quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

VOCÊ É BÍBLICO? SUA IGREJA É BÍBLICA?















Já ouvi muita gente se confundir com essa palavra. Tem gente que pensa que ser bíblico é citar passagens bíblicas em um programa de TV, rádio, internet ou no púlpito da igreja. Ora, posso citar aqui dezenas de seitas que fazem o uso do texto bíblico. Citar uma passagem da Bíblia, manuseá-la, realizar um sermão com base na Bíblia não faz desse ou daquele pastor, missionário, seja lá quem for, uma pessoa bíblica ou igreja bíblica. Mas, afinal de conta o que é ser bíblico?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

É CORRETO BATIZAR PESSOAS AMASIADAS? (ATUALIZAÇÃO 02/02/2017)


Tenho visto muitos pastores de igrejas evangélicas batizarem pessoas que vivem intimamente ligadas sem serem conjugalmente unidas pelos laços do matrimônio. E diante disto surgem questões semelhantes a esta: “Uma mulher que aceitou a Cristo e deseja se batizar, mas há 20 anos vive amasiada com um homem que não aceitou a Cristo. Devemos batizá-la?”.
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A princípio, antes de responder esta pergunta devemos definir a palavra “amasiado”. Que significa: “Que se amasiou, que mora com amásio”. (dicionário Aulete). Amancebado “Que vive em mancebia ou concubinato”. (Idem). Mancebia “Estado do casal que vive como marido e mulher, sem ser casado legalmente” (Idem). Concubinato “Estado de um homem e uma mulher que coabitam como cônjuges sem serem casados”. (Idem).

Em segundo lugar, cuidado com aquilo que é extra bíblico, pois pode se transformar em antibíblico, por isso devemos ponderar bastante assuntos desta natureza. Não podemos fechar a questão assim sem uma análise bíblica acurada como se fôssemos “Papas”, notem que a base do protestantismo é a Bíblia Sagrada: “Sola Scriptura”. Rezamos que a Bíblia é a “única regra infalível de fé normativa para vida e o caráter cristão”. (Cremos da Assembleia de Deus). E “As Escrituras Sagradas, o Velho e o Novo Testamento, são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática”. (Catecismo Maior de Westminster).

RESPOSTA APOLOGÉTICA AO NÃO BATIZAR PESSOAS AMASIADAS

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Declarações de Teísmo Aberto Camufladas no Livro "A Natureza e o Caráter de Deus"


















O autor Winkie A. Pratney tenta, entre um capítulo e outro, expor suas convicções do Teísmo Aberto . Agindo como quase no anonimato, aos pouquinhos, o novo conceito de Deus que surge no mercado de heresias americanas.

Parabéns ao escritor Winkie A. Pratney que teve a proeza de citar nomes nobres como João Wesley, Agostinho, João Calvino, Norman Geisler e tantos outros sem precisar ter que mencionar os verdadeiros defensores desta doutrina que são escritores como Clarck Pinnock, Richard Rice, John Sanders, William Hasker e David Basinger. De fato eles trabalharam juntos num volume intitulado The openness of God, cujo significado é, literalmente, A abertura de Deus. Essa teologia vem sendo conhecida como “Teísmo Aberto”, também conhecida como “Neoteísmo” ou “Teologia Relacional”.

Na página 39, o autor do livro “A Natureza e o Caráter de Deus” começa a minar os princípios doutrinários ortodoxos como a eternidade de Deus para poder mais adiante expor veladamente o seu conceito neoteísta:

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Igreja Católica Apostólica Romana é uma seita?


Por incrível que pareça, enquanto a Igreja Católica Romana chama de “seita” todo o movimento cristão fora do seu arraial, esta por sua vez torna-se de fato, por causa de alguns dos seus ensinamentos fora do arraial bíblico, cristológico, soterológico e eclesiástico. Se não, vejamos: Toda seita adiciona algo a Palavra de Deus (a Bíblia), subtrai algo da pessoa de Jesus, multiplica por obras a obra da salvação e divide a fidelidade entre Deus e a organização. Baseado nessas quatro operações, a Igreja Católica possui forte identificação:

Adicionam algo à Bíblia:
A igreja Católica Romana tem a Tradição da igreja como Palavra de Deus também, semelhante a Bíblia: “A tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus contida na Sagrada Escritura”. (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã, p.162, editora Vera Cruz Ltda., 1a edição, agosto de 1976, resposta à pergunta 887). “As verdades que Deus revelou acham-se na Sagrada Escritura e na tradição”. (idem, p.160, resposta à pergunta 870).

Subtraem algo da pessoa de Jesus:A igreja Católica Romana diminui a suficiência de Cristo de interceder e de salvar quando apresenta um panteão de santos, sem falar nas supostas interferências de Maria nas petições ao filho Jesus Cristo. Veja estas declarações: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai...”.(Catecismo da Igreja Católica de 1993, edições Loyola, p.270 #956). “Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna (...) por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira”. (Idem, p.274 # 969:149,1370).

Multiplicam por obra a obra da salvação:A igreja Católica Romana não crê que alguém possa afirmar que seja salvo. É pecado de presunção afirmar que alguém está ou é salvo sem mérito (Idem, p.551 # 2092). Toda responsabilidade da salvação é atribuída a um somatório: de pertencer a Igreja Católica Romana (Idem, p.243,244 # 846), observar os sete sacramentos (Idem, p.318 # 1129) e ainda, se preciso for, passar pelo purgatório (Idem, p.290 # 1030).

Dividem a fidelidade entre Deus e a organização:
A igreja Católica Romana se apresenta como o único caminho para a salvação e como a porta para a vida eterna ao afirmar: “FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO” (Idem, p.243 # 846).

CONCLUSÃO
Todo cristão autêntico sabe que só a Bíblia é a Palavra de Deus (Pv.30.5,6). E que ela é viva e eficaz (Hb.4.12). Se a igreja Católica Romana afirma que a Tradição é a Palavra oral de Deus transmitida e preservada sem alterações por gerações até aos nossos dias (Terceiro Catecismo de Doutrina Cristã, p.162, resposta à pergunta 885, editora Vera Cruz Ltda., 1a edição, agosto de 1976) deveria haver uma concordância com a Palavra escrita de Deus, o que não acontece. Por exemplo: a tradição afirma que o papa é o vigário [substituto] de Cristo (Catecismo da Igreja Católica de 1993, edições Loyola, p.253 # 882), enquanto a Bíblia afirma ser o Espírito Santo (Jo.14.16,17); a tradição afirma que o batismo é necessário para a salvação (Idem, p.349 # 1257) e não reconhece outro meio senão o batismo para garantir a salvação (Idem, p.350 # 1257), enquanto a Bíblia afirma que a salvação ocorre pela graça divina por meio da fé (Ef.2.8,9; At.16.31).

Todo cristão autêntico sabe que a aliança de Cristo é suficiente (Hb.7.22-25). Sua obra dispensa os santos intercessores do catolicismo (1Tm.2.5). Quanto à intercessão de Maria, ele sabe que Jesus finalizou na cruz as prerrogativas de “mãe” (Jo.19.26,27). Maria não intercedia nem no ministério terrestre de Cristo. Por exemplo: Por ocasião de um casamento, Maria o pediu para resolver o problema da falta de vinho, o que Jesus respondeu? “...Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”.(Jo.2.4); Maria foi procurá-lo no templo, pois havia se desencontrado dele, o que Jesus disse? “...Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?”.(Lc.2.49). Em parte alguma da Bíblia vemos Maria usando das prerrogativas de “mãe” para interceder no seu ministério terreno, quanto mais no celestial!

Todo cristão autêntico sabe que a salvação é uma dádiva divina voltada para o presente e não para o futuro (Jo.5.24; 2Co.6.2; 1Jo.5.13), e sabe que a condição para a recebermos é só duas: fé e arrependimento (Mc.1.15).

Todo cristão autêntico sabe que só Jesus Cristo é o caminho para salvação (Jo.14.6; At.4.12), e sabe que a igreja de Cristo está acima de uma mera denominação. A sua missão (Mt.28.19,20), o seu papel (Mt.5.13), sua perseverança (Jo.8.31) e a sua identidade (Jo.13.35), estão acima de uma denominação. De nada vai adiantar, ser uma denominação intitulada de “cristã” se não cumprir estas coisas.

Entretanto, meu intuito aqui jamais será de desdenhar da fé alheia, nem incitar o ódio. Ainda que discordemos firmemente desta crença, reiteramos nosso respeito às pessoas que a professam, e afirmamos o evangelho como o caminho de salvação.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O ACRÉSCIMO DA PALAVRA "SEMPRE" FEITO NA BÍBLIA



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A Palavra de Deus adverte:

“Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso.” Provérbios 30.5,6

“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando.” Deuteronômio 4.2

“... não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.” 1Corintios 4.6

Há muitas igrejas que parecem “evangélicas”, que dizem crer nas Escrituras como palavra de Deus, mas na prática não se conformam com o que ela diz e nem se comportam como evangélicas. Ficam colocando palavras complementando ao texto sagrado aquilo que Deus não disse. Como, por exemplo, o comum e mais atual uso da palavra SEMPRE nas passagens bíblicas que tratam das promessas divinas de cura, bênçãos, de livramentos e milagres. Colocarei abaixo o que estão fazendo com a santa palavra de Deus. Que embora não acrescentem a palavra SEMPRE literalmente o fazem verbalmente, o que é muito pior, pois distorcem a verdade de Deus. Algo característico de uma seita.

