terça-feira, 7 de junho de 2016

TEMPO DA PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO - uma análise teológica e apologética da escatologia adventista


“Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. (Dn.8.13,14 ARA)

ERRO DA INTERPRETAÇÃO

Esta profecia de Daniel já deu problemas sérios na história, Guilherme Miller, por exemplo, deu uma interpretação bem extravagante sobre este texto. Ele interpretou estas 2.300 tardes e manhãs como 2.300 dias, e que esses dias eram anos. A terra era o santuário de Deus e estava profanado pelos homens ímpios e que este seria purificado e em seguida Jesus viria para buscar a sua igreja. Sendo, portanto, 2.300 anos o período que levaria para essa purificação. Pois bem, ele tomou o verso supracitado e associou a Daniel 9.25 para estabelecer a data inicial da contagem, onde diz: “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém...”. Então, tendo como base o texto de Esdras 7.21-26, um decreto dado por Artaxerxes I para que Esdras fosse ornar o templo (v.27), e isso se deu em 457 a.C., ele passou a projetar um cálculo que o levaria até a tal “purificação do santuário”. Guilherme Miller acreditava piamente que o santuário era a terra, e que Jesus viria realizar a sua purificação. Assim, tomando o ano de 457 a.C. e subtraindo-o de 2.300 anos ele encontrou uma data: 1843 d.C. O Ano passou e Jesus não veio. Ele refez novamente os cálculos na seguinte forma: de 457 a.C. até o ano 1 d.C., passou-se 456 anos. De 2.300 anos subtraindo 456 anos apareceu uma nova data: 1844. Sua interpretação de Dn.8.14 tornou-se bem famosa na época; multidões a aderiram e acreditavam que realmente Jesus viria naquela época. Foi assim que surgiu o Movimento Millerista, “nome derivado de Guilherme Miller (1782-1849), um fazendeiro de Nova York que predisse a data da volta de Cristo. Ele conseguiu reunir um número significativo de seguidores, especialmente depois que se tornou mais preciso em seus cálculos”. (Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. Editora Vida. Edição 2000, por George A. Mather e Larry A. Nichols, p.319,320). Também conhecido como o “Movimento do Advento [...] que surgiu na metade do século 19, enfatizando o retorno de Cristo [...] Miller anunciava a volta de Jesus para 21/03/1843. Estudando o capítulo 8 de Daniel, que fala do Santuário de Deus que seria profanado e depois purificado, ele interpretou que o Santuário fosse a Terra, e que a purificação e se daria com a volta de Jesus. Falhando na previsão, remarcou a data para 22/10/1844. Nada aconteceu. Miller abandonou suas idéias proféticas, retornando para sua igreja de origem. A decepção foi geral. Muitos abandonaram essas idéias apocalípticas”. (idem, p.192).

O cálculo de Miller foi um erro em três pontos: