terça-feira, 4 de julho de 2017

DEBATE VIA E-MAIL COM ANCIÃO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ



Olá amigos do blog Anti-Heresias. Segue abaixo um debate bem interessante entre eu e um ancião das Testemunhas de Jeová que, para preservar sua identidade, substitui o seu nome por "fulano".

Este debate é uma prova clara de que as Testemunhas de Jeová não sabem explicar o que é Trindade. Seus textos sobre o tema são refutações a heresia do unicismo e outras vezes uma definição de triteísmo. Também podemos ver que as Testemunhas de Jeová constituem uma ramificação teísta do politeísmo. Basta ver as citações e declarações deste estimado colega de debate.

Bom, o debate não prosseguiu mais. Não tive mais respostas dele as minhas perguntas. Creio que, ou ele silenciou-se ou seu e-mail não abre mais. Todavia, eu fiz um teste recentemente no site https://tools.verifyemailaddress.io/ e pude constatar que o e-mail dele está bom. Enfim, vamos ao debate:

PRIMEIRO E-MAIL ENVIADO PELO ANCIÃO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Enviado: sexta-feira, 21 de outubro de 2016 10:37h
Para: Anti Heresias

Olá, bom dia!

Visto que fui eu que fiz o convite, acho coerente começar se assim me permitir.

O objetivo é demonstrar ao leitor que a doutrina da Trindade não é uniforme entre os seus apoiadores: cada defensor tem um conceito diferente sobre ela, que foge ao credo oficial dela.

Isso explica – e justifica – porque unitários como as Testemunhas de Jeová muitas vezes usam argumentos que não focam o conceito oficial da doutrina trinitarista, mas os conceitos paralelos que muitos defensores da Trindade mantêm.

Observe, portanto, como certos trinitaristas conceituam a doutrina da Trindade à luz dos  temas abaixo.

Jeová é Jesus?

Comecemos por analisar o seguinte comentário de um trinitarista:

“Vocês acham que nós pregamos que Jesus e Jeová são a mesma pessoa, mas isso é uma mentira inventada. … Nós, crentes, cremos que o Pai e o Filho são pessoas DISTINTAS.”

Esse trinitarista segue o credo oficial da Trindade no quesito da distinção entre o Pai e o Filho. Mas, diferente da universalidade dos trinitaristas, ele afirma que Jeová e Jesus Cristo não são os mesmos.

O “Espírito Santo” é Deus?

O Credo Atanasiano, que contém a crença oficial da Trindade, afirma que sim. Mesmo assim, isso não é ponto pacífico entre os defensores da Trindade.

Por exemplo, no livro “Pneumatologia – doutrina do Espírito Santo” (página 28, Curso de Teologia pelo Instituto Alpha), a Assembleia de Deus declara:

Devo orar ao Espírito Santo? Devo ou posso adorá-lo?

A. Resposta:

Por mais estranho que possa parecer, e por mais que muitas tendências atuais concordem com isso, a resposta é não.

Simplesmente porque não podemos ir contra os ensinos que a Bíblia nos recomenda.

c. Devemos adorar somente a Deus.

Mas, perguntamos: o “Espírito Santo” não é Deus?

A Trindade e a matemática

1+1+1=1

A doutrina causa embaraço a seus defensores porque afirma (1) que as supostas três Pessoas – Pai, Filho e “Espírito Santo” – constituem um só Deus; e, ao mesmo tempo, (2) que cada um deles é inteiramente Deus.

Para que a primeira afirmação seja verdadeira, cada Pessoa teria de ser um terço de Deus. A segunda afirmação contradiz esse pressuposto, quando afirma que cada Pessoa é 100 por cento Deus.

Para tentar explicar essa incoerência, certos trinitários usam a conta de que 1x1x1 é igual a 1. Contudo, não param para raciocinar que, nessa conta, todos os números "1" multiplicados não passam do mesmo número "1"! Porém, na visão da Trindade NÃO se está falando sempre da MESMA pessoa, mas de TRÊS pessoas distintas. A conta seria, portanto, de adição, e não de multiplicação. E, na adição, teríamos três deuses, e não um só.