Vejamos como ficaria literalmente algumas das várias passagens que acrescentam alguns oradores da TV e destas supostas igrejas “evangélicas”:

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A FALÁCIA DA UNIDADE CATÓLICA




Já virou jargão religioso os fiéis católicos acusarem os evangélicos de “seita” por serem pertencentes a uma diversidade denominacional. Esse discurso simplório já chegou às minhas mãos em forma de texto escrito – uma carta. Colocaram na caixa de correspondência da Igreja que pastoreio. E em meio a vários sofismas doutrinários fazendo apologia ao catolicismo romano e injúrias dirigidas ao povo evangélico contido nesse texto, o que me chamou mais atenção foi a seguinte frase, datilografada em máquina de escrever, em seu rodapé:

“Advertência bíblica contra divisão/desunião: Mt.12.25; 16.18; 1Co.1.10; 14.33; Ef.4.3-6 ... Deus da UNIDADE .... Todas as Igrejas Católicas são UNIDAS*. Aliciadores das seitas, iluminadas p/ maligno promovem desunião”.

VEJAMOS AGORA QUAL O INTERESSE DESSE ARGUMENTO E QUEM É QUE PROMOVE VERDADEIRAMENTE A DESUNIÃO:

A Igreja Católica Apostólica Romana (doravante chamarei ICAR para evitar repetição da mesma frase) tem usado essa falácia como “fundamento de verdade” ou de “igreja verdadeira”. Ora, Jesus deixou entendido que o reino de Satanás é unido (Lc.11.18) e nem por isso significa dizer que Satanás e seus demônios são verdadeiros. É bom lembrar que ele é o pai da mentira (Jo.8.44). Esse argumento é só uma camuflagem para cobrir as verdadeiras intenções:

1) Fortalecer a hegemonia da ICAR tão ameaçada nesses últimos anos. Principalmente aqui no Brasil;
2) Reconquistar o antigo monopólio medieval da fé cristã, algo que a ICAR tem nostalgia;
3) Justificar a falta de argumentos bíblicos diante das objeções evangélicas aos dogmas da ICAR.

Assim, com o uso da falácia de “UNIDADE” a ICAR tenta passar adiante suas verdadeiras intenções aqui desmascaradas.

É tão provável que as intenções supracitadas são verdadeiras que não encontramos sustentação bíblica que venha legitimar o argumento de “UNIDADE” do jeito que a ICAR apresenta. Se não vejamos:

1) Onde você encontra na Bíblia Sagrada a citação de alguma denominação cristã? A ICAR revoga para a si um direito que não lhe pertence. Pois, a mensagem e a fé cristã não pertencem a uma organização religiosa, mas ao povo cristão e é patrimônio da humanidade. Citações bíblicas como: “... fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. (1Tm.3.15). E outras mais citadas pelos apologistas católicos, não dizem nada sobre a ICAR. É uma referência ao povo de Deus. A Igreja de Cristo está despreendida de placas denominacionais. Quando Paulo cita o termo “Igreja de Deus” ele não faz menção à denominação nenhuma! Além do mais, na época em que o texto foi escrito não havia uma “Igreja Organização Religiosa”. A ICAR veio a surgir como uma “Organização Religiosa” logo no início do século IV, pelo chamado Constatino (280-337 d.C.) que ascendeu ao posto de imperador. Em 312 d.C. apoiou o cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano. Desta época em diante é a melhor data sugestiva para a origem da ICAR. Em seguida o bispo Leão I (440-461 d.C.) foi o primeiro bispo a afirmar que Roma tinha a plena primazia sobre toda a cristandade. O título “Papa” passou-se então a ser aplicado a cada sucessor ao cargo de bispo de Roma. E a ICAR passou a ser tida como o centro desta suposta unidade.

2) Quem disse que a ICAR é UNIDA? Em 1054 houve um rompimento na igreja. De onde surgiu a Igreja Católica Oriental ou Ortodoxa. E dentro da ICAR existe subfacções que não diferenciam da diversidade denominacional das igrejas evangélicas. Temos por exemplo a TFP – Tradição Família e Propriedade, Opus Dei, RCC – Renovação Carismática Católica, Teologia da Libertação, o Movimento Liberal que apóia o aborto, uso de preservativos, drogas anticoncepcionais, casamento de padres e freiras, uso de células tronco, etc. Em 2009 vários católicos liberais fizeram oposição a ICAR sobre a proibição do uso do preservativo e sobre a excomunhão da família que autorizou o aborto de gêmeos em uma criança de 9 anos de idade que foi violentada pelo padrasto na Bahia.

A Bíblia diz: “Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre”. (Atos 15.38,39). Veja bem, se entre pessoas é difícil praticar unidade (veja Paulo e Barnabé) quanto mais argumentar uma unidade “organizacional” como base para ser “igreja verdadeira”.

3) A UNIDADE que devemos ter que a Bíblia expressa em várias passagens é a unidade da fé. Temos que perseverar na mesma fé que os santos apóstolos ensinavam (At.2.42). A fé que nos foi entregue desde o princípio (Judas v.3) e que não podemos recuar (Hb.10.38). A ICAR tem a mesma fé que eles pregavam? Eu vou colocar a seguir vários pontos que provocam GRANDE DIVISÃO entre a Igreja Cristã do primeiro século d.C. e a ICAR só para você ver que o argumento católico de UNIDADE é uma falácia. Pois, a ICAR não tem a mesma fé que os santos apóstolos ensinavam. Se não, vejamos:

a) Em Efésios 4.5 ensina que “há um só Senhor”. (ver também 1Co.8.6). A unidade da Igreja Cristã do primeiro século preservava e assegurava que somente Cristo era “Senhor”. Entretanto, a ICAR é desunida, pois alimenta Maria como “SENHORA”. Lembrando aqui que o termo usado para “senhor” presente no texto é genérico (que se referem ambos os gêneros, seja masculino ou feminino. Isto é, “senhor ou senhora”);

b) Em 1Timóteo 2.5 ensina que “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus”. A unidade da Igreja Cristã do primeiro século não reconhecia outros medianeiros. Contudo, a ICAR prega Maria como “medianeira” e ainda os santos em seu panteão de ídolos do Catolicismo Popular. No catecismo da ICAR, “iluminado pelo maligno” (como disse o remetente anônimo da carta) promove desunião no cristianismo. Pois fala o contrário do que a Bíblia disse aqui, veja: “... a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira”. (pág. 274 § 969) O termo usado pelo apóstolo Paulo é absoluto “um só” mediador. Não tem como argumentar ou querer fugir da verdade. É inadmissível dentro de uma Nova Aliança que Deus fez com os homens, aceitar outro ser fora Jesus Cristo como “mediador”. Mas, a ICAR se acha no direito de fazer isso. Assumindo seu papel de “desunida”;

c) Em Mateus 4.10 o nosso próprio Senhor Jesus Cristo disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”. E toda a Igreja Cristã do primeiro século ratificou como vemos em: Ap.22.9; 19.10; At.17.16; 1Co.10.14; 2Co.6.16; 1Ts.1.9; 1Jo.5.21; etc. Mas, a ICAR prega a “dulia” (culto aos santos) e a “hiperdulia” (culto especial a Maria). Ora, o que é o ídolo? Será que é apenas um objeto em forma de pessoa ou animal que se diz que é um deus? Será apenas uma réplica de um deus pagão? O ídolo é qualquer ser ou coisa em quem depositamos intensa devoção. Portanto, esse culto aos santos e a Maria torna-se “idolatria” pelo simples fato de lhes ter uma devoção igual ou até superior a Deus e também por causa dos “atributos divinos” que lhes são dados dentro da doutrina da ICAR. Eu poderia numerar vários, dentro tantos: salvação, onipresença, onisciência, perdão de pecados e soberania;

d) Em 1João 1.9 diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Para a Igreja Cristã do primeiro século, a confissão e também o arrependimento dos pecados (Atos 3.19) eram suficientes para os nossos pecados serem perdoados. Mas a desunida da ICAR criou o dogma da penitência, que se define da seguinte forma: “A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens que ele causou. Liberto do pecado, o pecador deve ainda recobrar a plena saúde espiritual. Deve, portanto, fazer alguma coisa a mais para reparar seus pecados; deve ‘satisfazer’ de modo apropriado ou ‘expiar’ seus pecados. Esta satisfação chama-se também ‘penitência’.” (retirado do Catecismo pág.402, §1459). Tal ensinamento entra em confronto direto com a expiação de Jesus pelos nossos pecados. Ou aceitamos o sacrifício suficiente e perfeito de Cristo ou o enfraquecemos com esse dogma da ICAR. Porém, a Bíblia fecha essa questão na seguinte passagem: “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus”. (Hb.10.12). Eu não preciso fazer mais nenhuma “coisa para reparar” meus pecados. Cristo fez por mim (Is.53.4,5)! Era isso que a Igreja Cristã do primeiro século pregava (idem 9.24-26) e a ICAR prega o contrário, promovendo desunião.

