quarta-feira, 25 de maio de 2016

UMA EXPLANAÇÃO DA DOUTRINA TRINITARIANA - atualizado em 15.08.16


O nosso conceito de TRINDADE é declarado assim: “Creio em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo”. (Igrejas Assembléias de Deus) Temos também outros modelos como: “Há um só Deus eterno, poderoso e perfeito, distinto em sua trindade: Pai, Filho e Espírito Santo”. (Instituto Cristão de Pesquisas). E também: “Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; estas três pessoas são um só Deus verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora distintas pelas suas prioridades pessoais”. (Catecismo Maior de Westminster); etc.

Eu fico pensando como é que pessoas que nasceram praticamente ontem, diante dos milênios onde a doutrina da trindade foi definida, ficam retrucando contra a verdade incontestável de que Deus subsiste em três pessoas? Escreva um 3 em uma folha de papel e me diga quantos números têm? Pois é, infelizmente a mente fechada das pessoas e a arrogância de não aceitar e nem respeitar o que pessoas que existiram antes de nós já resolveram é de uma insensatez sem tamanho. Não aceitar aquilo que as Escrituras revelam e partir pelo caminho da razão e não da fé é apostasia. Querem rediscutir o que já foi tenazmente discutido. Uma derrocada tentativa que jamais prevalecerá. Nem mesmo o imperador Constantino que baniu Atanásio aos confins de Roma, por defender a doutrina da trindade enquanto o arianismo dominava a cabeça de quase todos, a verdade não pôde ser calada. A lucidez veio as mentes, e a igreja compreendeu e em sua homenagem registrou-se o credo...


"Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve professar a fé cristã. Quem quer que não a conservar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá eternamente. E a fé cristã consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade. Qual o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo. Incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo. Imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo. Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo; Contudo, não são três eternos, mas um único eterno; Como não há três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e um só imenso. Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente; Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; E, todavia, não há três Deuses, porém um único Deus. Como o Pai é Senhor, assim o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; Entretanto, não são três Senhores, porém um só Senhor. Porque, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar que cada pessoa, tomada em separado, é Deus e Senhor, assim também estamos proibidos pela religião cristã de dizer que são três Deuses ou três Senhores. O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem negado. O Filho é só do Pai; não feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Há, portanto, um único Pai, não três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor; porém todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de modo que em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade. Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade. 

Mas para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é homem, nascido, no mundo, da substância da mãe. Deus perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana. Igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade. Ainda que é Deus e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo. Um só, entretanto, não por conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em Deus. De todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de pessoa. Pois, assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim Deus e homem é um só Cristo; O qual padeceu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra do Pai, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. À sua chegada todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e vão prestar contas de seus próprios atos; E aqueles que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; aqueles que tiverem praticado o mal irão para o fogo eterno. Esta é a fé cristã. Quem não a crer com fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se".

Baseamos não somente no que a igreja cristã e seus apologistas e polemistas já estudaram exaustivamente e publicaram, mas principalmente nas Escrituras para crermos assim, nossa única regra de fé e prática. Autoridade final em matéria de religião, fé ou doutrina. Por isso afirmamos que esta doutrina não vem da razão humana, mas da revelação divina presente nas Escrituras.

A SUA EXISTÊNCIA NAS ESCRITURAS
No livro de Gênesis em seu primeiro capítulo já nos deparamos com a doutrina: “... disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”(v.26). Quem poderia participar da obra da criação se não apenas Deus? Em Is.44.24 diz: “...Eu sou o SENHOR, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra...” Entretanto, este “Deus” fala usando às palavras “façamos” e “nossa”. Isso prova que Deus não é uma única pessoa. Sabemos que Ele é um ser pessoal, mas precisamos perceber que Ele existe em três pessoas. O mesmo ocorre em Gn.3.22 e 11.7: “Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós...” e “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro...” 

