além disso, Jesus disse: “Alguns dos que estão aqui”. Esta linguagem se encaixa com os três discípulos (Pedro, Tiago e João) que o viram na transfiguração. No entanto, esta linguagem de “alguns” não se encaixaria com a ressurreição, ascensão, Pentecostes ou a era da Igreja, pois todos os discípulos viram isso.

Finalmente, mesmo de acordo com a visão preterista, ninguém “viu” Jesus em sua suposta vinda em 70 dC, porque teria sido uma vinda invisível. Isso também não se encaixaria na linguagem de Mateus 16:28.

12) Os discípulos Julgando em 70 DC!

Os Preteristas conectam intimamente a segunda vinda de Cristo com a cena do julgamento. Isso significa que todos os três eventos (a Parousia, a ressurreição geral e o Juízo Final) estão conectados inseparavelmente e ocorrem em rápida sucessão.

As escrituras fazem alusão a essa sequência em muitas passagens (Mt 24: 29-34; 1 Cor. 15: 22-24; 1 Tess. 4: 13-18; 2 Tess. 1: 5-10; 2: 1-14) .

Os hiperpreteristas referem-se a Apocalipse 20: 4, “Eu vi tronos nos quais estavam sentados aqueles que tinham autoridade para julgar”. Eles interpretam este texto para significar que os crentes na segunda vinda de Cristo em 70 dC receberam autoridade para julgar. Segundo eles, Paulo alertou os coríntios e perguntou-lhes: “Não sabeis que os santos julgarão o mundo?” (1 Cor. 6: 2). Anteriormente, Jesus instruiu seus discípulos, dizendo: “Em verdade vos digo, na renovação de todas as coisas, quando o Filho do Homem se assentar no seu trono glorioso, vós, que me seguis, também vos sentareis nos doze tronos, julgando as doze tribos de Israel” (Mat. 19:28).

Os hiperpreteristas dizem que a profecia de Jesus teve que se cumprir em 70, quando ele, sentado em seu trono, voltou com todos os seus anjos na glória celestial (Mt 25:31). E em Apocalipse 20: 4, João mostra que os santos voltaram à vida e reinaram com Cristo por mil anos. Portanto, para os preteristas, a Segunda Vinda, a ressurreição geral e o Grande Julgamento aconteceram ao mesmo tempo, quarenta anos após a ascensão de Jesus.

Como a presença dos discípulos (no julgamento na suposta vinda de 70 dC) pôde ser possível se alguns deles ainda se encontravam vivos?

13) Estamos no Milênio?

Uma ala do preterismo admite que estamos no milênio. Se já estamos no Milênio, porque ainda há guerra no mundo? Quando o leão deitou-se com o cordeiro? E quando as nações colocaram suas armas em arados? Se os 1.000 anos são apenas simbólicos, então o reinado de Cristo é apenas simbólico?

Se estamos no Milênio, então deve significar que Satanás está amarrado e preso (Apocalipse 20:2). Essa é exatamente a proposta preterista; eles alegam que Satanás foi amarrado e preso depois da destruição de Jerusalém. Usam o texto de Romanos 16:20 para provar esse disparate: “E o Deus de paz em breve (70 dC) esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco“. Afirmam que nessa ocasião Deus acabou com o mundo Judaico, onde teve início uma nova era. Para eles foi o início do Milênio. Entendem que a segunda vinda de Jesus ocorreu ali.

Veja o artigo, O ‘mundo’ judeu foi destruído em 70 dC?

Se Satanás está aprisionado mesmo, então as advertências de Jesus, Pedro e Paulo não servem mais para nossa época:

“O diabo, como um leão que ruge, anda ao derredor buscando a quem possa tragar” (I Pedro 5:8). O apóstolo Paulo refere-se a Satanás como o “príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2).

Nem mesmo a parábola do semeador pode ter efeito em nossa época; Satanás não tira mais a palavra que foi semeada: “E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada” (Marcos 4:15).

Santanas não mais engana ninguém como enganou Ananias: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno?” (Atos:5:3).

Ninguém mais se converte a Deus do poder de Satanás, pois estando ele preso seu poder é neutralizado: “para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim” (Atos:26:18).

Satanás não se transforma mais em anjo de luz: “E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz” (2 Coríntios:11:14).

Como Satanás está preso, então as pessoas que se desviam hoje o fazem por contra própria. Antes de 70 dC eles iam após Satanás: “porque já algumas se desviaram, indo após Satanás” (1 Timóteo:5:15).