Existem mais itens conflitantes na doutrina da ICAR que provocam grande divisão, mas vou ficar por aqui.

CONCLUSÃO

A pessoa que remeteu a carta para mim é um pobre coitado que não tem noção de “unidade” e nem se quer sabe que está alheio ao verdadeiro cristianismo. Que não é definido por uma “placa denominacional” (igreja A, B ou C), mas: 1º por uma fé voltada exclusivamente para Jesus Cristo (solus chirtus!). Ele mesmo disse: “... ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo.14.6b). 2º por uma vida de santidade “na vida” e não “na morte”, como promove a ICAR com seus dogmas do purgatório, missa do sétimo dia, extrema unção. Assim é que se define corretamente uma igreja cristã verdadeira: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”. (Tg.1.27). 3º por um compromisso exclusivo com a Bíblia Sagrada (sola scriptura!), que é a Palavra de Deus. Como cita em sua própria defesa: “Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso”. Também diz: “... não ultrapasseis o que está escrito...” (1Co.4.6b). Diz mais: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus...”. (1Pe.4.11). E ainda: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela...”. (Dt.4.2).

Entretanto, meu intuito aqui jamais será de desdenhar da fé alheia, nem incitar o ódio. Ainda que discordemos firmemente desta crença, reiteramos nosso respeito às pessoas que a professam, e afirmamos o evangelho como o caminho de salvação.

Já dizia o nosso querido pastor Billy Graham: “Pode haver muitos caminhos que nos levem a Jesus, mas só ele nos leva a Deus”.

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Dúvidas e esclarecimentos escreva para: anti-heresias@hotmail.com.

sábado, 2 de maio de 2009

A Igreja Evangélica Voz da Verdade é uma seita?


Toda a problemática da Igreja Evangélica Voz da Verdade com as igrejas cristãs evangélicas (doravante se chamará IEVV para evitar repetição da mesma frase) está focada na sua oposição a Doutrina Trinitariana (1). Veja a confusão provocada pelo conjunto musical deles em um evento gospel AQUI

Portanto, é preciso dizer em bom tom aqui que a IEVV é uma seita, por causa de sua posição sectarista de apontar que sua doutrina unicista é a verdade e a doutrina trinitariana é a mentira, enquanto que as declarações da igreja cristã desde o seu início de liberdade de culto é a Trindade que é verdadeira, e o unitarismo e unicismo foram amplamente refutados, e os pais intelectuais destas heresias (bispos: Ário e Sabélio) foram afastados da igreja cristã como hereges.

Os credos primitivos da igreja cristã: Apostólico (2), Niceno (3) e Atanasiano (4), falam sobre a Trindade. Vejamos só um trecho de um dos credos citados acima: “... E a fé cristã consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo...”. (Atanasiano). Os credos dos reformadores da igreja cristã falam: “25. Por que você fala de três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, visto que há um só Deus? R. Porque Deus se revelou, em sua Palavra, de tal maneira que estas três Pessoas distintas são o único, verdadeiro e eterno Deus.” (Catecismo de Heidelberg) (5). “Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; estas três pessoas são um só Deus verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora distintas pelas suas prioridades pessoais”. (Catecismo Maior de Westminster) (6).

Temos também a definição doutrinária do Instituto Cristão de Pesquisas, que diz: “Há um só Deus eterno, poderoso e perfeito, distinto em sua trindade: Pai, Filho e Espírito Santo”.

E ainda, do meio do movimento pentecostal se diz: “Creio em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo”. (Igrejas Assembleias de Deus).

Mesmo diante de toda a unanimidade da Igreja de Cristo. O material intitulado “Instrução Inicial Pró-batismo”, produzido pela IEVV, assim declara: “Quando a Bíblia se refere a Deus, está falando no Espírito Santo que é o Pai, Criador e Senhor de todas as Coisas. Jesus tanto é o Pai, como é o Filho... Jesus pode ser Pai e também o Filho? É muito lógico que sim, pois ele é Deus”. Em outra parte dizem: “Qual é o significado da palavra trindade? Teoria religiosa de intenção carnal e diabólica com o sentido de alimentar uma ilusão de Satanás que teve a pretensão de pluralizar a plenitude da divindade”. O conjunto musical “Voz da Verdade”, que muitos evangélicos incautos e pastores desinformados escutam, fizeram um oposição à doutrina da trindade em um CD. O conteúdo deste CD você pode ouvir no link a seguir, onde começam com a canção "Imagem de Deus", e entre ataques diretos a doutrina Trinitariana, colocam mais duas canções: "Tu Me Amas?" e "Deus Conosco". Os títulos dos assuntos abordados no CD são: "O mistério de Deus: Cristo", "O que Deus diz de si mesmo?", "Quem é Jesus?" e "O batismo das águas". Ouça:

Refuta CD voz da verdade

O Instituto Cristão de Pesquisas – ICP, já havia dado um alerta sobre o assunto na revista Defesa da Fé, número 50. CONFIRA AQUI

Portanto, para que a pergunta apresentada em nosso título, e já respondida aqui, seja comprovada, precisamos ir para a Bíblia Sagrada. Que é a autoridade final em matéria de religião, fé e doutrina para que venhamos a compreender que as afirmações da IEVV são mentirosas e que o ensinamento unicista é que uma mentira.

Vamos por temas:

A EXISTÊNCIA DA TRINDADE NAS ESCRITURAS

No livro de Gênesis em seu primeiro capítulo já nos deparamos com a doutrina: “... disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (v.26). Quem poderia participar da obra da criação se não apenas Deus? Em Is.44.24 diz: “...Eu sou o SENHOR, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra...” Entretanto, este “Deus” fala usando às palavras “façamos” e “nossa”. Isso prova que Deus não é uma única pessoa. Sabemos que Ele é um ser pessoal, mas precisamos perceber que Ele existe em três pessoas. O mesmo ocorre em Gn.3.22 e 11.7: “Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós...” e “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro...”

A SUA IDENTIFICAÇÃO NA LÍNGUA HEBRAICA

No hebraico, a língua escrita do Antigo Testamento, faz o uso da palavra “echad” para definir um tipo de unidade, a unidade “composta”. O léxico de Strong a define como: "um (número), cada, cada um, um certo, um (artigo indefinido), somente, uma vez, uma vez por todas, um... outro, aquele... outro, um depois do outro, um por um, primeiro, onze, décimo primeiro". Bem como faz uso da palavra “yachiyd” para definir outro tipo de unidade, a unidade “absoluta”. Seu significado é bem mais relacionado a esse tipo de unidade, o léxico de Strongs define esta palavra como “só”, “só um”, “solitário”, “sozinho”, “único”. Ambas as palavras são traduzidas para o nosso idioma como “um” (artigo indefinido), “um” (número) e “único”.

Quando as Escrituras querem definir uma unidade “absoluta” geralmente ela usa a palavra “yachiyd”. Por isso são traduzidas para o nosso idioma como “único”, temos exemplos claros: “Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro e único [yachiyd] diante de minha mãe”. (Pv.4.3). “Ó filha do meu povo, cinge-te de cilício e revolve-te na cinza; pranteia como por filho único [yachiyd], pranto de amarguras; porque, de súbito, virá o destruidor sobre nós”. (Jr.6.26).

Quando as Escrituras querem definir uma unidade “composta” geralmente ela usa a palavra “echad”. Por isso são traduzidas para o nosso idioma mais como “um”. Exemplos: “... Eis que o povo é um [echad]...”. (Gn.11.6). “As sete vacas boas serão sete anos; as sete espigas boas, também sete anos; o sonho é um [echad] só”. (Gn.41.26). E outras vezes traduzidas por “um” quando em seu contexto usa uma expressão numérica, temos como exemplo: “A Héber nasceram dois filhos: um [echad] teve por nome Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã”. (Gn.10.25). Raras vezes é traduzida para “único”. Isso pode ocorrer quando o seu contexto favorece a uma unidade “composta”, temos como exemplo: “Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único [echad] a quem Deus escolheu, é ainda moço e inexperiente, e esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o SENHOR Deus”. (1Cr.1.29).

Agora veja bem, o texto de Dt.6.4: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único [echad] SENHOR”. Ao invés de usar a palavra hebraica “yachiyd” (unidade absoluta: só, solitário, só um), no texto hebraico se usa “echad” (unidade composta). Então temos que ponderar, se geralmente se usa o termo hebraico “echad” para unidade “composta”, outras vezes para uma expressão numérica e raras vezes se traduz para “único” quando o seu contexto favoreça a uma unidade “composta”. Então podemos tirar duas interpretações deste texto e só uma é a verdadeira:

a) Ou a Bíblia está afirmando que Deus é o único SENHOR que governa como Pai, Filho e Espírito Santo;

b) Ou a Bíblia está afirmando que Deus é único SENHOR de uma série de outros que existem.

