segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

DIFERENCIANDO DOGMA DE DOUTRINA





















Textos bíblicos introdutórios: Hb.1.1,2; 2Jo.1.9; 1Tm.4.16

Grande parte dos evangélicos hoje não sabe diferenciar “dogma religioso” de “doutrina bíblica”. Geralmente colocam num mesmo “pacote” e jogam fora. Isso ocorre devido alguns fatores que precisamos explaná-los aqui. Talvez você seja essa pessoa. E vai se identificar com alguns dos fatores que vou expor abaixo:

1)    O pragmatismo: Muita gente vive mergulhada numa fé de efeitos. Não estão nem um pouco interessados do por que acreditam em determinado movimento ou prática religiosa. Como surgiu? Qual a causa disso? Se sua crença ou forma de culto é de origem realmente bíblica. O que importa é que seja útil; satisfatória.

2)    A influência da teologia pós-moderna: Essa teologia sofre forte influência do pensamento secular pós-moderno. Que tem a sua principal característica a pluralidade da verdade. Para o pensamento pós-moderno não existem verdades que sejam absolutas. A verdade é produto do meio em que se vive. Da interação entre indivíduo e ambiente. O que existe, segundo esse pensamento, são verdades complementares e existem por si só; e são interpretações diferentes e variadas da realidade que nos cercam. Esse pensamento alimenta a base dessa teologia de nosso tempo. Uma teologia totalmente diferente do pensamento teológico clássico.

3) Compreensão deficiente das terminologias: Como o mundo evangélico teve um crescimento numérico de cristãos nominais e de teólogos não clássicos e amantes da teologia contemporânea, há uma má compreensão dos termos dogmas e doutrinas. Pois preferem igualar os termos que assumir alguma diferença. No léxico português (Aurélio XXI) define dogma como: “Ponto fundamental e indiscutível duma doutrina religiosa”. E define doutrina como: “Conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico, científico, etc.”. Essa informação que o dicionário nos passa, não é o suficiente para que possamos alcançar o “X” da questão. Precisamos levar em conta algo mais. É nesse momento que os teólogos liberais e neoliberais (contemporâneos) se complicam.

A REVELAÇÃO DIVINA NAS ESCRITURAS

Se não levarmos em conta esse “algo mais”, dogma e doutrina será a mesma coisa. Nada mais do que regras e conceituações humanas. Deixando de lado a teologia contemporânea ou neoliberal e também as novas hermenêuticas influenciadas pelo pensamento pós-moderno, toda a hermenêutica bíblica será uma exposição clara e sistemática do Deus que se revela nas Escrituras do A.T. e do N.T. que são as doutrinas bíblicas. Quando conheço biblicamente e intimamente o Deus que se revela nas Escrituras não posso nunca unificar dogma com doutrina e muito menos desprezar a doutrina bíblica como uma formulação teológica humana. Quando compreendo e me converto ao Deus revelado nas Escrituras, eu passo a compreender que “dogmas” tornam-se linhas de pensamentos na brecha da revelação bíblica (no silêncio das Escrituras) ou resultado do manuseio subjetivo das Escrituras. Exemplo disso são as questões polêmicas sobre assuntos doutrinários em que a Bíblia não fecha (tipo: continuísmo, sesacionismo, prémilenismo, pósmilenismo, amilenismo, calvinismo, arminianismo, etc.). Igualmente assuntos insuflados por uma tradição humana, onde o texto bíblico torna-se vítima de um manuseio subjetivo, como ocorre em muitos dogmas católicos (tipo: intercessão dos santos, assunção de Maria, imaculabilidade dos santos, penitência, purgatório, dulia, hiperdulia, etc.) e também muitos dogmas evangélicos (tipo: usos e costumes). Temos ainda dogmas que surgem não por tradição, mas por “modismo religioso” e são produto também de um manuseio subjetivo das Escrituras (tipo: unção de Toronto, teologia da prosperidade física e financeira, cura interior, movimento G12, etc.). Diferente da doutrina bíblica, o dogma tem o risco de tornar-se uma heresia (ensino contrário, deturpado ou excedente da Palavra de Deus). É o que acontece com alguns dogmas católicos, dogmas das seitas e dogmas de modismos evangélicos.

Na raiz da palavra, “dogma”, vem do latim “atis”, que deriva do grego “atos”, “decisão”. Em fim, no impasse ou no modismo de determinado assunto ou pensamento, a igreja ou seita ou movimento controverso, em sua forma de governo decide algumas coisas, e a partir daí, essas decisões tornam-se em “dogmas”. Teólogos atuais não clássicos influenciados pelo pensamento pós-moderno não fazem qualquer diferenciação de dogma para doutrina. Isso porque não têm nenhum reconhecimento de revelação divina na doutrina.

