O monarquianismo tem a sua origem da controvérsia trinitariana entre
os bispos Ário e Atanásio e da confusão teológica que havia na Igreja para
definir didaticamente a doutrina da Trindade. O bispo Ário negava a divindade
de Jesus, já Atanásio defendia. Mas, ele ganha força e nome com um bispo da Igreja
chamado Sabélio, que negava a doutrina da Trindade explanada por Tertuliano. O
cognome mais primitivo do monarquianismo atribuísse a Sebélio, formulando-se
“sabelianismo”. Sabélio opôs-se ao ensino ortodoxo da Trindade Essencial,
defendendo a doutrina da Trindade Econômica. Deus, disse Sabélio, teria uma
substância indivisível, mas dividido em três atividades fundamentais, ou modos,
manifestando-se sucessivamente como o Pai (criador e legislador), Filho (o
redentor), e o Espírito Santo (o criador da vida, e a divina presença no
homem). Efetivamente Sabélio negava "qualquer distinção entre os termos
substância (ousía) e hipóstase (hypóstasis) aplicáveis às três
pessoas na trindade, de tal modo que, entre elas, não existiria nenhuma
diferença, uma vez que são perfeitamente iguais. A sua fama iniciou-se quando
foi para Roma, tornando-se líder daqueles que aceitaram a doutrina do
monarquianismo modalista. Foi excomungado pelo Papa Calixto I em 220.
O monarquianismo tornou-se a grande heresia do século III d.C. Essa terminologia
foi dada por Tertuliano. Grande apologista da doutrina da Trindade e criador do
termo teológico TRINDADE (três pessoas na divindade). O Monarquianismo defendia a existência de um só
Monarca (um só Deus) contra a divindade de Jesus, que segundo seus defensores
não poderia ser também o Monarca (o Deus). Inicialmente o monarquianismo foi
contra a divindade de Jesus, entretanto surgiram monarquianos que aceitaram a
divindade de Jesus, contudo não a divindade plena. Daí o significado do termo. A palavra ‘Monarquianismo’ vem do termo grego ‘monarchia’, isto é, o governo
exercido por um único indivíduo. Por isso, os monarquistas faziam forte
oposição a doutrina da Trindade. Não compreendiam o termo Trindade, que é a
pluralidade das pessoas da divindade, mas confundiam que também eram das
divindades. Por isso sustentavam que tal doutrina se opunha à fé no Deus único
e verdadeiro.
O monarquianismo por si mesmo não é uma doutrina completa, mas um
gênero do qual decorrem algumas espécies doutrinárias teológicas e que até hoje
ressurge no movimento unicista (Igreja Voz da Verdade, Igreja Pentecostal
Unida, etc.), no teísmo processado (Igreja Local de Witness Lee) e no movimento unitarista (Testemunhas de Jeová, Tabernáculo da
Fé, etc.). Há basicamente dois modelos, contraditórios:
O MONARQUIANISMO DINAMISTA
A primeira figura que surge nessa celeuma da Igreja é Teodoto de
Bizâncio. Ele negava a divindade de Cristo e acreditava e pregava que Cristo
era meramente um homem, apesar de ter nascido de uma virgem. O monarquianismo
dinâmico estava alinhado com o ebionismo, e mantinha a unidade de Deus. Criam
que Jesus fora tomado pelo Logos de Deus, e merecedor de honras divinas,
contudo inferior a Deus.
A derivação mais conhecida do monarquianismo dinâmico foi o
adocionismo, onde Jesus teria sido adotado por Deus quando o Espírito de Deus
sobre ele desceu na forma de uma "pomba" do céu, no batismo de João.
Nesse momento teria se tornado o Cristo e fora revestido de poder (dynamis)
para seu ministério, mas não era ainda inteiramente Deus, passando a ser com a
ressurreição. Daí a origem do termo “dinamista”. Era uma tentativa de explicar
as naturezas: divina e humana de Cristo; e sua relação entre si.