O item “a” é mais provável, por ser Moisés, autor do texto, de crença “monoteísta” (7): “Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus”. (léxico eletrônico Aurélio XXI). Porém o item “b”, remota a uma antiga visão conhecida como “henoteísmo”: “... forma de religião em que se cultua um só Deus sem que se exclua a existência de outros”. (idem) (8). Esta forma de religião foi muito combatida por Isaías: “... diz o SENHOR... antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”. (43.10) “Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus...”. (45.5). “Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro”. (45.6). “Só contigo está Deus, e não há outro que seja Deus”. (45.14). “Eu sou o SENHOR, e não há outro”. (45.18). “Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim”. (45.21). “... porque eu sou Deus, e não há outro”. (45.22).

Notem que na versão grega do AT, a Septuaginta (LXX), o texto de Moisés supracitado não se coloca a palavra grega mais definitiva de unidade absoluta que é “monos”, que significa: “sozinho (sem companhia), desamparado, destituído de ajuda, sozinho, único, somente”. (léxico de Strong). E nem o NT, que recita o mesmo, não o faz. Ambos os textos usam “eis” (um). É só conferir Marcos 12.29 no texto grego e Deuteronômio 6.4 na LXX. O que mostra que a palavra hebraica “yachiyd” tem mesmo uma inclinação para a unidade absoluta, enquanto que “echad” não tem a mesma força, pois em vários casos, representa uma unidade composta.

Portanto, podemos dizer que a palavra “trindade” se identifica nos manuscritos do AT no termo hebraico “echad” quando ela expressa uma unidade composta. Definindo bem a palavra trindade: Deus é um, composto de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

A EXISTÊNCIA DAS TRÊS PESSOAS NA BÍBLIA

Em João 1.1 vemos que o Filho (o verbo) estava com o Pai (Deus). Estar com alguém, implica dizer que temos duas pessoas estando no mesmo lugar, uma em companhia da outra. Em João 8.16-18 vemos Jesus claramente afirmar que não está sozinho e apela para a Lei com o testemunho de duas pessoas. Em João 14.26, também 15.26 e Mateus 3.16,17, têm claramente a presença de três pessoas em cena. Em 2Jo.3 mais uma vez, distingue-se o Pai do Filho.

Vejamos na Bíblia o uso do pronome pessoal “ele”, empregado tanto para Jesus como para o Espírito Santo:

(A) “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás... Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”.(Dt.18.15,18,19 o grifo é meu).

(B) “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo... quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade... Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”. (Jo.16.8,13,14 o grifo é meu).

A CONFUSÃO DA VOZ DA “VERDADE”

A IEVV faz uma confusão com a palavra “Deus”. Eles confundem que só pelo fato de Jesus ser chamado de “Deus” em algum texto das Escrituras é porque ele era compreendido como o “Pai” por seus escritores, o que não é verdade. Outra confusão é pensar que declarações bíblicas que fazem apologia ao monoteísmo (9) sejam refutações da existência de três pessoas na divindade e apoio ao “unicismo”, o que também não é verdade. E uma outra confusão que fazem é pensar que pelo fato de Deus ser um ser pessoal significa dizer que ele seja uma só pessoa. Vamos desfazer essa confusão que a IEVV faz:

1) Sobre a palavra “Deus”

Essa palavra, presente nos originais como “elohiym” e “theos”, não apoia o “unicismo” (10) como pensam. A palavra “Deus” sofre muito os efeitos de polissemia (11). E ainda, é uma palavra que está no plural na língua hebraica. Precisamos do contexto para saber a quem se refere o texto bíblico. Essa palavra pode se referir a: deuses, deusas, governantes, seres divinos, anjos e ao Deus verdadeiro. Para facilitar o entendimento dos leitores, os tradutores colocaram um “d” minúsculo para os demais versos que não se tratam do “Deus verdadeiro”. Por exemplo:

“Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. (2Co.4.4).

“Então, os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer grande sacrifício a seu deus Dagom e para se alegrarem; e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo”. (Jz.16.23).

“Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo”. (Sl.82.6).

Já a palavra “Deus”, no significado de “Deus verdadeiro”, pode se referir tanto ao Pai, como ao Filho, como ao Espírito Santo ou as três pessoas de uma vez. O contexto é que vai designar qual é a situação. Vejamos algumas ocorrências nas Escrituras:

Mateus 1.23: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”. Nesta passagem, a palavra “Deus” dirige-se ao Filho;

Mateus 6.8: “Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;
Marcos 10.6 “porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher”. Neste caso, sabemos que a palavra “Deus” refere-se as três pessoas da trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pois vemos em Gn.1.26 que a pessoa do Pai não estava sozinho. Deus disse “façamos”. E realmente o Espírito Santo (Jó 33.4) e o Filho participaram (Jo.1.3);

João 1.1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai, quando afirma que “o Verbo estava com Deus”; e dirige-se ao Filho quando afirma que “o Verbo era Deus”. João não estava afirmando aqui que Jesus era o Pai, mais que Ele era Deus. Pois a expressão “estava com” presente na sentença impõe a existência de duas pessoas: Deus (o Pai) e o Verbo (o Filho). Um em “companhia” de outro.

Atos 5.4: “Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Nesta passagem, a palavra “Deus” dirige-se ao Espírito Santo. No verso 3 percebemos que a mentira foi cometida contra a pessoa do Espírito Santo: “... para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?”.

Apocalipse 1.8: “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”. Nesta passagem, a palavra “Deus” dirige-se ao Filho. Pois vemos que o “Alfa e Omega”, no contexto do livro de apocalipse é Jesus, Ele diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”. (idem 22.13) Sabemos que é Ele porque adiante diz: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas...” (idem 22.16) a primeira pessoa no singular que continua falando é identificada como “Jesus”.

2Coríntios 13.13: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

1João 5.20: “Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Nesta passagem na primeira parte a palavra “Deus” refere-se ao Pai, já na segunda parte ao Filho. Por causa do adjetivo “verdadeiro”, que está sendo claramente direcionado a Cristo;

João 14.1: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

João 15.5: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Pai;

Tito 2.13: “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Nesta passem, a palavra “Deus” dirige-se ao Filho;

2) Sobre o monoteísmo

Quando a Bíblia diz: “Porquanto há um só Deus...” (1Tm.2.5); “... ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (2Tm.1.17); “Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro”. (Is.45.6). Os seus autores não estão afirmando que Deus venha ser uma única pessoa, mas um único Deus ou uma única divindade. Isso se vê frequentemente no texto sagrado devido tamanha quantidade de deuses que os povos adoravam. O “politeísmo” era uma prática muito comum na época. E os servos e profetas do Senhor escreviam contestando essa visão deturpada de Deus. Em momento algum eles estavam fazendo contestação à existência de três pessoas na divindade.

3) Sobre Deus ser um ser pessoal

Quando a Bíblia revela a personalidade de Deus (Is.63.10; Sl.100.5; 103.8; Ef.4.30), o seu texto não está afirmando que Deus seja uma única pessoa. Mas está mostrando que Deus não é uma força, uma coisa ou algo que se confunde com o universo. Por isso, a teologia cristã discorda de uma visão que despersonaliza Deus, como faz o “panteísmo”(12). Diante disso é muito espontâneo falarmos ou escrevermos: “Deus é uma pessoa”. Mas na verdade estamos dizendo que “Deus é um ser pessoal” e não negando as três pessoas da divindade.

Portanto, diante dessas confusões que a IEVV faz é bom lembrar: “... Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos”. (1Co.14.33).

TRÊS “FORMAS” OU “PESSOAS”?

A IEVV insiste em afirmar que Deus é uma única pessoa. E para que esse pensamento não venha discordar das Escrituras, toda passagem bíblica que distingue a pessoa do Pai da do Filho ou do Espírito com a do Filho, e vice-versa, eles dizem que são “formas” que esse único ser pessoal tomou. Para você entender bem esse pensamento, seria como se Deus fosse um ator de filme que faz três papéis. Este raciocínio seria bem prático e simples, mas não seria verdadeiro. Pois seriam mentirosas as narrativas contidas na Bíblia Sagrada que falam sobre Deus Pai, Filho e Espírito Santo, uma vez que supostamente se tratam de uma mesma pessoa. Vejamos algumas:

a) A Bíblia diz que o Pai enviou Jesus ao mundo para salvar o homem (Jo.3.16). Essa afirmação não seria verdadeira. Pois, supostamente, tanto quem enviou quanto quem foi enviado é uma única pessoa.

b) Em Mateus 3.16,17 diz: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Veja bem, Jesus estava no rio, logo aparece outro ser intitulado “Espírito Santo” tomando uma forma de pomba, e depois se ouve uma voz dos céus chamando Jesus de filho, onde se conclui que seja o Pai. Ora, se não são três pessoas no texto, a narrativa bíblica se torna mentirosa. Ou no mínimo, deixa de ser uma narrativa do evangelho e passa a ser uma alegoria.

c) Lucas diz que Jesus entregou o seu espírito ao Pai (Lc.23.46). Isso foi uma narrativa de Lucas ou uma alegoria?

d) A promessa de Jesus em João 14.16: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”. Essa promessa foi plenamente verdadeira? Se Deus é uma única pessoa Jesus não mentiu aqui? Ele garante que diz a verdade: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei”. (Jo.16.7). Que diz a verdade? João ou a IEVV?

e) Em Hebreus 9.14 diz: “muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”. Segundo esse texto, Jesus ofereceu a oferta do pecado a quem? Como um único ser oferece para ele mesmo o preço do pecado? Se não há três pessoas aqui no texto, então a obra da salvação não é uma “história”, mas um “mito”. Veja também Ef.5.2. Ora, os sacrifícios são dados a Deus: Hb.11.4; 11.17; Êx.29.14,18; 20.26,27; etc.

f) “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20.17). “À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15:34). Ora, não tem como Jesus ser Deus dele mesmo.