OS DOIS TIPOS DE DIVINDADES
“Outrora, porém, não conhecendo a Deus, servíeis a deuses que, por natureza, não o são”.(Gl.4.8). Este versículo impõe um fator divisor na divindade. Ou seja, existe o ser que possui uma natureza divina que chamamos de “Verdadeiro Deus”. E existem os demais deuses que não possuem uma natureza divina, são deuses por aclamação e não por qualidade divina, chamamos de “falsos deuses”. Esta questão é muito importante ser definida, pois todas as passagens que citam deuses nas Escrituras não significam que eles tenham qualidades da divindade como: onisciência, eternidade, onipotência, onipresença, soberania e vida em si mesmo. Nem muito menos sejam seres que existam. Por exemplo, em 1Rs.18.26: “Tomaram o novilho que lhes fora dado, prepararam-no e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém não havia uma voz que respondesse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito”. O “deus” Baal não existia, era apenas um mito dos moradores da terra de Canaã (o mesmo ocorre em Jr.16.23; At.19.27; Jz.10.6; Sl.82.1,8; 95.3; 96.4; 135.5;  136.2). Por outro lado, o apóstolo Paulo diz: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” (2Co.4.4). Nesta passagem vemos que a palavra “deus” está empregada ao Diabo com o “d” minúsculo, porque ele não possui as qualidades divinas, mas que se auto-aclama um deus, embora seja um ser existente. Já no Sl.82.6 diz: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo”. Neste caso o que ocorre é apenas uma das várias variantes da palavra hebraica “elohiym” que, pelo contexto (idem v.3-5), tem o significado de “juízes” ou “governantes”. Na verdade é como diz o salmista: “Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o SENHOR, porém, fez os céus”. (Sl.95.6).

A SUA IDENTIFICAÇÃO NA LÍNGUA HEBRAICA
No hebraico, a língua escrita do Antigo Testamento, faz o uso da palavra “echad” para definir um tipo de unidade, a unidade “composta”. O léxico de Strong a define como: "um (número), cada, cada um, um certo, um (artigo indefinido), somente, uma vez, uma vez por todas, um... outro, aquele... outro, um depois do outro, um por um, primeiro, onze, décimo primeiro". Bem como faz uso da palavra “yachiyd” para definir outro tipo de unidade, a unidade “absoluta”. Seu significado é bem mais relacionado a esse tipo de unidade, o léxico de Strongs define esta palavra como “só”, “só um”, “solitário”, “sozinho”, “único”. Ambas as palavras são traduzidas para o nosso idioma como “um” (artigo indefinido), “um” (número) e “único”.

Quando as Escrituras querem definir uma unidade “absoluta” geralmente ela usa a palavra “yachiyd”. Por isso são traduzidas para o nosso idioma como “único”, temos exemplos claros: “Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro e único [yachiyd] diante de minha mãe”. (Pv.4.3). “Ó filha do meu povo, cinge-te de cilício e revolve-te na cinza; pranteia como por filho único [yachiyd], pranto de amarguras; porque, de súbito, virá o destruidor sobre nós”. (Jr.6.26).

Quando as Escrituras querem definir uma unidade “composta” geralmente ela usa a palavra “echad”. Por isso são traduzidas para o nosso idioma mais como “um”. Exemplos: “... Eis que o povo é um [echad]...”. (Gn.11.6). “As sete vacas boas serão sete anos; as sete espigas boas, também sete anos; o sonho é um [echad] só”. (Gn.41.26). E outras vezes traduzidas por “um” quando em seu contexto usa uma expressão numérica, temos como exemplo: “A Héber nasceram dois filhos: um [echad] teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã”. (Gn.10.25). Raras vezes é traduzida para “único”. Isso pode ocorrer quando o seu contexto favorece a uma unidade “composta”, temos como exemplo: “Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único [echad] a quem Deus escolheu, é ainda moço e inexperiente, e esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o SENHOR Deus”. (1Cr.1.29).