Portanto, segundo o Preterismo, Satanás não mais busca a quem devorar; não opera nos filhos da desobediência; não confunde quem recebe a Palavra; não enche o coração das pessoas e ninguém se converte mais do poder de Satanás a Deus. Ora, se Satanás está preso hoje, porque as nações ainda estão sendo enganadas?

O problema, sempre enorme para o Preterismo, é que logo após a volta de Jesus, Satanás é preso (“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos” Ap 20:1-2″), mas após o Milênio ele será solto (“Ora, quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão” Ap 20:7). E depois de sua última investida contra Deus e seu povo, ele será lançado na lago de fogo e dali jamais sairá: “e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos” (Ap 20:10). Porém, os preteristas insistem na afirmação de que ele está preso e que o Milênio, que dizem ter se iniciado com a volta de Jesus em 70 dC, não terminou. Ou seja, eles entendem que vivemos no novo Céu e na nova Terra.

Somente nos resta saber quando o Milênio dos preteristas vai se findar; quando vão libertar Satanás para enganar as nações e, por fim, quando o lançarão no lago de fogo.

Eles precisam fazer malabarismos com o contexto das Escrituras, pois é dito que o homem do pecado, o filho da perdição, vai aparecer com todo o poder do diabo, que certamente está solto, e bem solto:

“… a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça” (2 Tess2:9-12).

A palavra vai ter cumprimento no fim dos tempos; deve acontecer, obrigatoriamente, antes do Milênio.

14) As Igrejas apóstatas de Apocalipse

O argumento da dogmática católica preterista propõe que a apostasia descrita em Apocalipse para a maioria das Igrejas ali apresentadas ocorreu antes da destruição de Jerusalém. Portanto, devemos concluir que as sete cartas endereçadas as sete Igrejas foram escritas antes de, no máximo, 65 dC.

Apocalipse 3:14-22 descreve a igreja de Laodicéia em meio a riqueza (v. 17). Essa não pode ser a visão de uma Igreja que existia antes de 70 dC. Em 61 um terremoto visitou a cidade de Laodicéia, que levou quase duas décadas para ser reconstruída. Tácito escreveu, “Laodicéia foi destruída por um terremoto neste ano [61 AD] e reconstruída a partir de seus recursos, sem qualquer subvenção de Roma”. Esse terremoto foi em toda a cidade, e não se limita apenas a parte dela como supõem alguns preteristas, que enrolados em seus argumentos precisaram limitar o terremoto em apenas uma parte da cidade tentando salvar quase toda a região de Laodicéia apenas para embelezar a Igreja e mantê-la de pé pelo fato de entenderem que ela era rica e abastada antes de 70 dC. Ora, se o terremoto aconteceu apenas numa pequena parte de Laodicéia, afirmam, obviamente daria tempo da cidade ser reconstruída antes da queda de Jerusalém e ainda alcançar o estatuto de rica e abastada.

Paulo escreve uma carta para a Igreja de Colossos – seria também de grande utilidade para a Igreja de Laodicéia,

Col 4:16 E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia lede-a vós também.

A condição das duas Igrejas era a mesma: elas andavam em comunhão com o Senhor. Observem o que Paulo escreve a Igreja de Colossos/Laodicéia em 62 dC,

Colossenses 2

1 PORQUE quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne;

2 Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo,

5 Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo.

Observe que Paulo diz que eles eram fieis, quando lista algumas imoralidades (versos 5 do capítulo 3) e diz-lhes que eles superaram essas coisas “nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas…”, 3:7

Como poderia uma Igreja, elogiada por Paulo na carta aos Colossenses em 62 dC, que a descreve como um grupo ativo, não ser nem cumprimentada pelo Senhor em Apocalipse (3:14-22), que a chamou de “… miserável, e pobre, e cego, e nu?”, v: 17

Se Paulo e João escreviam na mesma época – Colossenses e Apocalipse – como poderiam os preteristas explicar que um deles, em Colossenses, elogia a Igreja de Laodicéia como um grupo de cristãos em comunhão com o Senhor, mas o próprio Jesus, através de João, diz a mesma Igreja: “… vomitar-te-ei da minha boca” (Apo 3:16)?

15) “… ainda nos dias de Antipas…”

Apresento aqui aos leitores uma das maiores gafes do preterismo que, na teimosia de querer manter a tese de que Apocalipse foi escrito antes de 70 dC, esqueceu-se de um mártir citado numa das cartas endereçado a uma das sete Igrejas apresentadas em Apocalipse – na carta a Igreja de Pérgamo.

Observem o texto: “Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita (Apo 2:13).

A referência é a um mártir – o nome dele é Antipas. O problema é que o versículo fala da morte de Antipas. E Antipas morreu depois do ano 70 dC. Se o versículo refere-se a morte de Antipas, certamente foi escrito após 70 dC.