O QUE SERÁ DAS NARRATIVAS DOS EVANGELHOS?

É isso mesmo! Esta pergunta não nos compete responder, é da praia dos líderes da IEVV e de todas as outras seitas motivadas pelo unicismo. Ora, o que é uma “narrativa”? O dicionário responde: “maneira de narrar”. Onde “narrar” significa “expor minuciosamente”. Imagine um narrador de futebol, quando ele diz que “a bola bateu na trave” ele não estar fazendo uma alegoria, ele estar contando um fato que aconteceu. Agora lembre-si das narrativas dos evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Quando eles “narram” Jesus falando com o Pai (Mt.26.39; Mc.14.36; Lc.23.34; Jo.17.4-6; etc.). Se não existe a outra pessoa para quem Jesus está falando, então os autores dos evangelhos fizeram alegoria e não uma narrativa. Assim, teríamos que classificar os evangelhos entre os livros poéticos também. Lembro a todos que essa arbitrariedade de interpretar como “alegoria” trechos dos evangelhos abre precedentes para duvidarmos da veracidade dos fatos de todo o contexto.

DOUTRINA UNICISTA, BATISMO UNICISTA

Ora, como negam a Trindade, obviamente eles discordam da fórmula batismal usada pelas igrejas evangélicas, que batizam em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Veja o que eles dizem sobre esse tipo de batismo na “Instrução Inicial Pró-batismo”, preparada pelo Pr. Francisco F. Santos – Rio, 06/06/85: “1) Aos que são batizados nas igrejas cujo batismo é na tradição dos títulos, esses batismos são considerados válidos? Resposta: São considerados com valor religioso, mas não têm valor bíblico algum (Ef.4.5), pois é um tipo de batismo forjado pelo homem”.

Porém essa fórmula foi declarada por Jesus em Mateus 28.19: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Jesus ordenou que seus discípulos batizassem os novos discípulos “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Ou seja, na autoridade das três pessoas e não nos três “títulos”. Ainda, equivocadamente, citam a passagem de Atos 2.38, onde Pedro diz: “... Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo...” para sofismar que Pedro era unicista ou que a Igreja Primitiva foi unicista ou que a Bíblia seja unicista. Porém, se respeitarmos um princípio universal de interpretação bíblica que diz ser “a Bíblia a melhor intérprete de si mesma”, poderemos entender o texto. Assim, vejamos o que a Bíblia diz: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. (Colossenses 3.17). Pedro batizava os novos discípulos “em nome de Jesus” não porque essa é a “forma certa de batizar”, mas que tudo o que iria fazer na vida, ele fazia em nome de Jesus. Mas, quando fosse celebrar o batismo evidentemente usaria a fórmula ordenada por seu Senhor: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Pedro sabia muito bem que ter Jesus como Senhor implicava em obedecer-lho: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lc.6.46).

Todas as liturgias cristãs são feitas com base em Colossenses 3.17. No entanto, cada uma tem a sua forma e jeito de ser celebrada. Seja casamento, funeral, ordenação (At.6.6), bênção apostólica (2Co.13.13), etc.

CONCLUSÃO

“Seita é um grupo de indivíduos motivados por uma heresia. E heresia é tudo aquilo que em matéria de fé, sustenta opiniões contrárias, excedentes e deturpadas da Palavra de Deus”.

Portanto, pregar contra a doutrina da Trindade não é se opor simplesmente a um credo denominacional. Mas, é se opor a Bíblia Sagrada. O unicismo é uma heresia. E a IEVV é um grupo motivado por essa heresia unicista (13).

Entretanto, meu intuito aqui jamais será de desdenhar da fé alheia, nem incitar o ódio. Ainda que discordemos firmemente desta crença, reiteramos nosso respeito às pessoas que a professam, e afirmamos o evangelho como o caminho de salvação.

VOCABULÁRIO:

(1) Doutrina Trinitariana: Ensinamento cristão de que Deus é subsistente em três pessoas. Chama-se “Trintade” – três pessoas na divindade.

(2) Apostólico: Esse credo feito em homenagem aos apóstolos de Cristo. Esse título dado ao credo foi usado pela primeira vez no ano de 390 d.C. no sínodo de Milão. Em 404 d.C. Tirano Rufino escreveu um comentário do credo, contando a história de sua provável origem (de que no dia de Pentecostes os apóstolos, antes de cumprir a ordem de ir aos confins da terra, teriam se reunido e cada um contribuído com alguma parte do credo). Há evidência, no entanto, de que um credo muito semelhante a este já era usado no ano 150 d.C.

(3) Niceno: O Credo Niceno deriva-se do credo de Nicéia (composto pelo Concílio de Nicéia em 325 d.C.), com pequenas modificações efetuadas pelo Concílio de Calcedônia (451 d.C.) e pelo Concílio de Toledo (Espanha, 589 d.C.). Este credo expressa mais precisamente a doutrina da Trindade, contra o arianismo.

(4) Atanasiano: Esse credo foi feito aproximadamente no século IV d.C. em homenagem ao heroico defensor da doutrina da divindade de Cristo: Atanásio. O foco do credo era defender a doutrina da Trindade e a divindade de Cristo.

5) O Catecismo de Heidelberg tem sido destacado como a mais bela das confissões de fé produzidas pela Reforma Protestante, a mais generosa e pessoal dentre as exposições do calvinismo. Trata-se de uma confissão constituída de 129 perguntas e respostas, tendo a sua seqüência baseada na Epístola aos Romanos. Publicado no dia 19 de janeiro de 1563. Colaboradores: Zacarias Ursino - Zacarias Baer ou Ursinus (1534-1583) nasceu na Polônia. Gaspar Oleviano - Kaspar von Olewig ou Olevianus (1536-1587) nasceu em Treves, na fronteira de Luxemburgo.

(6) O Catecismo Maior de Westminster, formulado pela Assembléia de Westminster, no séc. XVII d.C. É um catecismo de orientação calvinista, composto de 196 questões. Junto da Confissão de Fé de Westminster e do Breve Catecismo, compõe os símbolos de fé das igrejas presbiterianas ao redor do mundo.

(7) Monoteísta: Adepto do monoteísmo.

(8) Henoteísmo: Forma de religião em que se cultua um só Deus sem que se exclua a existência de outros.

(9) Monoteísmo: Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um único Deus.

(10) Unicismo: pensamento que nega a doutrina da Trindade desenvolvendo a teoria de três manifestações. Seria um único Deus Verdadeiro que se manifestara em três “formas” e não “pessoas”, ora como Pai, ora como Filho, ora como Espírito Santo. As principais seitas adeptas deste pensamento são: “Igreja do Evangelho Eterno”, “Tabernáculo da Fé”, “Só Jesus”, “Voz da Verdade”, “Igreja Local de Wintness Lee”.

(11) Polissemia: Uma palavra com muitos significados.

(12) Panteísmo: Do grego "pas", pan, "tudo, todas as coisas" e theos, "deus". Como o próprio nome sugere, é a doutrina segundo a qual Deus e o mundo formam uma unidade; são a mesma coisa, constituindo-se num todo indivisível. Deus não é transcendente ao mundo, dele não se distingue nem se separa; pelo contrário, lhe é imanente, confunde-se com ele, dissolve-se nele, manifesta-se nele e nele se realiza como uma só realidade total, substancial.

(13) Unicista: Que ensina o unicismo.

Esta postagem foi escolhida para ser publicada no meu livro edição comemorativa do blog Anti-Heresias - 10 anos. Por ser uma das 10 mais visualizadas. E os comentários, até a data de publicação, foram incluídos.




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Dúvidas e esclarecimentos escreva para: anti-heresias@hotmail.com

quinta-feira, 2 de abril de 2009

ESPIRITISMO


O espiritismo é, sem dúvida, uma das heresias que mais cresce no mundo hoje. O ser humano sente a necessidade de sair em busca de Deus, no entanto essa busca nem sempre leva ao caminho da vida (Pv.14.12). Muitas vezes o que leva ao homem a procurar o espiritismo é a saudade que ele tem de seus parentes falecidos (esposas, esposos, filhos, primos, tia, avó, e etc.). Isto acontece porque o espiritismo alimenta o ensino da comunicação com os mortos.

Alheio a Palavra de Deus (a Bíblia Sagrada) e divorciado da comunidade cristã, o espiritismo tem se escondido por trás de uma couraça filosófica e com um linguajar de "cristão". Contudo, negam os fundamentos da fé cristã e no seu acervo de ensinos se comprova que é uma religião.