Agora veja bem, o texto de Dt.6.4: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único [echad] SENHOR”. Ao invés de usar a palavra hebraica “yachiyd” (unidade absoluta: só, solitário, só um), no texto hebraico se usa “echad” (unidade composta). Então temos que ponderar, se geralmente se usa o termo hebraico “echad” para unidade “composta”, outras vezes para uma expressão numérica e raras vezes se traduz para “único” quando o seu contexto favoreça a uma unidade “composta”. Então podemos tirar duas interpretações deste texto e só uma é a verdadeira:

a) Ou a Bíblia está afirmando que Deus é o único SENHOR que governa como Pai, Filho e Espírito Santo;

b) Ou a Bíblia está afirmando que Deus é único SENHOR de uma série de outros que existem.

O item “a” é mais provável, por ser Moisés, autor do texto, de crença “monoteísta”: “Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus”. (léxico eletrônico Aurélio XXI). Porém o item “b”, remota a uma antiga visão conhecida como “henoteísmo”: “... forma de religião em que se cultua um só Deus sem que se exclua a existência de outros”. (idem). Esta forma de religião foi muito combatida por Isaías: “... diz o SENHOR... antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”. (43.10) “Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus...”. (45.5). “Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro”. (45.6). “Só contigo está Deus, e não há outro que seja Deus”. (45.14). “Eu sou o SENHOR, e não há outro”. (45.18). “Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim”. (45.21). “... porque eu sou Deus, e não há outro”. (45.22).

Portanto, podemos dizer que a palavra “trindade” se identifica nos manuscritos do AT no termo hebraico “echad” quando ela expressa uma unidade composta. Definindo bem a palavra trindade: Deus é um, composto de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

DEUS NAS ESCRITURAS
A palavra “Deus” na língua hebraica chama-se de “elohiym” (do plural: governantes, juízes, seres divinos, anjos. E do plural intensivo-sentido singular: deus, deusa, divino, obras e pertences de Deus, o Deus verdadeiro). Como vemos, é uma palavra que sofre muito os efeitos de polissemia, por isso precisamos do contexto, para sabermos a quem se refere o texto bíblico. Em nossa tradução ARA facilitamos as coisas, quando a palavra “elohiym” não se refere ao Deus verdadeiro coloca-se “deuses” (ocorre 208 vezes no A.T.). Nas outras 2.719 ocorrências si usa a palavra “Deus”, quando se trata do Deus verdadeiro. Devemos ainda identificar a qual pessoa da divindade ela está se referindo. No Antigo Testamento a ênfase é dada ao Pai, entretanto em Is.9.6 vemos o Filho receber esta palavra: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus [elohiym] Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.(Is.9.6).

Quando chegamos ao Novo Testamento, partimos para outro idioma que é o grego, onde a palavra “Deus” chama-se “theos” (deus, deusa, nome genérico para deidades ou divindades, tudo o que se assemelha á Deus, ou é parecido com ele de alguma forma). Mais uma vez como vemos, temos que analisar o contexto para definir quando o texto se refere ao Deus verdadeiro. Porém nossa tradução ARA também facilitou isso. Quando a palavra “theos” não se refere ao Deus verdadeiro traduz “deuses” (7 ocorrências) ou “deusa” (2 ocorrências do grego “thea”). Nas outras 1.175 ocorrências coloca-se “Deus”.

Esta palavra “Deus”, no significado de “Deus verdadeiro”, pode se referir tanto ao Pai, como ao Filho, como ao Espírito Santo ou as três pessoas de uma vez. O contexto é que vai designar qual é a situação. Vejamos algumas ocorrências nas Escrituras:

Mateus 1.23: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”. Nesta passagem, a palavra “Deus” dirige-se ao Filho;

Mateus 6.8: “Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

Marcos 10.6 “porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher”. Neste caso, sabemos que a palavra “Deus” refere-se as três pessoas da trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pois vemos em Gn.1.26 que a pessoa do Pai não estava sozinho. Deus disse “façamos”. E realmente o Espírito Santo (Jó 33.4) e o Filho participaram (Jo.1.3);

João 1.1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai, quando afirma que “o Verbo estava com Deus” e dirige-se ao Filho quando afirma que “o Verbo era Deus”. João não estava afirmando aqui que Jesus era o Pai, mais que Ele era Deus. Ou seja, que Cristo é uma das pessoas da divindade.