“O Santo e glorioso mártir Antipas foi contemporâneo dos apóstolos que o tinham posto à frente da Igreja de Pérgamo. Na época da perseguição de Domiciano (c. 83), mesmo já sendo de idade avançada, o santo bispo foi levado à prisão pelos pagãos por negar-se a oferecer sacrifícios aos ídolos. O Santo foi então arrastado diante do governador que havia antes tentado persuadi-lo a renegar sua fé em Cristo, dizendo que a adoração aos ídolos era mais antiga e, portanto, mais respeitável do que aquela nova religião pregada por pescadores e gente humilde.

Santo Antipas respondeu lembrando a história de Caim que, embora tenha sido antepassado da humanidade, era, no entanto, abominável e desprezível por ter assassinado seu irmão. Que, mesmo as crenças dos helênicos, também muito antigas, não eram menos desprezível para os que receberam a revelação da plenitude da Verdade nos últimos tempos. Ao ouvir estas palavras, o governador e os pagãos encheram-se de ódio e o jogaram numa fornalha ardente.

De lá, Santo Antipas elevou uma fervorosa oração ao Senhor, dando graças por sofrer por amor e testemunhar assim que o amor de Deus é mais forte que a morte. Assim, entregou sua alma nos braços do Senhor e seu corpo foi sepultado na igreja de Pérgamo. De seu túmulo, um suave odor de bálsamo exalou durante anos, produzindo excelentes efeitos terapêuticos para o consolo dos cristãos na cidade e muitos peregrinos que para lá acorriam de todos os lados, para venerar a memória do santo” (Postado em eckesia.org com o título: 11 de Abril: Santo Hieromártir Antipas, bispo de Pérgamo † c. 90).

Antipas foi martirizado no governo do Imperador Domiciano:

“Santo Antipas … disputou durante o reinado de Domiciano, quando foi lançado, como se diz, em um touro de bronze que havia sido extremamente aquecido” (Saints and Feasts – Heiromartyr Antipas, Bishop of Pergamum – Greek Orthodox Archdiocese of America).

“Em 92 d.C., segundo a tradição, Antipas de Pérgamo, discípulo pessoal do apóstolo João, foi assado até a morte em um touro de bronze ou cobre durante as perseguições do imperador Domiciano” (Antipas of Pergamum – Conservapedia).

“Bispo de Pérgamo durante as perseguições do imperador Domiciano. Mártir mencionado no livro canônico do Apocalipse” (Saint Antipas of Pergamon. CatholicSaints.Info. 8 April 2020).

“Santo Antipas, bispo de Pérgamo, martirizado sob o imperador Domiciano” (Catholic Encyclopedia, “New Advent” – Oil of Saints)

16) Jerusalém e o Anticristo em 70 dC

A Bíblia diz que o Anticristo vem acompanhado por sinais, prodígios e milagres: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira“, 2 Tes 2: 9

“E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra [de Jerusalém] que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia”, Ap 13: 14. Esse é o texto na visão preterista.

Onde estão os registros desses fatos antes de 70 dC? Quando foi que Jerusalém fez uma imagem de alguém que foi mortalmente ferido a espada? Quando foi que Nero, ou quem quer que tenha sido o anticristo dos preteristas, fez sinais e prodígios para enganar e para convencer as pessoas a segui-lo, mesmo os eleitos?

Por um lado para reivindicar que Nero foi o homem do pecado, os preteristas são obrigados a confessar que Jesus já voltou, pois é o Senhor que destrói o homem do pecado pelo esplendor da sua vinda. O problema é que Nero cometeu suicídio dois anos antes de Jerusalém ser destruída, o ano da volta de Jesus proclamada pelo Preterismo. Porém, mesmo sabendo que o diabólico imperador romano já estava morto antes de Jesus retornar, nós podemos ver o Anticristo (que muitos entendem ser a Besta) sendo destruído pelo Senhor em sua Vinda. Atente para a união dos versos 1 e 20 do capítulo 19: “Depois destas coisas… a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre“.

A contradição preterista é gritante!

O capítulo 19 registra a vinda de Jesus. A besta, que é Nero para muitos preteristas, ou o império romano para outros preteristas, é vista sendo lançada no lago de fogo DEPOIS da vinda do Senhor. Nero, porém, comete suicídio em 68 dC, antes da destruição de Jerusalém, que para os preteristas ocorre no capítulo 18 (“Caiu a Grande Babilônia”).

Nero morre em 68; Jerusalém é destruída em 70 dC (capítulo 18) e Jesus volta DEPOIS (?) de 70 dC (capítulo 19) e destrói Nero que já morreu!