Trata-se de uma doutrina indefensável a qual todas as analogias, contas e ilustrações não conseguem explicar. Quando percebem ser impossível usar a lógica para explicar a Trindade, recorrem ao argumento do “mistério”.

RESPOSTA DO BLOG ANTI-HERESIAS

Enviado: Sábado, 17 de dezembro de 2016 16:21h
Para: Fulano

Olá Fulano, tudo bem? A graça e a paz de Jesus Cristo esteja contigo.

Peço desculpas pela demora, esse e-mail tem sido pouco utilizado por mim. Geralmente estou utilizando o e-mail: web-assessoria@bol.com.br tanto para o blog Anti-heresias como para meu trabalho. Mas, lembrei-me hoje de dar uma olhada nele e li sua primeira apresentação sobre a não aceitação da doutrina trinitariana.

Bom, analisando o texto de seu e-mail percebo que você compilou uma parte do web site: “O Apologista da Verdade”. Consta no link:


Parece que esse deve ser o seu site, se não é, fica um pouco complicado a gente conversar assim sem citar as fontes e copiando e colando textos de terceiros sem uma conversa franca sobre o assunto. E por falar de citar fontes, o Instituto Bíblico Alfa, se for desse que se trata, não é da Assembleia de Deus. O certificado não é emitido ou reconhecido pela CGADB – Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, mas pelo CNTME – Conselho Nacional de Teólogos e Ministros Eclesiásticos. Você pode ver no cartaz em anexo. É um curso de teologia a distância, não presencial, e o conteúdo é todo digital. É um curso quase gratuito. Confira em:


Então, assim… é complicado citar uma fonte dessas. Mas, tudo bem, segue em frente. Vamos ao conteúdo compilado:

Jeová é Jesus?

Claro que YHVH não é Jesus. São duas pessoas distintas. Neste ponto o autor do texto tenta enfraquecer a doutrina trinitariana alegando que não há uma unanimidade entre os evangélicos sobre o assunto. Veja bem, a falta de unanimidade sobre um determinado assunto bíblico não faz da Bíblia um livro mentiroso. Acontece que simplesmente a Bíblia não fecha o assunto sobre determinada questão. Trazendo para o argumento contra os trinitarianos, a falta de unanimidade não é porque a doutrina seja mentirosa, enganosa, mas que as pessoas não se dedicam o suficiente para estudar sobre o que foi discutido, debatido e ficou decidido desde o concílio de Niceia em 325 d.C.

O autor do texto compilado confunde trinitarianos com modalistas ou unicistas e processualistas. Se você pegar textos e livros de gente dessas outras interpretações (heterodoxias) claro que não vai encontrar unanimidade. Porém se pegar textos e livros de gente realmente trinitariana não haverá divergências.

Fulano, você mesmo, sabe definir “trindade”? Sabe definir “modalismo ou unicismo”? Sabe definir “processualismo”? Com exceção deste última o unicismo é tão antigo quanto o unitarismo. Enfim, é preciso ter uma compreensão do que é trindade e do que não é para que a gente possa conversar sem ter que explicar coisas básicas.

Voltando para a pergunta: Jeová é Jesus? Ela nasce de um erro de compreensão do que falei acima. Quando os credos cristãos afirmam que Jesus é Deus, não estão dizendo que Jesus é YHVH ou YHVH é Jesus. A palavra “Deus” (do hebraico 'elohym e grego theos) não se aplica somente ao Pai, mas ao filho (Jo.1.1) e ao Espírito Santo (At.5.3,4) e também se aplica ao Diabo (2Co.4.4), etc. Você acredita que o YHVH é o Diabo? Então! É um argumento inócuo.

Dizer que “não há na universalidade dos trinitaristas” citando textos ou livros de pessoas de doutrinas estranhas a trindade é um equívoco. E é um completo desconhecimento da existência dos “unicistas ou modalistas”, bem como também dos “processualistas”. É evidente que se você comparar textos e livros escritos pela Igreja Evangélica Voz da Verdade e Igreja Local de Witness Lee com a literatura evangélica trinitariana haverá sim diferenças.