Atos 5.4: “Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Nesta passagem, a palavra “Deus” dirige-se ao Espírito Santo. No verso 3 percebemos que a mentira foi cometida contra a pessoa do Espírito Santo: “... para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?”.

Apocalipse 1.8: “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”. Nesta passagem, a palavra “Deus” dirige-se ao Filho. Pois vemos que o “Alfa e Omega”, no contexto do livro de apocalipse é Jesus, Ele diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”.(idem 22.13) Sabemos que é Ele porque adiante diz: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas...” (idem 22.16) a primeira pessoa no singular que continua falando é identificada como “Jesus”.

2Coríntios 13.13: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

1João 5.20: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Nesta passagem na primeira parte a palavra “Deus” refere-se ao Pai, já na segunda parte ao Filho. Por causa do adjetivo “verdadeiro”, que está sendo claramente direcionado a Cristo;

João 14.1: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

João 15.5: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

Tito 2.13: “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Filho;

Há casos em que a palavra “Deus” aparece para definir a crença monoteísta, por exemplo:

1Timóteo 2.5: “Porquanto há um só Deus...” Neste caso não se refere, especificamente, às pessoas da Trindade. Mas que só existe um Deus. E não três ou mais deuses;

2Tm.1.17: “... ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!”. Idem.

O PARAKLETO DIVINO E PESSOAL
Em João 14.16 diz: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador [grego: parakletos], a fim de que esteja para sempre convosco”. (o colchete é meu). Sabemos pela Palavra que o consolador de Israel é Jesus, o Messias (Is.61.2), mas como Ele foi para o Pai, veio o substituto: o Espírito Santo. João usa a palavra grega “allos”, que traduzimos por “outro”. Essa palavra quer dizer “outro do mesmo tipo” (Bíblia Shedd pág.1512). O léxico de Strong, definindo a palavra "parakletos", quando associa ao Espírito Santo, ele diz: "do Santo Espírito, destinado a tomar o lugar de Cristo". Ou seja, "allon parakleton" (trecho transliterado do Textus Receptus) implica em ser alguém do tipo de Jesus, tal qual Jesus, com as mesmas qualidades divinas que Jesus (Mt.18.20 onipresença, Mt.28.18 onipotência, Jo.21.17 onisciência, Is.9.6 eternidade, Jo.10.17,18 vida em si mesmo); e um ser pessoal como Jesus, para que lhe substitua. Todos os “espíritos” citados na Bíblia são seres pessoais (os anjos, os demônios, Satanás, o espírito do homem) inclusive o Espírito Santo. Assim como Jesus é a imagem do Pai (Cl.1.15; Jo.1.18) o Espírito Santo é a presença do Filho aqui na terra. Com todas as qualidades divinas e pessoais do Filho e do Pai.

A DISTINÇÃO DAS TRÊS PESSOAS NA BÍBLIA
Em João 1.1 vemos que o Filho (o verbo) estava com o Pai (Deus). Estar com alguém, implica dizer que temos duas pessoas estando no mesmo lugar, uma em companhia da outra. Em João 8.16-18 vemos Jesus claramente afirmar que não está sozinho e apela para a Lei com o testemunho de duas pessoas. Em João 14.26, também 15.26 e Mateus 3.16,17, têm claramente a presença de três pessoas em cena. Em 2Jo.3 mais uma vez, distingue-se o Pai do Filho.

E para finalizarmos temos o emprego da terceira pessoa do singular usada pelo Pai para anunciar o Filho (texto A) e usada pelo o Filho para anunciar o Espírito Santo (texto B):

(A) “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás... Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”.(Dt.18.15,18,19 o grifo é meu).

(B) “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo... quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade... Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”. (Jo.16.8,13,14 o grifo é meu).

Fonte: Bíblia Oline 3.0 Módulo Avançado e mais fontes já citadas. Bíblia usada nas citações: ARA - Almeida Revista e Atualizada.


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