Está aí mais uma aberração preterista!

Mas não é apenas isso; uma grande parte do Preterismo entende que essa besta lançada no lago de fogo é o Império Romano. No entanto, a besta aqui é derrotada, enquanto Tito e seu exército foram os vencedores em 70 dC!

Que batalha é essa? Onde e quando ocorreu?

Na verdade, nada disso ainda teve cumprimento. Apocalipse 18:1:2 não descreve a queda de Jerusalém, mas de Babilônia; e isso só vai acontecer ANTES da segunda vinda de Jesus no fim dos tempos – não pode ser um cumprimento da Escritura em 70 dC, pois Jesus não voltou naquela ocasião e muito menos acabou com o Anticristo e seu exército: “E então o iníquo [O Anticristo] será revelado, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá com o resplendor da Sua vinda…“ (2 Tessalonicenses 2:8-9).

17) O Conto das duas Cidades

O Apocalipse se dirige os leitores para duas direções; em direção à fidelidade e infidelidade. Consequentemente, João escreveu o que pode ser chamado “Conto de Duas Cidades”, porque ele identifica a fidelidade com a cidade santa e a infidelidade com a cidade prostituta. A visão da cidade santa e a visão da mulher retratam a mesma coisa: a situação do povo de Deus na terra, que vive entre poderes que procuram dominá-los e acabar com sua existência como comunidade de fé.

Os contrastes entre a Babilônia e a Cidade de Deus, entre a prostituta e a noiva, procuram alienar os leitores dos poderes que se opõem a Deus, enquanto os conduzem mais firmemente a uma visão da vida com Deus.

Os leitores são chamados para longe da Babilônia (18: 4) e em direção à Nova Jerusalém. Não haverá motivo para a noiva e o noivo se alegrarem na Babilônia (18:23), mas haverá uma celebração na festa de casamento do Cordeiro na cidade de Deus (19: 7,9). Babilônia será uma morada para demônios (18: 2), mas a Nova Jerusalém será a morada de Deus (21: 3). A prostituta pode exibir um esplendor que vem da exploração das pessoas (19: 12-13), mas a noiva manifesta a glória que vem de Deus (21: 11-21). As nações são corrompidas quando procuram acumular riquezas para si mesmas traficando com a prostituta, mas Deus chama as nações para uma visão da cidade nupcial, onde trarão sua glória à presença de Deus e do Cordeiro (21: 24-26).

Babilônia está repleta de impurezas e engano (17: 4-5; 18:23), mas não há nada impuro ou falso na Nova Jerusalém (21:27). A prostituta embriaga as nações com sua idolatria e pecado (17: 2), (18: 3), mas a noiva convida as nações a beberem da água da vida e a serem curadas pelas folhas da árvore da vida (22: 1-5).

Quem morrer e quem viver, verá!

18) Depois de 70 dC o cristão não morre mais

“mas os que são julgados dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem se casam nem se dão em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lucas 20:35-36).

O mundo vindouro, aludido no texto, é a era pós 70 dC, de acordo com os preteristas. Logo, depois de 70 dC algumas coisas aconteceram com os cristãos:

– Eles não morrem mais!

– Eles são como os anjos no céu

– Eles não se casam!

Isso é o Preterismo!

19) Carta aos Efésios

E as contradições do preterismo não param. Os argumentos contra a tese preterista que podemos encontrar nos relatos as sete Igrejas da Ásia são imbatíveis. Observe você os detalhes sobre a Igreja de Éfeso. Esta Igreja não foi fundada por Paulo até a última parte do reinado de Claudius. Ele lhes escreve a partir de Roma – AD 62. Em vez de repreendê-los por qualquer falta de amor, ele elogia o seu amor e fé. Assim, se Paulo escreve a Igreja em Éfeso lá pelos idos de 62, somos obrigados a localizar a advertência de João aos efésios, acusando-os de ter abandonado o primeiro amor, praticamente na mesma ocasião do elogio de Paulo – Essa seria a conclusão se tomamos por base a cronologia preterista quando afirma que o exílio de João ocorreu no início da década de 60 dC – que as cartas foram escritas em 63, sendo todo o livro concluído até 65 dC.

Paulo testemunha aos efésios o seguinte: “… noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor…”, cap 5:8. Não faz sentido a mesma Igreja ter recebido num espaço tão curto de tempo uma palavra tão negativa do Apóstolo João em Ap 2:4, “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”.