O Espírito Santo é Deus?

Sim, mas não quer dizer que ele é YHVH. Como já falei acima. A palavra “Deus” é polissêmica. E como falei acima, a citação de um texto digital, de um curso gratuito, interdenominacional, que não tem exposta a confissão de fé (eu escrevi para o pessoal do curso pedindo isso), que não é da Assembleia de Deus, é uma citação muito fraca para fazer parte de um debate entre teólogos e apologistas sérios.

O conteúdo do livro (não impresso) supracitado, supostamente de evangélicos trinitarianos ou é um contraditório ou é um texto escrito por um teólogo (se for realmente teólogo? Pois cursos gratuitos cai muito a relevância de pessoas capacitadas) de crença unicista ou processual? É muito mais evidente a segunda opção. 

A Trindade e a matemática

Levar a Trindade para o âmbito da matemática, da razão, não é aconselhável. E podemos por meio dela, brincarmos aqui até dizer chega mostrando que Trindade é coerente e Trindade é incoerente. Mais um argumento que a gente aqui do nordeste chama de “caldo de bila”. Por exemplo, anote o número três em uma folha de papel. Quantos algarismos você vê? Se você me disser que tá vendo três, com certeza tá com sérios problemas de vista. O algarismo 3 é UM algarismo, porém representa TRÊS partes ou coisas ou pessoas. Portanto, não é salutar irmos para o campo da matemática ou da razão, pois podemos tanto provar que sim e que não. Dependendo da habilidade matemática de cada um.

Dizer que é “impossível usar a lógica” para explicar a Trindade e usar o argumento do “mistério” quando não dar para explicar com a lógica. É um declínio grosso para o racionalismo, ateísmo e materialismo. Então o que você é meu caro Fulano? Você é uma pessoa de fé ou sem fé? As Testemunhas de Jeová é uma religião ou uma ciência? Todos que estudamos teologia sabemos que existem “mistérios” no divino. Se você disser que não então me explique a origem do mal logicamente? Me explique cientificamente como Deus criou tudo do nada? Eu tenho certeza que suas respostas serão teológicas, de fé e não de lógicas ou razão. O argumento crítico ao uso do “mistério” é um espantalho. Até mesmo na lógica, na ciência existem mistérios. Peça para um cientista explicar a origem dos buracos negros?

Bom, para voltarmos a crítica “impossível usar a lógica” lembre-se do que falei acima sobre o algarismo 3. Posso lhe mostrar vários outros argumentos lógicos. Como eu disse, vamos brincar aqui até dizer chega mostrando que Trindade é coerente e Trindade é incoerente. Olhe para Sol, ele emite luz, calor e energia. Mas todas as emissões solares são do Sol. Não dividimos o Sol em três Sol, é um único Sol, mas que ele emite luz, calor e energia. Assim, Deus Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas, mas se trata de um único Deus. Todas as passagens bíblicas que falam que Deus é ÚNICO é uma apologia dos escritores bíblicos ao monoteísmo: a crença em um único Deus e não uma negação da existência de três pessoas. Você acredita Fulano que há um único Deus? Você é monoteísta, politeísta ou henoteísta?

RÉPLICA DO ANCIÃO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Enviado: Domingo, 18 de dezembro de 2016 18:59h
Para: Anti Heresias

Boa noite, obrigado pelo retorno.

Para esclarecimento sobre o site “O apologista da Verdade”, não sou o autor do mesmo, porém de forma voluntária e anônima contribuo com temas bíblicos esporadicamente e os apresento para seus responsáveis, assim como os sites “TNM defendida”, “TJ defendidas”, “Crônicas do Novo Mundo”, entre outros que talvez o senhor tenha conhecimento.

Sobre a matemática do meu primeiro argumento, é incontestável, e os leitores podem tirar suas próprias conclusões.