RESUMO HISTÓRICO

O espiritismo, enquanto tentativa de contato com os mortos, faz parte da tradição de vários povos, como os egípcios, caldeus, assírios, etc. O espiritismo que hoje se expande no Brasil e no mundo nada mais é do que a continuação da necromancia e do ocultismo praticado pelos povos antigos. O espiritismo deriva de religiões tais como o Animismo, hinduísmo e budismo. Porém, em sua forma moderna como hoje é conhecido, o seu ressurgimento se deve a duas jovens norte-americanas, Margaret e Kate Fox, de Hydeville, Estado de Nova Iorque.

Em Dezembro de 1847, Margaret e Kate, respectivamente de 12 e 10 anos (conhecidas como as irmãs Fox), começaram a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa onde moravam. A princípio julgaram que esses ruídos fossem produzidos por ratos e camundongos que infestavam a casa. Porém, quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas por mãos invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares, e uma mão fria tocou no rosto duma das meninas, percebeu-se que o que estava acontecendo eram fenômenos sobrenaturais. A partir daí, as meninas criaram um meio de comunicar-se com o autor dos ruídos, que respondia às perguntas com um determinado número de pancadas.

Partindo desse acontecimento, que recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação da época, propagaram-se sessões espíritas por toda a América do Norte. Na Inglaterra, porém, a consulta dos mortos já era muito popular entre as camadas sociais mais elevadas. Por conseguinte, os médiuns norte-americanos encontraram ali solo fértil, onde a semente do supersticionismo espiritista haveria de ser semeada, nascer, crescer, florescer e frutificar. Na época, outros países da Europa também foram visitados com sucesso pelos espíritas norte-americanos.

Na França, a figura de Allan Kardec é a principal dos arraiais espiritistas. Léon Hippolyte Rival (o verdadeiro nome de Allan Kardec), nascido em Lião, em 1804, filho de um advogado, tomou o pseudônimo de Allan Kardec por acreditar ser ele a reencarnação dum poeta celta com esse nome. Dizia ter recebido a missão de pregar uma nova religião, o que começou a fazer a 30 de abril de 1856. Um ano depois, publicou O Livro dos Espíritos, que muito contribuiu na propaganda espiritista. Dotado de inteligência e inigualável sagacidade, estudou toda literatura afim disponível na Inglaterra e nos Estados Unidos, e dizia introduzir no espiritismo a idéia da reencarnação. De 1861 a 1867, publicou quatro livros: Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e Gênesis. Homem dotado de características físicas e mentais de grande resistência, Allan Kardec foi apóstolo das novas idéias que haveriam de influir na organização do espiritismo. Fundou A Revista Espírita, periódico mensal editado em vários idiomas. Ele mesmo assentou as bases da “Sociedade Continuadora da Missão de Allan Kardec”. Morreu em 1869.

SUBDIVISÕES DO ESPIRITISMO

O movimento compreende a várias tendências ou manifestações as quais iremos ver a seguir. Embora consideremos o espiritismo igual em toda a sua maneira de ser, os próprios espíritas preferem admitir haver diferentes formas de espiritismo, assim classificamos e sintetizamos abaixo:

ESPIRITISMO COMUM

· Quiromancia – Adivinhação pelo exame das linhas das mãos. O mesmo que “quiroscopia”.

· Cartomancia – Adivinhação pela decifração de combinações de cartas de jogar.

· Grafologia – Estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita.

· Hidromancia - Arte de adivinhar por meio da água.

· Astrologia - Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros, especialmente dos signos, no destino e no comportamento dos homens; também conhecida como “uranoscopia”.

BAIXO ESPIRITISMO

· Vodu - Culto de negros antilhanos, de origem animista, e que se vale de certos elementos do ritual católico. Haiti.

· Candomblé - Religião dos negros ioruba, na Bahia.

· Umbanda - Designação dos cultos afro-brasileiros, que se confundem com os da macumba e dos candomblés da Bahia, xangô de Pernambuco, pajelança da Amazônia, do catimbó e outros cultos sincréticos.

· Quimbanda - Ritual da macumba que se confunde com os da umbanda.

· Macumba - Sincretismo religioso afro-brasileiro derivado do candomblé, com elementos de várias religiões africanas, de religiões indígenas brasileiras e do catolicismo.

ESPIRITISMO CIENTÍFICO

· Ecletismo - Sistema filosófico que não segue sistema algum, escolhendo de cada um a parte que lhe parece mais próxima da verdade.

· Esoterismo - É a possessão de conhecimento ou verdades que permanecem ocultos ou velados para os que não foram designados a recebê-los.

· Teosofismo - Conjunto de doutrinas religio-filosóficas que têm por objetivo a união do homem com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito até a iluminação. Iniciado por Helena Petrovna Blavastky, mística adepta do budismo e do lamaísmo.

· Kardecismo - É o que está filiado à Federação Espírita Brasileira e para o qual Allan Kardec é considerado o Mestre Divino.

DIVISÕES DO ESPIRITISMO NO BRASIL

Além do Espiritismo Kardecista que é o maior grupo, temos também aqui no Brasil:

* A Legião da Boa Vontade - Embora não filiada à FEB, aceita a idéia de Alziro Zarur, segundo a qual ele era a reencarnação de Kardec. Não crê que Cristo tivesse corpo real e humano, seguindo a linha de pensamento de João Batista Roustaing.

* Racionalismo Cristão - Fundado em 1910 por Luiz de Mattos. Luiz José de Mattos nasceu em Portugal, em 03/01/1860. É panteísta e fala de Deus como “O Grande Foco”, “Inteligência Universal”. Possui templos suntuosos em várias regiões de São Paulo.

* Cultura Racional - Fundada por Manoel Jacintho Coelho em 1935, no Rio de Janeiro (Méier), mas divulgada a partir de 1970, quando alcançou fama nacional. Aceita a metempsicose (Transmigração da alma até mesmo para seres inferiores).

* Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento - Fundado em 1909, pelo Sr.Antônio Olívio Rodrigues. Possui espalhados pelo Brasil milhares de tattwas, ou centros. Aceita a doutrina reencarnacionista.

* Ordem Rosacruz - Com suas várias organizações, destacando-se a AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis). Semelhantemente há fraternidade Rosacruz de Max Heindel, a FRC (Fraternidade Rosae Crucis) de Clymer, a FRA (Fraternidade Rosacruciana Antíqua) de Krumnheller (Igreja Gnóstica) e a Ordem Cabalística de Rosacruz (Igreja Expectante) do Sr.Léo Alverez Costet de Mascheville.

* Outros - Finalmente, poderíamos agrupar aqui as sociedades teosóficas e as seitas orientais japonesas, como Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikaru, Perfetc Liberty e as seitas orientais provindas do hinduísmo, como o movimento Hare Krishna e Meditação Transcendental, a Nova Era, e outras, todas adeptas do reencarnacionismo.

PSEUDOS CRISTÃOS

O espiritismo usa uma traiçoeira propaganda de “cristãos”. Arroga para si a condição de ser o autêntico cristianismo. Mas na verdade são lobos vestidos de ovelhas. Assim dizem: “Se o cristianismo sobreviver, o espiritismo deve morrer; e se o espiritismo tiver de sobreviver, o cristianismo deve desaparecer. São a antítese um do outro...” (Mind and Matter, Junho de 1880).
A verdade é que o espiritismo nunca mostra a sua face, assim como o Diabo. Ele se esconde por trás das “boas” apresentações, e nada mais é atraente do que usar o slogan de “cristão”.

E continuam: “A doutrina espírita nos ensina a praticar o cristianismo em sua forma mais pura e simples. Assim, o espírita procura ser um bom cristão. Ele sente que precisa combater seus próprios defeitos e praticar os ensinamentos de Jesus” (O Espiritismo em Linguagem Fácil, p.61).
Para “praticar o cristianismo em sua forma mais pura e simples”, em primeiro lugar, seria preciso que o espiritismo tivesse sua base na Bíblia e suas crenças fossem as mesmas do cristianismo. O espiritismo usa falsa propaganda quando afirma essa outra mentira.

Allan Kardec afirma que os espíritas são os mais genuínos cristãos. Para isso aplica duas estratégias: “É preciso que nos façamos entender. Se alguém tem uma convicção bem assentada sobre uma doutrina, ainda que falsa, é necessário que o desviemos dessa convicção, porém pouco a pouco. Eis porque nos servimos, quase sempre, de suas palavras e damos a impressão de partilhar de suas idéias, a fim de que ele não se ofusque de súbito e deixe de se instruir conosco” (“O Livro dos Médiuns”, Ltda., 1985, p.495).

O texto acima tira a máscara cristã que Allan Kardec pretende dar ao espiritismo:
a) primeiro, “nos servimos... de suas palavras”;
b) segundo, “damos a impressão de partilhar de suas idéias”.

Com que propósito? “A fim de que ele não se ofusque de súbito e deixe de se instruir conosco”. Assim para atingir seu objetivo, elogia Jesus Cristo, mas logo em seguida faz seus duros ataques aos ensinamentos cristãos e se vê no direito de remover da Bíblia o que ela diz contra o espiritismo e acrescentar na Bíblia o que eles pensam. Estes são verdadeiros falsos profetas conforme Jesus adverte, em Mateus 7.15.

