Origem e história
Etimologicamente, este termo provém do baixo latim machio, "macio", que também se diz provir do alemão metz; "cortador de pedra"; e do francônio mattjo, cognato de sânscrito matya "clube", e do inglês mason e do francês maçon "pedreiro". Um membro da maçonaria operativa ou especulativa. (1)
A exata origem da maçonaria é desconhecida, diz o Dicionário da Maçonaria de Joaquim Gervásio de Figueiredo: "As origens reais da maçonaria se perdem nas brumas da antiguidade". (2) Afirmam que começou com o Templo de Jerusalém, construído por Salomão. A maçonaria, como conhecemos hoje, segundo o já citado dicionário, no verbete de Franco-maçonaria, "foi fundada em 24 de junho de 1717, em Londres".
A origem da maçonaria está ligada às lendas de Ísis e Osíris, Egito; ao culto a Mitra, vindo até a Ordem dos Templários e a Fraternidade Rosa Cruz. Segundo Jesus Hortal, em sua obra Maçonaria e Igreja: Conciliáveis ou Inconciliáveis?, a maçonaria é um desdobramento das antigas corporações de pedreiros sugidas na idade. Estas corporações, com o passar do tempo, chegaram a monopolizar a arte gótica, pois construíram uma multinacional da arquitetura. Seus artistas e pedreiros, que trabalhavam a "pedra franca" ou arenito, cujas marcas podem ser vistas nas grandes catedrais da Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. (3)
Em 1717, data reconhecida pela própria maçonaria como a de sua fundação, foi que quatro lojas maçônicas de Londres se unificaram e deram origem à Grande Loja da Inglaterra, conhecida como Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria. James Anderson, presbiteriano e John Desaguilliers, huguenote, lideraram esse movimento. A Grande Loja de londres é o berço da maçonaria.
Em 1723, James Anderson publicou as Constituições da maçonaria, sendo até hoje documentos univeralmente aceitos como base de todas as lojas maçônicas. Essas Constituições foram levemente revisadas quinze anos depois de sua publicação. Em abril de 1738, o papa Clemente XII promulgou a primeira sentença de condenação católica à maçonaria, na bula In Eminenti Apostulatus Specula.
Influência da maçonaria
Os maçons desempenharam um papel extraordinário na Revolução Francesa - Queda da Bastilha, isso inspirados nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, representados nas três cores da bandeira francesa.
Operam nos EUA 15.300 lojas e mais de 33.700 em todo o mundo [dados de 1998]. A influência deles nos EUA sempre foi muito grande. Catorze presidentes americanos foram maçons, destacando-se entre eles George Whashington, James Monroe, Andrew Jackson, James Garfield, Howard Taft, Franklin Delano Roosevelt, Harry Truman e Gerald Ford, entre outros. (4)
Na religião, mesmo com a oposição da Igreja Católica, os maçons estão presentes. Por incrível que pareça, até o fundador das Testemunhas de Jeová, Charles Taze Russell, teve ligações com a maçonaria, segundo Fritz Springmeier, em sua obra The Watchtower and the Masons - A Torre de Vigia e os Maçons, justifica isso pelo fato de Russell haver pregado em lojas maçônicas; e haver em seu túmulo uma pirâmide, e o uso da cruz dentro da coroa, como logotipo da Sociedade Torre de Vigia, impresso em edições da revista The Watchtower - a atual A Sentinela até 1930. (5)
Isso também pode ser visto no mormonismo. Ritos e símbolos maçônicos estão presentes ainda hoje na Igreja dos Santos dos Últimos Dias - Igreja Mórmon. No começo "Muitos maçons preeminentes tornarem-se mórmons". (6)
A influência da maçonaria na história do Brasil tem sido muito grande. Ninguém pode negar os relevantes serviços que a maçonaria tem prestado à nossa nação. (7)
A Inconfidência Mineira. Foi na casa de Silva Avarenga que se formou uma academia literária, que, na verdade, era uma loja macônica.
Nela foi iniciado um moço conhecido como Tiradentes. A bandeira da Inconfidência tinha o dístico libertas quae sera tamem e o triângulo maçônico.
Foi sob inspiração maçônica que a revolução republicana de 1817, em Pernambuco, teve início. Esse movimento fez D. João VI decretar a proibição da Maçonaria.
Gonçalves Ledo e José Bonifácio com outros maçons tramaram a Incofidência do Brasil. Um mês após proclamar a independência. D. Pedro I foi aclamado Grão Mestre Geral da Maçonaria do Brasil, e o Marechal Deodoro ocupava esse cargo ao proclamar a República em 1889. A maçonaria esteve presente desde a Independência do Brasil até a Proclamação da República.
Hoje [1998] a maçonaria tem influência muito grande no Brasil e no mundo: são cerca de 6 milhões ao todo, em mais de 164 países, sendo cerca de 150 mil no Brasil (8). [...] Ver dados atualizados em notas (9).
Graus da maçonaria
É considerado maçom quem passar pelos três primeiros graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. A maçonaria do Rito Escocês tem 32 graus, desde Aprediz até o Grau do Sublime Príncipe do Real Segredo. O Grau 33 é honorário. Os três primeiros graus são chamados de graus da Loja Azul, pois são comuns a qualquer rito maçônico. Os dois ritos mais conhecidos são o Rito Escocês e o Rito de York. O Rito Egípcio ou de Misraim tem 90 graus.