Agora com respeito aos argumentos enviados, não confundimos os trinitários com os modalistas ou unicistas, que surgiram por volta do terceiro século por intermédio de um bispo chamado Sabélio, que defendem a crença de um Deus único, mas que se manifesta de diferentes modos tais como; Pai, Filho e Espirito Santo, mas não como pessoas distintas.

São os próprios trinitários que ao defender seu dogma, acabam aderindo ao sabelianismo de forma inconsciente, muito embora não concordem com esse ensino, e visto que ambas as teses não tem base bíblica acabam entrando em conflito por si mesmos.

O Senhor me pediu para definir o que é a trindade para mim, confesso que é um desafio e tanto fazer isso, pois como já avia dito ao me apresentar, fui formado em teologia em uma instituição protestante, e nunca consegui relacionar esse dogma formulado pela igreja com as sagradas escrituras, ou seja, o verdadeiro monoteísmo Judaico (Shema, Deuteronômio 6:4) e o Cristianismo dos 3 primeiros séculos, até aqueles que defendem tal doutrina não consegue fazer isso, por isso é um “mistério”. Esse termo foi criado pelos próprios trinitários, este sim o usam como “espantalho” quando todos os argumentos falham.

As TJs não são uma ciência, mas, com certeza, esta nos ajuda a conhecer a Deus como pessoa única, “Porque o que se pode saber sobre Deus é bem claro entre eles, visto que Deus o tornou claro a eles. Pois as suas qualidades invisíveis — isto é, seu poder eterno e Divindade — são claramente vistas desde a criação do mundo, porque são percebidas por meio das coisas feitas, de modo que eles não têm desculpa”. (Romanos 1: 19, 20). É claro que nossa mente é limitada, e não temos capacidade de discernir tudo sobre Deus, mas dizermos que ele é incompreensível é ir de encontro com as escrituras.

Responda-me: o senhor seria amigo íntimo de uma pessoa que não o conhece plenamente, até mesmo nem sabendo o nome dela? Abraão era amigo de Deus, será que Abraão era amigo de um Deus misterioso, oculto em uma trindade incompreensível?

Muito pelo contrário, Abraão o conhecia a Deus, como ser individual, pessoal, com um nome próprio, a bíblia nos mostra que é possível conhecer a Deus como pessoa sim, “Porque é a nós que Deus as revelou por meio do seu espírito, pois o espírito investiga todas as coisas, até mesmo as coisas profundas de Deus”. (1 Cor 2: 10).

O próprio Jesus disse: “Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação se origina dos judeus” (João 4: 19- 22)

Em Daniel 2: 47 diz: “Realmente, o Deus de vocês é Deus de deuses, Senhor de reis e Revelador de segredos, porque você conseguiu revelar esse segredo.”

Se Deus é revelador de segredos, será que ele mesmo seria um segredo?

Continuo defendendo que podemos conhecer a Deus de maneira lógica, porque a verdade é lógica. Por que se não fosse assim as palavras do apóstolo Paulo não seriam verdadeira, “Paulo, segundo o seu costume, entrou e foi falar com eles, e por três sábados raciocinou com eles usando as Escrituras” (Atos 17:2)

Concorda que para raciocinarmos sobre algo deve haver lógica envolvida?

E finalmente respondendo sua pergunta se sou monoteísta, politeísta ou henoteísta, fico surpreso em saber que o senhor compreende que a palavra “Deus” é de uso abrangente nas escrituras, pois muitos teólogos ao falar sobre esse assunto acabam se esquivando.

A bíblia traz reverencia a deuses falsos, mas também a deuses legítimos, tais como os juízes da nação de Israel, Moisés e o próprio Jesus.