CONSULTA AOS MORTOS

Com base nas palavras de Dt.18.9-14 no seu livro “O céu e o Inferno”, aduz Allan Kardec: “...Moisés devia pois, por política, inspirar nos hebreus aversão a todos os costumes que pudessem ter semelhança e pontos de contato com o inimigo”. Porém a verdade é que Deus condena a invocação de mortos: “Não se achará entre ti... adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR." (ibidem, 10-12) Alegar que Moisés se punha aos costumes pagãos dos cananeus por razões simplesmente políticas, como afirma Allan Kardec, atesta a completa ignorância do espiritismo quanto às Escrituras Sagradas.

A proibição divina de se consultar os mortos não prova que havia comunicação com os mortos. Prova que havia a consulta aos mortos, o que não significa comunicação real com eles. Era apenas uma tentativa de comunicação. Nestas tentativas havia muito embuste, mistificações, mentiras, farsas e manifestações de demônios. É o que acontece hoje nas sessões espíritas, onde espíritos demoníacos, espíritos enganadores manifestam-se, identificando-se com pessoas amadas que faleceram. Alguns desses espíritos têm aparecido, identificando-se com os nomes de grandes homens, ministrando ensinos e até apresentando projetos éticos e humanitários para camuflar suas verdadeiras intenções (1Tm.4.1; Jo.10.10; 1Pe.5.8).

O povo de Deus, porém, possui a inigualável revelação de Deus pela qual disciplina a sua vida (Is.8.19,20). Pelo testemunho geral das Escrituras os mortos, devido ao estado em que se encontram, não têm parte em nada do que se faz e acontece na Terra. Consulte os seguintes textos: Ec.7.2; 9.5,6; Sl.88.10-12; Is.38.18,19; Jó 7.9,10.

Os textos supracitados mostram que após a morte o espírito humano não poderá voltar à vida terrena, e que nada poderá fazer por si mesmo e muito menos pelos vivos que ainda estão na Terra.

No desespero de encontrar apoio da Bíblia Sagrada os espíritas recorrem ao texto de 1Sm.28 para alegar a prática de consultar os mortos, Saul e a feiticeira de En-Dor. No entanto vamos ver algumas provas que não era com Samuel que Saul estava conversando:

a) Saul fora rejeitado por Deus em razão da sua desobediência (1Sm.15.23), e “o Espírito do Senhor se retirou de Saul ”(1Sm.16.14). Por isso mesmo, Deus não mais lhe respondia (1Sm.28.6). Deus se comunicava com os homens através de três maneiras: por sonhos (Jó.33.14-17); por revelação sacerdotal (Êx.28.30); por intermédio dos profetas (Hb.1.1). Ora, se Deus recusara-se a atendê-lo pelas vias normais, por que o faria pelas vias que Ele próprio condenava? Mudança de idéia a respeito de Saul ou em relação à feitiçaria? É óbvio que não! E se Ele não mudou de idéia, quem apareceu a Saul com certeza não foi o profeta Samuel.
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b) Se fosse Samuel, como profeta de Deus, ele não teria errado. Em todas as suas palavras que proferira em nome do Senhor nunca errou (1Sm.3.19). Como é que depois de morto, aparece à uma feiticeira (contrariando a lei de Deus) e prediz que Saul seria entregue nas mãos dos filisteus( 1Sm.28.19), o que não aconteceu ? Saul se suicidou (1Sm.31.4), e seu corpo veio parar mais tarde nas mãos dos homens de Jabes-Gileade (1Sm.31.11-13).
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c) Não morreram todos os filhos de Saul como o pseudo-Samuel falara (1Sm.28.19). Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Isbosete (2Sm.2.8-10); Armoni e Mefibosete (2Sm.21.8). Apenas três morreram, como está registrado em 1Sm.31.6 e 1Cr.10.2-6. O suposto Samuel disse a Saul, “...amanhã, tu e teus filhos estareis comigo” (1Sm.28.19). Saul ao suicidar-se não foi para o mesmo lugar que Samuel (1Cr.10.13; Lc.16.19-31). Logo, quem falou com Saul não foi Samuel.
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d) É inaceitável que Samuel, homem reto e santo enquanto vivo, depois de morto viesse a obedecer a uma feiticeira, mulher abominável, numa prática proibida por Deus (Êx.22.18; Lv.20.27; Dt.18.9-12; Is.8.19,20; 47.11-15).
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e) Em 1Sm.28.13, a mulher diz: “Vejo deuses que sobem da terra”. Quem eram? Só podiam ser deuses do inferno (Mc.5.9; Lc.8.30; Ap.13.11; 12.9). O diabo pode transfigurar-se em anjo de luz (2Co.11.14,15; 1Sm.16.23). Pois os mortos não se comunicam com os vivos (Lc.16.19-31; Hb.9.27). E mais, Saul não viu Samuel. De acordo com a descrição da médium, foi ele mesmo que supôs que o personagem descrito era Samuel (1Sm.28.14 e veja 1Cr.10.13).

A TEORIA DA REENCARNAÇÃO

O espiritismo ensina em resumo que reencarnação é a volta da alma (ou espírito) à vida corporal, mas em outro corpo novamente formado para ele que nada tem de comum com o antigo. Ensina que a morte é apenas um meio de ir ao mundo espiritual e a reencarnação um meio de retornar ao mundo físico.

Essa vida passa a ser tida como uma expiação. O que sofremos é justo; foi merecido por nós, nesta ou noutras encarnações. Pois bem, quando um homem mal fere o outro, quando um ladrão furta, quando o capanga mata, nada mais são que instrumentos da justiça divina. Portanto a reencarnação passa a ser um meio de purificação dos pecados dos espíritas.

Refutação Bíblica: Este ensino de justiça de “matar, roubar e destruir” é muito parecido com as obras do Diabo (Jo.10.10). Como fica este tipo de comportamento perante o ensino de Jesus Cristo? (Mt.5.21,22,38,39,44). Quando nos arremetemos contra alguém, expomo-nos a fazer sofrer um inocente. A doutrina espírita, por sua vez, defende que só fazemos sofrer quem merece. Porém o verdadeiro problema, o mal em todas as suas formas, o pecado, a verdadeira causa do sofrimento e da injustiça permanece sem tratamento; não é resolvido em absoluto, apenas é perpetuado indefinidamente. Uma maldade exige outra em compensação, e a outra mais outra, e assim sucessivamente.

Pela Bíblia, só existe um meio de expiação ou reparação do pecado: O sacrifício de Jesus Cristo. Sim, quando ele estava nas ânsias de sua crucificação e morte, pediu ao Pai que se houvesse outro meio de expiação do pecado, falha, erro do homem, que ele o livra-se da morte (Mt.26.39). No entanto Deus deu a seu filho a morte de cruz, provando que não havia outro meio de purificação do homem a não ser pelo derramamento de sangue, o sangue de um inocente, Jesus Cristo (Rm.5.8,9; 1Jo.2.2; 1Pe.1.18,19; Hb.9.14,22,24-26). Se existisse reencarnação Deus não teria entregado seu filho ao mundo (Jo.3.16).
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O sacrifício de Jesus feito uma só vez apaga os nossos pecados quando confessados a Ele (1Jo.1.9,10). Para isso é necessário o arrependimento (At.3.18,19) e com o arrependimento vem a reparação, ou como nós chamamos “santificação”. Causando assim no homem um “novo nascimento”. (1Pe.1.23; 2Co.5.17; Gl.6.15; Jo.3.3). Não existe uma pluralidade de existência (em corpos) com um só espírito, pois a Palavra de Deus é clara em dizer que está determinado por Deus o homem morrer uma só vez, depois segue-se o juízo sobre o espírito humano, essa é a regra (Hb.9.27). Se existe exceções é para os casos de ressurreição por intervenção do milagre, para a glória de Deus. A Bíblia registra casos de ressurreição tais como: a do filho de viúva de Serepta (1Rs.17.19-22), o filho da sunamita (2Rs.4.32-37), o defunto que foi lançado na cova de Eliseu (2Rs.13.21), a filha de Jairo (Mc.5.21-23, 35-43), o filho da viúva de Naim (Lc.7.11-17), Lázaro (Jo.11.1-46), Dorcas (At.9.36-43).

O espírito vai para Deus quando acontece a morte (como “separação” do espírito do corpo) e assim segue-se o juízo sobre a sua vida (Ec.12.7 e Mc.16.16; Jo.3.18). Por isso, sabiamente, os espíritas não acreditam na expiação de Jesus, nem na queda do homem, nem na deidade de Jesus, nem no céu e nem no inferno, a fim de manter viva a crença nesta doutrina absurda e falível. Pois a existência destas doutrinas ameaça a teoria da reencarnação?