Um dos grandes simpatizantes e defensores dessa heresia foi Paulo de
Samosata, bispo de Antioquia. Este ensinou que Cristo era um simples homem
dotado de poderes divinos. Ensinava ainda que o Espírito Santo fosse apenas
“graça” derramada sobre os apóstolos e nada mais que isso
O MONARQUIANISMO MODALISTA OU SABELIANISTA
Esta forma de Monarquianismo surgiu na Ásia Menor e foi levada a Roma
por Noeto. O Monarquianismo modal originou-se da influência da filosofia grega
pagã, incluindo as teses de Euclides e Aristóteles, que baseavam a sua lógica
no Monismo e nos argumentos aristotélicos sobre o conceito da energeia (energia)
chamada metafísica. Como o conceito que a ontologia (também chamada de
metafísica) podia ser reduzida ou para uma única substância detectável (chamada
de teoria da substância) ou um único ser (o conceito do Absoluto), a lógica
aristotélica foi a forma com que, ontologicamente (via metafísica), o filósofo
helênico (pagão) Aristóteles pôde racionalizar para desconstruir a consciência
humana, sua existência e o próprio ser para conseguir representar o seu ponto
de vista da Mônade ou "unicidade" (unidade de todas as coisas), como
unidade ou unicidade na "ideia" de Deus e a substância de Deus
(ousia) como essência ou categoria universal acima do ser finito.
O principal expoente desse pensamento foi Sabélio. Esta escola
ensinava que apenas o Pai é Deus. O Pai e o Filho são da mesma essência e são
também o mesmo Deus, isto é a mesma pessoa sob nomes e formas diferentes. Para
eles, as vezes Deus faz o papel de Pai e em outras vezes, o papel de Filho. Originalmente
o modalismo teria surgido com o ensino do modalismo nessa forma dual. Todavia,
Sabélio no século III d.C., evoluiu esse pensamento para o Espírito Santo, resultando
no modalismo trino. Isto é, Deus é único em divindade e pessoa e se manifestou
em três modos. Negando a existência distinta das pessoas: Pai, Filho e Espírito
Santo. Daí o conflito com a doutrina bíblica cristã.
DIFERENÇA ENTRE MONARQUIANISMO DINAMISTA E MODALISTA
O Monarquianismo Dinamista via Jesus como um ser (uma pessoa)
exaltado por Deus (o ser supremo e único) e o Espírito Santo a graça de Deus
derramada impessoal. Enquanto que o Monarquianismo modalista acreditava que
esse único Deus, se manifestou em três formas ou três personificações. Negando
qualquer distinção de personalidade entre Deus e o Cristo.
A RESISTÊNCIA E APOLOGIA DA IGREJA AO MONARQUIANISMO
Devido os pensamentos da Igreja se dividir, as idéias e conceitos
pipocavam em vários lugares por diversos presbíteros, bispos, teólogos da
igreja trazendo definições estranhas sobre Deus e sobre Jesus Cristo, e
principalmente as insistentes argumentações de Sabélio. Tornou-se necessária a
convocação da Igreja e todos os seus pensadores para um concílio que ficou
conhecido como CONCÍLIO DE NICÉIA. Foi um concílio de bispos cristãos reunidos
na cidade de Niceia da Bitínia (atual İznik, Turquia), pelo imperador romano
Constantino I em 325 d.C.. O concílio foi a primeira tentativa de obter um
consenso da igreja através de uma assembléia representando toda a cristandade,
que na confissão de fé da Igreja tornaram-se nas seguintes palavras:
“Creio em um só Deus, o Pai
onipotente, criador dos céus e da terra, de todas as coisas, visíveis e
invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus e nascido
do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de
Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por quem foram
feitas todas as coisas; o qual, por amor de nós homens e por nossa salvação,
desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na virgem Maria, e se fez
homem; foi também crucificado em nosso favor sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi
sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu aos
céus, está sentado à destra do Pai; e virá pela segunda vez, em glória, para
julgar os vivos e os mortos; e seu reino não terá fim. E no Espírito Santo,
Senhor e vivificador, o qual procede do Pai e do Filho; que juntamente com o
Pai e o Filho é adorado e glorificado; que falou pelos profetas. E na igreja,
uma, santa, universal e apostólica. Confesso um só batismo para remissão dos
pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém”.