O politeísta não é aquele que acredita na exista de vários “deuses”, mas sim na adoração de vários “deuses”, os Judeus acreditavam na existência de deuses legítimos, mas adoravam exclusivamente a Jeová, assim como nos TJs, poderá encontrar mas detalhes neste link: 


Agora deixo uma pergunta para vossa consideração e resposta: 

Se Jesus é Deus, quem é o Deus de Deus? Jesus fala do “meu Deus” até mesmo já no céu. Porque é que Jesus afirma que tem um Deus, se de fato ele é o Deus? (Jo 20:17; Apo 3:12; 1:6; 1 Pe 1:3; 2 Cor. 1:3; Ef. 1:17; Sal 89:26; Mar 15:34; Col 1:3; Heb 1:9; Sal 45:7) 

Porque a Bíblia nunca se refere ao Pai referindo-se ao Filho como “meu Deus”, nem o Pai e o Filho referindo-se ao espírito santo como “meu Deus”?

RESPOSTA DO BLOG ANTI-HERESIAS

Enviado: Sábado, 05 de fevereiro de 2017 02:24h
Para: Fulano

Olá Fulano, estou vendo aqui seu e-mail. Feliz ano novo!

Bom, vamos as tréplicas…

Sobre o primeiro parágrafo de seu e-mail, gostaria de sublinhar que seria bom você citar as fontes ok? Pois isso traz mais transparência e credibilidade. Se o texto que citou no e-mail passado não era seu, é sempre recomendável citar a fonte.

Sobre o segundo parágrafo de seu e-mail, noto que você foi arbitrário, tipo: é do jeito que eu disse e pronto. Acredito que não é assim que se debate. Se o que lhe repliquei apresentei semelhantemente argumentos matemáticos e lógicos, colocar a frase “Sobre a matemática do seu primeiro argumento, é incontestável, e os leitores podem tirar suas próprias conclusões” foi meio que simplória. Mas… tudo bem.

Sobre o terceiro e quarto parágrafo de seu e-mail, o material escrito pela STV não é bem assim como você fala. Existe sim uma confusão na mente dos escritores dos textos da referida editora onde passa uma abordagem direcionada aos trinitarianos confundindo-os com unicistas. E até mesmo uma confusão de trindade com triteísmo. Por exemplo: “A doutrina, em resumo, é de que há três deuses em um: Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo, todos três iguais…”. (Seja Deus Verdadeiro, p.80). “A pretensão de que o Deus Todo-poderoso foi manifesto em carne aos homens nesta terra conforme argumentam os clérigos põe em destaque o texto em 1 Timóteo 3:16 (Trinitário), que diz, ‘Deus se manifestou em carne’. Diz uma nota ao pé da página em The Emphatic Diaglott, de Benjamin Wilson, sobre esta passagem, versículo 16: ‘Quase todos os manuscritos antigos, e todas as versões dizem ‘Aquele’ que em vez de ‘Deus’, nesta passagem. Isto foi ‘adaptado’. A tradução, palavra por palavra do grego, reza: ‘Que se manifestou em carne’. A Versão Almeida usa ‘Aquele que’; e também a Versão Brasileira. Se Deus Todo-poderoso tivesse encarnado, o que teria havido se a ‘trindade’ fosse verdade, então estas palavras de João seriam falsas: ‘Deus nunca foi visto por alguém. 0 Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer’. (João 1:18, Almeida)”. (Idem p.85,86).