HÁ DIFERENÇA DE RESSURREIÇÃO PARA REENCARNAÇÃO

A Bíblia jamais faz qualquer referência à palavra “reencarnação”, tampouco a confunde com a palavra “ressurreição”. Segundo o dicionário Escolar de Língua Portuguesa, de Francisco da Silveira Bueno, “reencarnação” é o ato ou efeito de reencarnar pluralidade de existências com um só espírito; enquanto que a palavra “ressurreição”, no grego, é “anástasis” e “égersis”, ou seja: levantar, erguer, surgir, sair de um local ou de uma situação para outra. No latim, “ressurreição” é o ato de ressurgir, voltar à vida, reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo “ressurreição” como o mesmo que ressurgir dos mortos, em outras palavras, é o retorno da alma e do espírito ao mesmo corpo. Que pode acontecer por um milagre (João 11.38-44) e que vai acontecer por ocasião da vinda de Cristo (1Tessalonicenses 4.16). A diferença é que o primeiro caso o espírito-alma volta para um corpo “mortal”, já o segundo para um corpo imortal (1Coríntios 15.53).

Os espíritas não acreditam na ressurreição dos mortos porque o corpo é absorvido e disperso pela natureza, e é impossível materialmente recompor os elementos desse corpo. Entretanto, acreditam em vidas em outros planetas e também em espíritos. Ou seja, quando um ensinamento bíblico põe em contradição seus ensinos julgam-no cientificamente. Mas quanto aos seus ensinos julgam pela fé. A ressurreição na Bíblia é figurada como uma semente, toda semente lançada em terra, pela lei da vida deve ressurgir (leia 1Co.15.42-44). Aproveitando o ensejo vamos citar apenas dois casos de mortos que foram levantados dentre os mortos após quatro e três dias de sepultados:

Nome da pessoa morta: Lázaro, Jo.11 :
a) Estava morto (vv.14,21,32,37);
b) Estava sepultado já havia quatro dias (vv.17);
c) Já cheirava mal (v.39);
d) Ressuscitou ainda amortalhado (v.44);
e) Ressuscitou com o mesmo corpo e mesma aparência que possuía antes de morrer (v.44).

Nome da pessoa morta: Jesus Cristo
a) Os soldados romanos testemunharam que Cristo estava morto (Jo.19.33);
b) José de Arimatéia e Nicodemos sepultaram-no (Jo.19.38-42);
c) Ele ressuscitou no primeiro dia da semana (Lc.24.1-7);
d) Mesmo após ressuscitado, Ele ainda portava as marcas dos cravos nas mãos, para mostrar que seu corpo, agora vivo, era o mesmo no qual sofrera a crucificação, porém, glorificado (Lc.24.39; Jo.20.27).

JOÃO BATISTA ERA ELIAS REENCARNADO?

Ele mesmo respondeu: “Não sou” (Jo.1.21), e logo, se reencarnação é o ato ou efeito de reencarnar, pluralidade de existências com um só espírito, é evidente que um vivo não pode ser reencarnação de alguém que nunca morreu. Ora, João Batista não era a reencarnação de Elias, pois ele não morreu. Foi arrebatado vivo ao Céu (2Rs.2.11). E se João Batista fosse Elias reencarnado, no momento da transfiguração de Cristo, teriam aparecido Moisés e João Batista, e não Moisés e Elias (Mt.17.3). A citação de Cristo em Mt.11.14 é apenas uma alusão a uma profecia registrada em Ml.4.5.

NASCER DE NOVO É REENCARNAR? (Jo.3.3,5)

Não, a expressão “nascer de novo” (do grego anothen) significa nascer do alto, nascer de cima, por obra e graça do Espírito Santo, mediante a Palavra (Jo.15.3; Ef.5.26). De acordo com Bíblia, novo nascimento é o mesmo que regeneração (Tt.3.5) e não reencarnação. Jesus estava falando da regeneração, uma mudança interior que diz respeito conversão do pecador, nunca se referiu a mudança de corpo ou passagem da alma de um corpo para um novo. Ora, daí o equívoco de Nicodemos, ele pensava que o homem depois de velho viesse a renascer fisicamente, no que foi logo dissuadido pelo Senhor (1Co.6.11; Ef.4.23,24; Cl.3.9,10; Tt.3.3-6).
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Não existe a palavra “reencarnação” no grego neotestamentário. Os seguidores desta heresia tentam encontrar desesperadamente similaridades em algumas palavras para fugirem do vazio bíblico sobre o assunto. O que é um paradoxo, pois se negam a inspiração divina da Bíblia, pra quê provar algo nela? Entretanto, sugerem, por exemplo, a palavra “paliggenesia” presente em Tito 3.5 que significa “novo nascimento”, “reprodução”, “renovação”, “regeneração”. Uma colocação simplória totalmente fora do contexto e do significado da palavra. Onde nem se encontra presente a palavra “alma” (do N.T. grego “psuche”) na estrutura da palavra. Por exemplo, a palavra “transmigração” (metempsychosis), que é uma heresia muito parecida com a reencarnação, pois acredita que a alma dos mortos reencarna, a diferença básica é que em animais. Observe que a formação desta palavra nasce do seu conceito: “metem” (transporte) + “psychosis (alma). Isso não ocorre com nenhuma palavra grega surrupiada do N.T. grego pelos defensores da heresia reencarnacionista.

Interpretando a citação de Tito 3.5:

“não por obras de justiça praticada por nós....”. Em primeiro lugar, temos aqui uma clara refutação bíblica a heresia reencarnacionista que se baseia em obras.

“... ele nos salvou mediante o lavar regenerador [paliggenesia] e renovador [anakainosis] do Espírito Santo”. Em segundo lugar, as atribuições deste fenômeno espiritual são dadas ao Espírito Santo, um ser pessoal (Efésios 4.30) e divino (Atos 5.3,4), citado por Jesus como consolador (parakletos: alguém que pleiteia a causa de outro, intercessor). Ele “renova” (paliggenesia) e “restaura” (anakainosis) os pecadores e não “reencarna”. O papel do Espírito Santo é transformar a vida dos pecadores (João 16.8). Paulo estava dizendo que o Espírito Santo mudara tanto a sua vida como a de Tito. E que eles eram salvos por essa causa.
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Veja o contexto: “que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador”. Ou seja, que o Espírito Santo (ele) fez (derramou sobre) com eles (Paulo e Tito) por intermédio de Jesus. (Tito 3.6).

QUEM PECOU, ESTE OU SEUS PAIS, PARA QUE NASCESSE CEGO? (Jo.9.2)

Os espíritas usam versículos da Bíblia para apoiarem suas idéias absurdas e heréticas. A argumentação espírita diz: “Essa pergunta (de Jo.9.2) prova que os apóstolos acreditavam na reencarnação”. Porém na tradição judaica acreditava-se que a criança no ventre da mãe já poderia cometer o pecado de idolatria, quando esta adorava deuses pagãos, daí o porquê dos discípulos perguntarem quem teria pecado. É certo que longe estava Cristo de partilhar tais idéias (nem a suposição espírita e nem a teoria judaica de maldição hereditária). Ele respondeu: “Nem ele pecou nem seus pais; mais isto aconteceu para que se manifestem nele as obras de Deus.” (v.3).

A resposta de Jesus arrasa os alicerces de toda a construção reencarnacionista, baseada na opinião de que toda a infelicidade, todo sofrimento, decorre do pecado pessoal. Há contrariedades e sofrimentos que Deus envia simplesmente para que sejam manifestas suas obras e que suas criaturas sejam preparadas para eternidade.

CONCLUSÃO

O espiritismo é nada mais nada menos que um relacionamento íntimo e progressivo com demônios e anjos caídos, mantendo uma grande simpatia e prestando um grande serviço para o líder deles: Satanás. Onde “reencarnação” é sinônimo de “possessão demoníaca”, “médium” é sinônimo de “instrumento do Diabo”, “mediunidade” é a “manifestação de demônios” e “invocação dos mortos” é “invocação de espíritos malignos ou de demônios”.

Porventura não temos os ensinos verdadeiros de Jesus?

a) Jesus ensinou a unicidade da vida (Lc.16.19-31). Ao contrário do espiritismo que ensina a pluralidade da existência;
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b) Jesus ensinou a existência de um lugar de tormento eterno (Mt.25.41,46). Ao contrário do espiritismo que ensina o progresso contínuo depois da morte até a perfeição;
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c) Jesus ensinou a nossa redenção por sua morte e ressurreição (Mt.20.28; 26.26-28). Ao contrário do espiritismo que ensina a expiação própria e aperfeiçoamento por méritos pessoais;
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d) Jesus ensinou a ressurreição final de todos os homens (Jo.5.28,29). Ao contrário do espiritismo que ensina o estado final como espírito puro.

O fato é que a prática do espiritismo de "consultar aos mortos", "macumba", "simpatia", "advinhação" etc., são práticas condenáveis por Deus e são abomináveis a ele:
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"Quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti". Deuteronômio 18.9-12.

Entretanto, meu intuito aqui jamais será de desdenhar da fé alheia, nem incitar o ódio. Ainda que discordemos firmemente desta crença, reiteramos nosso respeito às pessoas que a professam, e afirmamos o evangelho como o caminho de salvação.

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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:
Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo (Editora Vida);
Seitas e Heresias (editora CPAD);
Desmascarando as Seitas (Idem);
Bíblia Online 3.0 (SBB).

Dúvidas e esclarecimentos escreva para: anti-heresias@hotmail.com