Também temos a confissão de fé chamada Credo de Atanásio, subscrito
pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é geralmente atribuído a
Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem a
ele data posterior (século V). Sua forma
final teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego mais antigo
deste credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI.
O credo de Atanásio, com quarenta artigos, é um tanto longo para um
credo, mas é considerado por Archibald A. Hogde “um majestoso e único monumento
da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da
Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único
Cristo.” Apesar da data ser incerta, este credo foi elaborado para combater o
arianismo e reafirmar a doutrina cristã tradicional da Trindade. Expresso nas
seguintes palavras:
“Todo aquele que quer ser salvo,
antes de tudo deve professar a fé cristã. Quem quer que não a conservar íntegra
e inviolada, sem dúvida perecerá eternamente. E a fé cristã consiste em venerar
um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem
dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do
Espírito Santo; Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
igual a glória, coeterna a majestade. Qual o Pai, tal o Filho, tal também o
Espírito Santo. Incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo.
Imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo. Eterno o Pai, eterno o
Filho, eterno o Espírito Santo; Contudo, não são três eternos, mas um único
eterno; Como não há três incriados, nem três imensos, porém um só incriado e um
só imenso. Da mesma forma, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito
Santo é onipotente; Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente.
Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; E, todavia, não
há três Deuses, porém um único Deus. Como o Pai é Senhor, assim o Filho é
Senhor, o Espírito Santo é Senhor; Entretanto, não são três Senhores, porém um
só Senhor. Porque, assim como pela verdade cristã somos obrigados a confessar
que cada pessoa, tomada em separado, é Deus e Senhor, assim também estamos
proibidos pela religião cristã de dizer que são três Deuses ou três Senhores. O
Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem negado. O Filho é só do Pai; não
feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não feito,
nem criado, nem gerado, mas procedente. Há, portanto, um único Pai, não três
Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos
Santos. E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor;
porém todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de modo que em
tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser venerada a Trindade na unidade e a
unidade na Trindade. Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a
respeito da Trindade.
Mas para a salvação eterna
também é necessário crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
A
fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus
Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, gerado da substância do Pai
antes dos séculos, e é homem, nascido, no mundo, da substância da mãe. Deus
perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana. Igual ao
Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade. Ainda que é Deus
e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo. Um só, entretanto, não por
conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em Deus. De
todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de pessoa. Pois,
assim como a alma racional e a carne é um só homem, assim Deus e homem é um só
Cristo; O qual padeceu pela nossa salvação, desceu aos infernos, ressuscitou
dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra do Pai, donde há de vir para
julgar os vivos e os mortos. À sua chegada todos os homens devem ressuscitar
com os seus corpos e vão prestar contas de seus próprios atos; E aqueles que
tiverem praticado o bem irão para a vida eterna; aqueles que tiverem praticado
o mal irão para o fogo eterno. Esta é a fé cristã. Quem não a crer com
fidelidade e firmeza, não poderá salvar-se”.
Referências:
MATHER. George A. e NICHOLS. Larry A.: Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. Editora Vida. 2000.
Wikipédia, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquianismo acessado em 01 de jun. 2014.
Referências:
MATHER. George A. e NICHOLS. Larry A.: Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. Editora Vida. 2000.
Wikipédia, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquianismo acessado em 01 de jun. 2014.
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2 comentários:
a biblia diz que ha um so Deus ef 4.1 ao4 e mc12,29 e quejesus cristo eo verbo que estava com Deus no principio que o Espirito de Deus no principio pairava sobre as aguas Gn 1 .1e2 sao tres pessoas distintasuma da outra mais com amesma substancia creio eu eo Educandario cristao
Obrigado por compartilhar seus conhecimentos
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