Observe Fulano que a confusão em relação ao entendimento da doutrina trinitariana é flagrante nos textos da STV. No primeiro vemos uma definição distorcida de trindade, confundindo as “três pessoas” com “três deuses”. No segundo vemos dois erros: associar “Deus” ao Pai quando o texto grego de 1Timóteo 3.16 diz: “theos ephanerothe en sarki” (Textus Receptus), vejo nisso uma incompreensão da literatura da STV sobre trindade, uma desnecessária elitização da palavra “theos” com o “pai”, como se o apóstolo Paulo tivesse confundindo Jesus com YHVH, absurdo. Ou como se “theos” fosse uma palavra exclusiva empregada ao pai. E outro erro é afirmar que os manuscritos gregos não constam “theos” em 1Timóteo 3.16, uma ingenuidade ou uma sagacidade de apostar no despreparo dos leitores sobre o texto grego. Meu caro, Fulano… os manuscritos gregos são mais de 4.000 dentre eles se destacam: Textus Receptus (citado acima), Bizantino e o Alexandrino. O único texto que não consta “theos” é o Alexandrino. O Receptus e o Bizantino contém a mesma frase: "theos ephanerothe en sarki" fazendo uma tradução livre desta frase de ' Timóteo 3.16 seria mais ou menos assim: “Deus tornou manifesto em carne”. Onde "theos" (Deus) uni-se a “ephanerothe” (tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido, manifestar, seja por palavras, ou ações, ou de qualquer outro modo) que se junta a “en” (em, por, com, etc.) e completasse com “sarki” (carne, corpo, criatura viva, natureza humana). Fonte: léxico grego de Strong. No manuscrito Alexandrino diz: “os ephanerothe en sarki”. Isso a gente chama de “variantes” dos manuscritos gregos. Que segundo Norman Geisler, em seu livro Introdução Bíblica, ele fala em aproximadamente 1%. Enfim, dois dos três manuscritos gregos que somam mais de 4.000 tem “theos” em 1 Timóteo 3.16 e isso não quer dizer que Jesus seja o pai. Por isso, digo sem dúvidas, que a STV é confusa em expor e refutar a doutrina trinitariana, muitas vezes se vê refutando a doutrina unicista, como vejo neste caso. Diferente de sua acusação de que os próprios trinitarianos que se confundem, de forma alguma. Olhe para os primeiros credos ecumênicos, credos descomprometidos com a paganização e origem do catolicismo romano que eles definem claramente a doutrina trinitariana sem confundir as pessoas, seja o Niceno, Atanasiano ou Calcedoniano. Quem confundi conforme provado acima é a STV. E posso lhe mandar mais textos da referida editora que tem mais confusão.

Sobre o quinto parágrafo de seu e-mail, meu caro Fulano, é aí onde mora o problema da confusão jeovista. NÃO SABEM DEFINIR UM TERMO QUE QUEREM REFUTAR. Ora, como refutar algo que eu desconheço? Estranho não? A doutrina da Trindade é mistério no sentido da inferioridade da mente humana perante a grandiosidade e transcendência do divino (Dt.29.29; Rm.11.33,34; 1Co.13.9), mas naquilo que está revelado nas Escrituras, podemos sim dizer pela contextualização veterotestamentária e neotestamentária que, “trindade” quer dizer “três pessoas na divindade”. É a crença em um só Deus subsistente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Portanto, há sim uma definição. E era isso que eu esperava de sua resposta por e-mail e não um mergulho no oculto, desconhecido, no mistério. Vai ficar me devendo essa… 

Sobre o sexto parágrafo de seu e-mail, eu não disse que Deus é incompreensível. Eu apenas disse que há mistérios no divino e lhe fiz perguntas cujas você não me respondeu. Relembrando-as: 

1) Então o que você é meu caro Fulano? Você é uma pessoa de fé ou sem fé?"
2) Todos que estudamos teologia sabemos que existem “mistérios” no divino. Se você disser que não então me explique a origem do mal logicamente? 
3) Me explique cientificamente como Deus criou tudo do nada?

Tá me devendo essa também… 

Sobre o sétimo parágrafo de seu e-mail, sua pergunta já vem com a influência deste sistema materialista, ateísta e racionalista. Você traz o divino ao humano. O transcendente para o inerente. É complicado meu caro Fulano limitar Deus a um nome. E ainda citar Abraão, dando-me entender que ele conhecesse o nome YHVH que foi revelado a Moisés, que veio mais de 400 anos depois, exatamente em Êxodo 3.15. Complicado viu. Você engoliu aí nesse raciocínio 4 séculos. Ser amigo de Deus não envolve saber o seu nome, pois Deus é superior a nós, seus pensamentos e caminhos não são os nossos (Is.55.9). Amigo de Deus envolve relacionamento, comunhão, obediência, fé, conhecimento (pelo menos do que ele revelou de si mesmo). Saber seu nome é difícil. O mais famoso, que é o tetragrama: YHVH, transliteração das consoantes hebraicas Yod-he-vav-he. Uma palavra que só tem consoantes, cujas vogais exatas não se sabe ao certo onde empregá-los, haja vista que o hebraico antigo não constava os sinais vocálicos massoréticos que só foram postos em manuscritos que datam posteriormente ao ano 1.000 d.C.