Uma Igreja que havia abandonado seu primeiro amor não poderia jamais ter sido elogiada por Paulo sobre o amor que ela nutria por todos os santos, como também por sua fé, motivos estes que fazem com que o Apóstolo dê graças incessantes a Deus pelo exemplo desses cristãos: “Por isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações“, Efésios 1:15,6

Os absurdos da proposta preterista são gritantes quando examinamos a condição da Igreja de Éfeso descrita pelo Apóstolo dos gentios, que insiste em demonstrar nas suas linhas que Deus “… VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência”, Efe 2:1,2

Paulo declara que a igreja de Éfeso tinha ardente caridade para com “todos os santos” (cf. Ef 3.18). Paulo chegou até a convidá-los a participarem da “… largura, e a altura e a profundidade” do amor de Deus, … que excede todo o entendimento” (Ef 3.18-19). Portanto, João jamais poderia ter escrito, na mesma ocasião da escrita de Paulo, que a luz que havia ali estava para ser apagada.

O contraste é tão grande que até os mais desavisados e ignorantes percebem. Uma congregação que no tempo presente da escrita do apóstolo Paulo foi reconhecida como luz no Senhor, transbordante de amor para com os santos, sendo firme na fé e vivificada, não pode ser acusada de ter abandonado seu primeiro amor por outro Apóstolo praticamente na mesma época. Como poderiam ter abandonado este amor em tão pouco tempo, se houve mesmo algum tempo? Ora, a verdade é que esse afastamento do primeiro amor se deu num tempo anterior tão distante que Jesus pede a Igreja que se lembre de onde havia caído.

Apocalipse 2:5, “… pratica as primeiras obras…”.

Essa advertência associada ao início do versículo, de que deveriam lembrar-se de onde caíram, como e quando caíram, deixa explícito que essa queda ocorreu num passado bem distante. Esse tempo distante se calculamos tendo por base as datas do preterismo, que coloca João em Patmos por volta de 62 dC, obriga-nos a voltar, pelo menos, em 40 dC para localizar a queda da Igreja. Isso é impossível, pois nessa época não havia Igreja em Éfeso.

Assim, surge o questionamento: o que seria mais coerente concluir se tentamos cobrir esse espaço de tempo enorme exigido pelo contexto explicito, revelado na exortação de Jesus que a queda da Igreja se deu num tempo anterior muito distante? A advertência só faz sentido se localizamos a escrita para anos depois de 70 dC. Em outras palavras, se os registros foram feitos quase no final do primeiro século, e se voltamos no tempo para acompanhar a Igreja no rastro de sua queda, podemos achar uma congregação que perdeu seu primeiro amor no início da década de 80 dC, pelo menos.

Quando Paulo escreveu para essa Igreja não encontrou nada a criticar. Entretanto, se João escreveu a Éfeso na mesma época, então dentro de um curto espaço de tempo a igreja deixou seu primeiro amor e estava em perigo de ter sua luz apagada. Isso é uma tremenda contradição; não é possível admitir que uma Igreja elogiada por ser “… Luz no Senhor…“, pode, ao mesmo tempo, ser ameaçada de ter seu candeeiro removido.

Em suas admoestações a Timóteo e na sua carta aos Efésios não há nenhum indício de o mesmo problema estar em destaque na palavra do Senhor a Éfeso em Apocalipse 2,1-7 – perder seu primeiro amor. As mensagens de Paulo avisam do engano chegando e a necessidade de manter-se firme contra as astutas ciladas do diabo e na doutrina entregue pelo apóstolo. Apocalipse 2,1-7 repreende os Efésios pela frieza diante do Senhor como resultado da ortodoxia doutrinal sem amor. É difícil acreditar que as duas situações podem ter ocorrido na mesma ocasião, como deve ser o caso de acreditar que Apocalipse foi escrito antes de 70 AD. É muito mais fácil crer que João escreveu Apocalipse quase uma geração mais tarde.

20) Angústia das NAÇÕES por causa da guerra na Judeia!

Há ainda mais um problema enorme para ser lançado no caminho da escola preterista. Lucas 21:25,26 diz: “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações… Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo…”.

Não se sabe porque, mas antes da destruição de Jerusalém haveria “… na terra angústia das nações…”. Não é de admirar, já que os preteristas leem o texto da seguinte forma: “E haverá [em Jerusalém] sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra [de Jerusalém] angústia das nações… Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo…”.

Como conciliar com o que é racional uma interpretação desse tipo: “Na terra de Jerusalém haverá angústia das nações?”

Por qual motivo os homens, em todo o planeta, desmaiaram de terror antes de 70 dC se a guerra foi localizada na Judeia?

Certamente o Preterismo não terá resposta!

Fonte: https://agrandecidade.com/contradicoes-do-preterismo-parte-1/

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