Os graus do Rito Escocês estão divididos em 4 séries: Graus simbólicos: 1o ao 3o; Graus capitulares: 4o ao 18o; Graus filosóficos: 19o ao 30o; e os Graus superiores: 31o até o Grau 33.
Maçonaria e religião
Os maçons e a maçonaria procuram desmentir o fato de que a maçonaria seja uma religião. Quando mostramos na literatura deles, nos mais ilustres autores, características de religião na maçonaria, geralmente respondem: "Isso é interpretação pessoal do autor e não representa a maçonaria". Para evitar esse tipo de problema, John Ankeberg e John Weldon escreveram para 50 grandes Lojas dos Estados Unidos, com a seguinte pergunta: "Como um líder maçônico oficial, que livros e autores V. Sa. recomenda como tendo autoridade com relação ao tema maçonaria?"
Eles receberam a resposta de 25 Grades Lojas. Em primeiro lugar ficou Henry Wilson Coil, sua obra Coil's Masonic Encyclopedia: Enciclopédia Maçônica de Coil, com 44%; em terceiro, Albert G. Mackey, obra Mackey's Revised Encyclopedia of Freemasonry: Enciclopédia Revisada de Franco-Maçonaria de Mackey, com 32%, e em nono lugar Albert Pike, por sua obra Morals and Dogma: Moral e Dogma, com 16% (10). Os demais serão citados neste artigo, se necessário.
Albert G. Mackey diz: "A Maçonaria pode ser corretamente chamada de instituiçlão religiosa... A tendência de toda verdadeira Maçonariaé com a religião... Veja os antigos Landmakis (doutrinas), suas sublimes cerimônias, seus profundos símbolos e alegorias, tudo focalizando verdadeiros ensinos religiosos e quem pode negar que a Maçonaria é uma instiuição eminentemente religiosa? (11)
Além dessa declaração inequívoca, de uma autoridade indiscutível, acrescentamos que a Maçonaria tem todas as características de religião. Orações na abertura e encerramento de todas as suas cerimônias (12). Templos ou Lojas: "A Consagração (da Loja) é um ato essencialmente místico, esotérico, pois quem dá vida a uma Loja é o Grande Arquiteto do Universo (13). Segundo o mesmo Dicionário, "na Maçonaria, o tratamento entre os seus adeptos é o do 'irmão' (14). Cerimônias fúnebres e enterros maçônicos: "EXÉQUIAS - Significam "funerais"... uma Pompa Fúnebre, obedecendo Ritual apropriado (15). Batismo de crianças (16). Doutrinas (17). Código de moral, os Landmarks (18). Juramentos (19).
Ministros Oficiantes: "Vinte são os cargos que compõem uma Administração, e cada Oficial usará a seguinte Jóia: Venerável Mestre, 1o Vigilante, 2o Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, 1o e 2o Diáconos, Mestre de Cerimônias, 1o Experto, Hospitaleiro, Porta-Estandarte, Porta-Espada, Mestre de Banquetes, Arquiteto, Bibliotecário, Guarda do Templo, Cobridor Externo. Todos os atos litúrgicos maçônicos exigem do maçom, atos sucessivos de Fé (20). Ceia Mística: "A Ceia realiza-se na iniciação do novo Cavaleiro Rosacruz e na quinta-feira de endoenças" (21).
Os dogmas sustentados pela Maçonaria...
Notas Finais:
(9) Estimativas Maçônicas: Um Panorama Histórico e Atual
Ao longo das décadas, o número de maçons no mundo tem sido objeto de diversas estimativas. É crucial entender que a Maçonaria é uma instituição descentralizada, o que torna impossível uma contagem precisa e oficial. O que temos são projeções que refletem as flutuações de adesão em diferentes épocas e regiões.
A Estimativa Histórica (Anos 1990)
Uma das estimativas mais citadas de períodos passados, como a do livro de J. Scott Horrell (1995), frequentemente aponta para cerca de 6 milhões de maçons em todo o mundo. Esse número, embora alto, era plausível para a época, refletindo a força e a popularidade da Maçonaria em países com grande tradição, especialmente nos Estados Unidos.
Nesse período, a adesão era mais robusta e o declínio que viria a seguir ainda não era tão perceptível globalmente.
A Estimativa Atual (2025)
Em contraste, as estimativas mais recentes, como a de 2025, permanecem em uma faixa de 2 a 6 milhões de maçons. A persistência dessa ampla variação de números pode parecer contraditória, mas é, na verdade, um reflexo das dinâmicas atuais.
* Declínio em Potências Tradicionais: Nos últimos 20 a 30 anos, houve uma redução notável no número de maçons nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, onde a instituição já teve milhões de membros. Esse declínio em potências outrora gigantes impactou significativamente o total global.
* Crescimento em Novas Regiões: Ao mesmo tempo, a Maçonaria tem visto um crescimento em regiões como a América Latina, África e partes da Ásia. Esse aumento ajuda a compensar, em parte, o declínio em outras áreas, mas não o suficiente para restaurar os picos históricos.
Assim, a faixa de 2 a 6 milhões é a estimativa mais honesta e atual, pois acomoda tanto a diminuição em certos locais quanto o crescimento em outros, na ausência de dados centrais e unificados. Essa abordagem demonstra que o número de maçons é dinâmico e que a Maçonaria, como muitas organizações fraternais, está passando por um processo de adaptação e mudança no século XXI. A estimativa hoje no Brasil é algo entre 150 mil a 200 mil maçons