Em meio a continuidade do parágrafo sétimo, você pergunta: “Se Deus é revelador de segredos, será que ele mesmo seria um segredo?”. Rapaz (desculpas, não sei sua idade) alegar que sabemos tudo sobre Deus nos faz Deus. Isso é uma “bola fora”, um “tiro no pé”. Jamais teremos o conhecimento pleno do divino neste plano terrestre, neste tabernáculo limitado e corruptível, nesta mente inferior a inteligência suprema e criadora de todas as coisas. Sem o [outras] adicionado, por favor. Não lestes as passagens bíblicas de Dt.29.29; Rm.11.33,34; 1Co.13.9? Eu poderia lhe mostrar mais outras, mas são as que eu lembro no momento que lhe escrevo.

Mais adiante na continuidade do mesmo parágrafo, você pergunta: “Concorda que para raciocinarmos sobre algo deve haver logica envolvida?” Nem sempre, raciocinar Deus sobre quem ele é em sua plenitude é uma tentativa em vão. Até mesmo no que ele revelou sobre quem é há certas dificuldades de raciocínio. Imagine a sua plenitude! Algumas vezes, a razão é “usada” e não “fundamentada” pois quando você fundamenta a sua fé em razão aí já não há mais fé. Pois existem atributos divinos e ações divinas que a razão vai questionar. Nesse caso você estará de que lado?

Sobre o oitavo parágrafo de seu e-mail, idem para sua dissertação, onde esses “muitos teólogos” incluem os que escrevem os textos da editora STV. Como já mostrei acima.

Sobre o nono parágrafo de seu e-mail, o politeísmo é sim uma crença em vários deuses. Você citou uma fonte de material produzido pela STV na qual quando vai citar o site: http://www.polytheism.net/ faz uso correto da definição que está no mesmo. Perceba que o erro é seu, e não na citação da fonte e nem a fonte:

Texto do site citado pela STV: “Politeísmo – Resumo Geral. Politeísmo é a crença e adoração de muitos deuses”. (tradução do Google).

Texto do site da STV fala sobre a referida fonte: "… onde lemos que se refere a ‘crença’ e ‘adoração’ de muitos deuses”. Apenas coloca “adoração” em negrito, mas não exclui a palavra “crença”. Se fizesse, seria uma citação tendenciosa e arbitrária da STV. Mas você, Fulano, fez isso. O politeísmo é uma crença em vários deuses. Essa afirmação é citada na fonte e na literatura da STV. Você que só enxergou a palavra “adoração” em detrimento da palavra “crença”. Portanto, a pegunta feita no e-mail anterior persiste: Você acredita Fulano que há um único Deus? Você é monoteísta, politeísta ou henoteísta? Responda-me por favor, tá me devendo essa também. E dizer que os judeus acreditavam na existência de deuses legítimos, eu te pergunto: quais judeus? Os rebeldes que não obedeciam a Torah ou os que obedeciam? Se a sua resposta for a primeira, sim, eles eram henoteístas. Uma sub crença do politeísmo. Praticada pelos egípcios e que influenciaram o povo que partiu com Moisés para o deserto rumo ao monte sinai. Mas lá Deus foi bem claro em dizer para Moisés: “Shema Yserael YHVH eloheynu YHVH echad” (Dt.6.4). Onde “echad” (único) é predicado de “eloheynu” (nosso Deus). Parafraseando este trecho, o famoso “shema” (ouse), Deus diz para o povo que “Deus é único”. Assim, os judeus fiéis não eram henoteístas, eles eram monoteístas. É só ler Isaías meu querido:

“Assim disse Jeová, o Rei de Israel e seu Resgatador, Jeová dos exércitos: Sou o primeiro e sou o último e além de mim não há Deus”. (TNME 1967. Editora STV. Traduzida por desconhecidos) Isaías 44.6