A POSTURA DO CRISTÃO

Diante disso, o cristão de nosso tempo (seja ele leigo, teólogo, pastor, líder) tem que se posicionar (1Rs.18.21; 2Co.13.5). Se ele tiver passado por uma conversão genuína, não deixará se levar pelo o espírito desse século (2Co.4.4). Pois, ele passa a ter a mente de Cristo (1Co.2.16). E não vai se conformar com essa geração (Rm.12.2). Entretanto, muitos cristãos nominais, que ainda não experimentaram do novo nascimento, se deixarão dominar por esse sentimento. E assim, terão sempre uma postura negativa quando o assunto for “doutrina”. O apóstolo Paulo já previa esse tempo em que as pessoas não suportariam a sã doutrina (2Tm.4.3). Tudo isso por influência dos “espíritos enganadores” de cada geração e a “doutrina de demônios” (1Tm.4.1). Nas propostas das novas hermenêuticas expostas pelos teólogos pós-modernos encontramos a forte influência de que pouco importa o que o autor bíblico esteja dizendo ou o “sentido do texto”. O autor morre, o texto ganha vida própria e o leitor é quem determina o sentido do texto. O que é isso senão “doutrina de demônio”? Que no Éden levou Eva e depois Adão a não se preocuparem com o que Deus disse e sim com o que estivessem entendendo (Gn.3.1-5).

UM CONSELHO PASTORAL

Se você realmente for convertido a Cristo, busque cada vez mais se firmar nas doutrinas bíblicas. Conheça mais a doutrina de Cristo, do Espírito Santo, de Deus. Conheça a doutrina da igreja, que é um assunto muito distorcido em nosso tempo. Conheça a doutrina da salvação, para que você possa pesar e medir a si mesmo.

Caso você esteja envolvido nos laços do engano que hoje eu estou desmascarando, pense bastante no que falei aqui e se arrependa. Assim como os homens e mulheres de Deus faziam quando ouvia os profetas de Deus.

Dúvidas e esclarecimentos escreva para: anti-heresias@hotmail.com
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8 comentários:

Almir Macario Barros disse...

Muito sábio e apropriado esta definição. Por exemplo, para a Doutrina Apostólica que determina a natureza da Igreja de Cristo momo Apostólica, nunca dever e nem se poderá substituir o termo Doutrina por Dogma.

Portanto, muito bem definido pelo autor do artigo, identificando o termo Doutrina com as Escrituras como Revelação Especial divina.

Um ponto que sugiro, seria o sentido negativo do termo DOGMA que pode caracterizar algo sem fundamento bíblico mas que foi adotado por certo segmento religioso....

Unknown disse...

Parabéns pela definição e distinção, pois é desses ensinamentos salutar que a igreja precisa para não se deixar enredar pelos falsos ensinamentos, modismos, heresias, entre outros pseudos ensinamentos. Deus o continue abençoando e inspirando; paz do Senhor.

Unknown disse...

Gostei demais do texto, exclatecedor, Deus abençoe.

silvioribeirof.blogspot.com disse...

Excelente texto!

Unknown disse...

Dogma é algo subjetivo (individual, íntimo, particular, pessoal, privado, próprio). Daí podemos inferir que denominações religiosas nada mais são do que facções surgidas por "verdades" adquiridas por idiossincrasias.
Dogma "religioso" surge quando a bíblia não nos dá uma percepção ou compreensão peremptória (sem qualquer margem de conceitos), de um assunto.

Daniel Durand (ThB) disse...

Olá desconhecido, dogma é coletivo. É uma decisão coletiva sobre deterninado assunto. As igrejas tem dogmas, mas tem doutrinas centrais e essenciais da fé cristã. Alguns dogmas surgem em questões em que a Bíblia não fecha. Outros surgem por uma leitura subjetiva, superficial, fora do contexto das Escrituras.

Unknown disse...

A Bíblia, sobretudo o NT, é em grande parte subjetiva de entendimentos. Esta é a razão do surgimento de tantas facções religiosas. Nenhum dogma aparece com a devida literalidade bíblica, razão pela qual muitos ingênuos são apanhados pelos aproveitadores do Templo. Não há nenhuma razão para se acreditar em dogmas específicos de instituições, mas para a sua frequência, acreditar é Lei de norma interna.
David

Daniel Durand (ThB) disse...

Agradeço a participação nos comentários. Todavia, percebo em seu texto que você foi fisgado pela heresias dos desigrejados. Recomendo a leitura do meu livro DESIGREJADOS. Confira no link para visualizar o página:

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