“Assim disse o Eterno, o Rei de Israel e seu redentor, o Eterno dos exércitos: Eu sou o primeiro e Eu sou o último, e não existe Deus além de mim”. (Bíblia Hebraica em português. Editora Sêfer. Traduzida por David Gorodovits e Jairo Fridlin). Isaías 44.6

“outos legei ho theos o basileus tou israel ho pusamenos auton theos sabaoth ego protos kai ego meta tauta plen emou ouk estin theos”. (Septuaginta - LXX. Traduzida por 70 rabinos). Isaías 44.6

“koh amar YHVH melekh iserael vegoalo YHVH tsevaot any rishon vaany acharon umibaleaday eyn elohym”. (Bíblia Hebraica Stuttgartensia. Escrita por judeus massoretas).

Observe Fulano, que só nesta única passagem (eu poderia mostrar outras, mas já estou com sono) a posição bíblica judaica tanto de judeus de fala grega quanto de judeus de fala hebraica e da própria TNME é que eles são (os judeus) monoteístas e jamais henoteístas e muito menos politeístas.

Sobre o último parágrafo de seu e-mail, você pergunta: “Se Jesus é Deus, quem é o Deus de Deus?” Veja como você desconhece completamente os trinitarianos. Seu argumento é contra os unicistas. kkkkk O teólogo protestante Jacó Armínius fez uma apresentação parecida com sua pergunta. Creio que ele estava refutando os unicistas também, ele disse: “Jesus não pode ser Deus dele mesmo”. Fica na paz. Aguardo suas ponderações e dívidas de perguntas anteriores. Eu não vou nem fazer novas perguntas enquanto você não responder as antigas. kkkk

Desculpas as risadas, e os erros ortográficos. Cansado e com sono. Shalom!

CONCLUSÃO:

Até hoje estou aguardando resposta deste ancião das Testemunhas de Jeová.

Vale lembrar que a Assembleia de Deus atualmente, denominação citada pelo meu colega de debate, lançou o livro A Razão da Nossa Fé onde consta claramente o posicionamento correto da referida denominação sobre a doutrina trinitariana. Está a venda no site da editora CPAD.

Confira as afirmações da denominação Assembleia de Deus neste livro e no site oficial da mesma:

"O Cremos, mesmo na sua forma original, serviu como um guia doutrinário básico para nossa denominação. No entanto, a exigência da atualidade pedia algo mais. Com a promulgação da Declaração de Fé na 43a Assembleia Geral da CGADB como o conjunto de crenças e práticas oficiais de nossa denominação, o Cremos continua mantendo a sua importância como síntese de nossa doutrina, uma visão geral daquilo em que nós cremos e daquilo que praticamos [...]. O livro A Razão de Nossa Fé [...] que o leitor tem em mãos é um comentário bíblico, teológico e histórico de cada ponto doutrinário do Cremos [...] A Trindade é uma união de três pessoas - O Pai, o Filho e o Espírito Santo - em uma só Divindade, sendo iguais, eternas e da mesma substância...". (A Razão da Nossa Fé. P.10, 29).

"[Cremos] Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29)". O Cremos

No blog Anti-heresias já exaurimos o assunto Trindade. Já mostrei em várias postagens como a doutrina tem base bíblica, mostrei o erro dos processualistas, dos unitaristas e dos unicistas quanto ao assunto. É só conferir os links do blog:

http://anti-heresias.blogspot.com.br/2017/04/trindade-negue-ela-e-estaras-com-serios.html
http://anti-heresias.blogspot.com.br/2016/05/uma-explanacao-da-doutrina-trinitariana.html
http://anti-heresias.blogspot.com.br/2014/06/monarquianismo-e-o-problema-trinitario.html
http://anti-heresias.blogspot.com.br/2008/11/doutrina-trinitariana-est-ligada-salvao.html
http://anti-heresias.blogspot.com.br/2009/05/igreja-evangelica-voz-da-verdade-e-uma.html
http://anti-heresias.blogspot.com.br/2010/07/igreja-local-de-witness-lee-e.html

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